*Tania Gomes é diretora de Inovação do Ibrawork
Open Innovation, um conceito de inovação aberta que visa fomentar a disseminação do conhecimento, a partir da troca de experiências e ideias entre empresas, startups, universidades e que vem produzindo mudanças gigantescas no mundo. Inovação aberta parte do pressuposto que partilhar os desafios do negócio com especialistas externos, garante soluções mais completas, em um tempo de desenvolvimento muito menor, dando maior eficiência nos resultados.
Não à toa, as empresas que buscam se manter à frente da concorrência investem cada vez mais em Open Innovation, com o objetivo de gerar novas soluções e processos mais flexíveis, rápidos e efetivos. Além disso, a partir de um aprendizado contínuo, as marcas evoluem diariamente as estratégias de inovação.
Inclusive, segundo o Top Open Corps 2022, uma nova versão do ranking anual da 100 Open Startups, os projetos de inovação aberta tiveram alta de 60% em relação à edição anterior e uma receita de R$ 2,7 bilhões, representando um valor médio de R$ 260 mil por contrato. Ao todo foram 42.588 empresas e startups, contra 26.348, em 2021.
E vamos destacar que, ainda de acordo com o Ranking 2022, os setores de Bens de Consumo e Alimentação, Construção e Imobiliário e Serviços Financeiros, foram os que mais fizeram Open Innovation. Mas, seriam esses mercados mais abertos a inovação?
Quebra de paradigmas
Capaz de quebrar paradigmas nas organizações, a implementação do Open Innovation traz, além do acesso a novas ideias e tecnologias, redução de custos, melhoria na eficiência, fortalecimento da marca e aprimoramento na cultura da inovação.
Apple, Bayer, Lego e Natura são alguns exemplos de empresas que apostaram no Open Innovation. Mas, engana-se quem pensa que apenas grandes organizações buscam este modelo como forma de inovar. É cada dia mais fácil para médios e pequenos negócios estarem em ambientes onde a inovação aberta é a escolha para solução de problemas, sejam eles simples ou complexos. Inclusive, os próprios coworkings demonstraram-se estratégicos e excelentes aliados neste processo, já que permitem a integração de diferentes empresas em um mesmo ambiente.
Na outra ponta dessa análise, temos obstáculos para a implementação bem sucedida do Open Innovation? Temos sim! Como promover o engajamento e eliminar silos para dar lugar à colaboração. A isso segue-se a falta de cultura em inovação aberta, que se configura por uma resistência à mudança.
Entretanto, são questões facilmente derrubadas, quando os times entendem que Open Innovation é, principalmente, o estabelecimento de uma nova cultura: a cultura da inovação, em que os erros não são punidos, mas servem como insumo para novos acertos, e na qual todas as ideias podem ser discutidas e até implementadas, independente do nível hierárquico de quem a teve.