*Anita Bataglin é diretora de Marketing do Grupo Intelipost
Em um mercado no qual as palavras de ordem são eficiência e crescimento sustentável, a abordagem do Product Led Growth (PLG) se apresenta como o caminho ideal. No entanto, essa não é apenas uma estratégia de marketing, mas um reposicionamento profundo da cultura empresarial. O growth at any cost deixou de ser uma opção viável, e o foco agora é trabalhar lado a lado com CFOs e equipes de FP&A (Financial Planning & Analysis) para desenhar um modelo de crescimento eficiente e mensurável.
Recentemente, participei do Inbound 2024, promovido pela HubSpot em Boston, um evento que reuniu grandes mentes do marketing, vendas e tecnologia para discutir o futuro dos negócios em um mundo cada vez mais digital e desafiador. Durante o evento, tive a oportunidade de ouvir líderes visionários como Jacco Van Der Kooij, fundador da Winning by Design, que abordou como o Go-to-Market (GTM) moderno deve se alinhar ao funcionamento das grandes indústrias.
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Como diretora de Marketing de uma empresa de tecnologia SaaS, fica cada vez mais claro que a função de marketing vai além da geração de demanda e campanhas de mídia. Precisamos construir marcas mensuráveis, onde cada interação, cada campanha e cada lançamento de produto se conectam diretamente a resultados financeiros claros e sustentáveis. Isso requer uma colaboração profunda com outras áreas, especialmente as de finanças, para garantir que os esforços de marketing sejam parte integrante da estratégia de eficiência global da empresa.
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Jacco Van Der Kooij trouxe insights preciosos ao associar o funcionamento das grandes indústrias ao GTM moderno, e há quatro lições valiosas que as empresas de tecnologia devem absorver para prosperar:
- Metas de uma fábrica: crescimento, eficiência e qualidade andam juntos
Não é possível sacrificar a qualidade em nome do crescimento ou da eficiência. Estes três pilares devem coexistir e ser integrados de forma harmoniosa. - Elementos fundamentais: processo, sistemas e pessoas em sincronia
Assim como numa fábrica, onde o processo produtivo é um “balé” bem organizado entre máquinas e pessoas, as empresas de tecnologia precisam criar sinergia entre seus sistemas, processos e talentos. - A espinha dorsal da operação: linhas de produção
Em indústrias, a linha de produção é a chave para a escala. No mundo da tecnologia, isso se traduz em sistemas escaláveis e processos bem estruturados para suportar a expansão de forma eficiente. - Busca incessante por excelência operacional
A excelência operacional não é um objetivo isolado, mas uma prática constante para sustentar o crescimento. É a capacidade de inovar sem comprometer a qualidade e a eficiência.
Estamos vivendo em uma sociedade de impacto, onde o cliente se tornou o centro de todas as decisões. Cada reunião, cada conversa com o cliente é uma oportunidade para fortalecer o GTM. No entanto, após um crescimento impulsionado por grandes investimentos, as empresas que não focarem em inovação contínua, relacionamento próximo com o cliente e expansão de portfólio correm o risco de estagnar. Empresas de tecnologia que não entenderem e aplicarem essas lições da indústria tradicional terão dificuldade em se manter relevantes no mercado competitivo que se desenha.
O Product Led Growth é mais do que uma estratégia de vendas ou marketing. Ele representa uma mudança cultural nas empresas de tecnologia que busca alinhar crescimento, eficiência e inovação de forma sustentável. Como profissionais de marketing, devemos nos colocar no centro desse processo, garantindo que as marcas que construímos não sejam apenas fortes, mas mensuráveis e alinhadas com os objetivos financeiros de longo prazo.
