* Camilla Viana é Content Analyst do CESAR
O território pernambucano nunca deixa de surpreender. Recife recebeu um dos maiores eventos de inovação, criatividade e tecnologia do Brasil: o REC’n’Play. O festival mostrou aos visitantes, neste ano, a pluralidade que pode ser encontrada dentro do rico ecossistema digital da região, em uma das principais cidades do Nordeste.
A união de conhecimento e vozes impactam a sociedade e a sinergia do festival se desenhou ambientado por meio da CESAR School, escola de inovação do CESAR, que levou em suas trilhas um olhar para o futuro no presente. Muito se falou sobre a transformação do mercado de trabalho e quais as posições que serão mais cobiçadas pelas empresas e, adicionalmente, quais as principais habilidades – hard skills e soft skills – que o profissional precisará desenvolver.
Também discutiu-se os alertas e reflexões que as novas tecnologias nos trazem. Aproveitando a amplitude de espaços proporcionada pelo festival, profissionais de diferentes backgrounds, desde influenciadores digitais a cientistas de dados conversaram, na galeria de uma livraria, sobre a influência dos dados no nosso comportamento e em nossa rotina.
O Metaverso também foi pauta – em um debate descontraído, os palestrantes questionaram rola ou enrola? Quais são as verdadeiras contribuições e como ele precisa de um olhar especial para a experiência do usuário, muito além do design e das suas tecnologias habilitadoras como realidade virtual, Web 3.0 e Blockchain.
Enquanto ecossistema digital e de inovação, é claro que o festival não poderia deixar de fora o fomento ao empreendedorismo. Na palestra “A jornada de criação de um inovador: Da escola à startup de sucesso”, ficou claro o caminho a ser trilhado para se tornar um intraempreendedor e aplicar os aprendizados e o mindset inovador dentro e fora do ambiente educacional e profissional.
O Acontece no REC’n’Play
Seguindo a ideia de unir vozes para contar histórias e criar reflexões, o Acontece foi uma iniciativa do Centro de Inovação que traz grandes nomes do mundo dos negócios para discutir temas relevantes à sociedade. Na última edição do Acontece, a conversa foi levada ao evento e grande enfoque foi o ESG – pauta que traz protagonismo para a responsabilidade ambiental, social e de governança para as organizações.
O papo inicial foi sobre a Agenda 2030 – os desafios de construir um futuro sustentável, um bate-papo que demonstrou sobre a necessidade de expansão do pensamento ESG para as diferentes áreas e colaboradores, pois cada pequena e grande atitude precisa de análise profunda para entender toda a cadeia de ações e impactos causados até a finalização de um produto ou serviço.
ESG sob um olhar do design regenerativo e a sua correlação com a reparação trouxe a necessidade de parceria público-privada para falar sobre sustentabilidade e como é necessário sinalizar corporações sobre a pauta ESG e gerar a força motriz para a mudança.
O grau de inovação no Brasil ainda é muito baixo, a mentalidade colonial está tão impregnada entre nós, que muitas vezes entendemos que não é nosso papel fazer inovação no país. É aí que entra o papel da governança corporativa. A letra S da sigla ESG também foi debatida e mostrou que a educação é um caminho possível para a transformação.
A sessão de reflexões e insights apontam que se não olharmos para o ESG como modelo de negócio da sociedade, não vamos a lugar nenhum. Porque nós não temos mais tempo, o tempo de mudar o mundo não é a gente discutir agora e só mudar daqui a 10, 30 ou 50 anos, agora é agora.
Os aprendizados do festival enriquecem e fomentam a cultura, a educação e o mercado de trabalho do Estado, espalhado pelos espaços do Recife Antigo, coração da capital pernambucana.