*Bruno Loiola é cofundador e CGO da Pluggy
Em 2023, o Open Finance brasileiro enfrentou desafios significativos em sua comunicação, mas também avanços: segundo pesquisa da TecBan, houve uma queda na preocupação dos brasileiros sobre o uso de suas informações financeiras, com números de consentimentos passando de 45,8% em 2021 para 34% em 2023. A confiança é fortalecida por estratégias de marketing, como as campanhas do Santander com Gil do Vigor e do Banco do Brasil com Chitãozinho e Xororó.
O tema vem se tornando cada vez mais familiar e o que vejo agora é uma competição acirrada entre os bancos (que é o objetivo, no final das contas), a qual destaca a necessidade de diferenciação, impulsionando melhorias na experiência do cliente e no desenvolvimento de aplicativos mais robustos.
Após dois anos da implementação pelo Banco Central, o Open Finance no Brasil demonstra avanços significativos, alcançando 40 milhões consentimentos ativos. Além disso, 2023 foi marcado pela inauguração da nova fase do Open Finance, permitindo o compartilhamento de dados de investimentos para o desenvolvimento de ofertas mais direcionadas.
Quem não viu o Roberto Campos Neto este ano falando sobre superapps? Essa foi a grande pauta. Segundo ele, em breve, os usuários não precisarão mais de diferentes aplicativos para cada banco. O conceito de “superapp” refere-se a aplicativos móveis que oferecem uma ampla gama de serviços integrados em uma única plataforma, o que fica possível por meio do ecossistema aberto. Esses aplicativos se tornam uma espécie de “supermercado digital”, e podem incluir recursos como gestão de contas bancárias, investimentos, seguros e pagamentos.
A visão proativa de Campos Neto sobre a transição para um superapp reforça a mudança de paradigma na busca pela ‘Principalidade’. A introdução das Transferências Inteligentes pelo BC é um fator-chave nessa evolução, permitindo que os apps ofereçam uma experiência mais completa, consolidando contas, automatizando transferências e proporcionando maior conveniência aos usuários.
Nova era de serviços financeiros
A competição agora se concentra no canal de acesso e na experiência digital, com previsões indicando uma melhora substancial nos aplicativos bancários em 2024. Este movimento no Open Finance sugere uma nova era de serviços financeiros mais integrados, eficientes e centrados no cliente, reforçando a premissa de que, em meio a essa transformação, o verdadeiro ganhador será o consumidor.
Aposto também em novos casos de uso: a fraude financeira continua sendo um problema global, com a UE registrando um aumento nos prejuízos nos últimos anos. Surge então uma solução oportuna, minimizando os riscos de fraude com pagamentos instantâneos de conta para conta. A incorporação de protocolos de segurança de confiança zero, sistemas robustos de segurança de rede e autenticação de identidade durante cada transação fortalecem as defesas contra ações maliciosas. A IA também desempenha um papel essencial, auxiliando as equipes de prevenção à lavagem de dinheiro (AML) na monitorização de transações.
A implementação do Pix automático e melhorias contínuas nos fluxos de Open Finance estão vindo aí e prometem impulsionar exponencialmente as transações via ITP. O avanço tecnológico no setor financeiro está refletindo não apenas em maior eficiência, mas também em maior segurança. Os pagamentos de conta para conta (A2A), potencializados pelo Open Banking, estão se tornando mais acessíveis aos consumidores por meio de integrações com carteiras digitais. Essas carteiras desempenham um papel vital na facilitação de programas de recompensas, permitindo transações rápidas e transparentes.
À medida que o Open Finance continua a impactar o setor financeiro, as perspectivas para 2024 são de um cenário mais integrado, eficiente e seguro. O avanço tecnológico, as inovações contínuas do Pix e a crescente maturidade do mercado indicam um futuro emocionante para os serviços financeiros no Brasil, consolidando sua posição como líder na adoção do Open Banking.