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South Summit: As mudanças provocadas pelo digital no sistema educacional

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*Eduardo Peixoto é CEO do CESAR

A lógica sempre foi aprender, aprender e aprender para depois trabalhar, trabalhar e trabalhar com aquela competência. Mas o caminho é de mudança, com ciclos mais curtos de pequenos aprendizados para implementação imediata. Aprende e faz, aprende e faz, aprende e faz. Outro cenário posto para nós é o do avanço tecnológico, sobretudo com a ampliação das possibilidades oferecidas pela Inteligência Artificial, e o seu inevitável – e necessário – uso no ambiente escolar.

Os desafios da inovação são constantes, para avaliar impactos e melhorar processos. Importantes insights foram discutidos nos três dias do South Summit Brazil, encerrado na última sexta-feira (31), em Porto Alegre, e educação foi o tema para o qual fui convidado a falar. 

Especificamente, Educação em novos processos de revolução digital. No painel, do qual me juntei aos experientes Newton Campos (professor da IE University, em Madri), David Ochi (diretor da University of California), Jared Gil (CEO da Nuclio Digital School) e Bruno Cani (CEO da Resilia), debatemos assuntos diversos, e um deles rendeu longos minutos: ChatGPT. Atualmente, para se ter uma ideia, Microsoft e Google já superam a Universidade de Stanford em número de publicação de artigos.

O ChatGPT tem enorme potencial para setores com demanda de construção e processamento de textos. No entanto, a Inteligência Artificial já é parte de nossa rotina. O chatbot da OpenAI é apenas mais uma das aplicações, embora tenha se tornado a mais visível fora do mundo da tecnologia, muito por ser a primeira aplicação de IA generativa com interface amigável para uso do público em geral.

Na sala de aula, aprendemos a responder certo. O professor pergunta e, com uma imensidão de conhecimentos estudados e nem sempre tão absorvidos, precisamos dar a resposta exata. Bem… o ChatGPT já faz isso, embora com algumas imprecisões, certamente recalculadas a cada atualização. É preciso aprender a ser crítico, a questionar, fazer perguntas aos outros e a nós mesmos. Essa fase de ser acumulador de conhecimento passou. A educação digital vai permitir aprendizagem personalizada e adaptável ​​aos alunos e proporcionar experiências colaborativas e interativas. É nosso dever extrair o melhor dela.

As escolas precisam assumir o compromisso de trabalhar a aprendizagem centrada no estudante, com base tanto em suas necessidades quanto nas necessidades do mercado, no desenvolvimento de competências técnicas e emocionais. Na CESAR School, a escola de inovação do CESAR, são utilizadas metodologias ativas para a resolução de problemas complexos de estímulo à criatividade, ao protagonismo, ao trabalho em equipe, à liderança, à empatia e ao autoempreendedorismo. As abordagens, unidas ao ecossistema de tecnologia e inovação do Porto Digital, rendem uma experiência de aprendizagem significativa para os estudantes.

Vamos ter de acelerar processos, pois serão muitas transformações nos próximos anos, e um dos maiores desafios é justamente com a educação. Precisamos desenvolver e formar profissionais que transformem os ambientes e as empresas nas quais atuam, que sejam capazes de fomentar, planejar, implementar e executar projetos e ações que promovam mudanças relevantes e de impacto para a sociedade. O futuro chegou. É tempo de aprender a reaprender.

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A educação digital precisa ser inclusiva. Um tema fundamental na 2ª edição do South Summit Brazil foi abordado no painel Women leading finance, onde Connie Ansaldi, CEO da empresa de blockchain Carnival Art, trouxe um dado preocupante: apenas 3% do Venture Capital (capital de risco) do mundo é direcionado para negócios liderados por mulheres. Além da falta de representatividade, com poucas startups, elas não são investidas pelos fundos. Por quê? Aparentemente, há um viés para tal. 

Outro assunto interessante, com um painel reunindo diversas startups, falou sobre indústria 5.0 e seus novos modelos: foco na experiência do cliente (a indústria 4.0 focava na conectividade dos equipamentos), hiperpersonalização (não mais personalização em massa), cadeia de suprimentos responsiva e distribuída (antes era a cadeia de suprimentos inteligente), produtos interativos ativados por experiência (e não meramente produtos inteligentes) e força de trabalho no local (contrapondo a força de trabalho remota). 

O evento contou também com mentorias gratuitas para os empreendedores oferecidas pelo CESAR, parceiro institucional do South Summit. As atividades serão online, em dias e horários agendados, com temas como negócios, design, gestão e tecnologia conduzidos por profissionais do centro de inovação fundado há 26 anos para auxiliar empresas em suas jornadas digitais.

Foram três dias de muita imersão tecnológica e debates importantes, reunindo várias startups disruptivas e pessoas por trás da aceleração do motor da inovação. Uma oportunidade imensa de escutar e falar sobre temas quentes e se conectar ao ecossistema empreendedor global.

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