*Renan Basso é co-fundador e diretor de novos negócios da MB Labs
As empresas de tecnologia estão mudando e os profissionais também! A aceleração das transformações digitais dos últimos anos fizeram aumentar a procura por profissionais qualificados do setor. O mercado está mais aquecido do que nunca. Há mais vagas disponíveis do que profissionais capacitados para preenchê-las. Não só no Brasil, mas sim no mundo inteiro.
Segundo dados da Brasscom, Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais, o setor de tecnologia no Brasil tem uma demanda anual de 159 mil profissionais, mas se formam apenas 53 mil pessoas na área no mesmo período. A associação diz ainda que a área de TI deve continuar crescendo nos próximos anos, gerando quase 420 mil vagas até 2025.
O setor aquecido fez com que tanto os profissionais quanto as empresas mudassem: é muito comum ver colaboradores que migraram de carreira. Em nosso dia a dia aqui na MB Labs é comum lidarmos com pessoas que deixaram suas profissões para desbravar o mercado de tecnologia. São ex-geólogos, ex-enfermeira, ex-engenheiro civil e mecânico, entre outras.
Em paralelo, as empresas também estão mais abertas a contratar pessoas com pouca experiência e oferecer cursos ou mentorias para capacitá-las nas especialidades desejadas. É fácil perceber que companhias do ramo passaram a receber cada vez mais candidatos que têm tech como segunda formação – ou que nem sequer têm formação formal em tecnologia.
É um ponto bastante positivo para o mercado ver que as empresas perceberam essa deficiência de profissionais e passaram elas próprias a fazer algo para reverter esse cenário. Muitas companhias de tecnologia passaram a oferecer cursos ou firmaram parcerias com escolas online que oferecem essas especializações. E isso é ótimo, pois a roda do emprego gira, as pessoas conseguem suas tão desejadas colocações no mercado de trabalho e as empresas suprem suas necessidades por mão de obra capacitada.
Outro exemplo são empresas que passaram a abrir processos seletivos internos como programa de incentivo, dispostos a especializar profissionais que já estão na companhia. Trata-se de uma manobra que tem dado muito certo e gera diversos benefícios, pois diminui o tempo do processo seletivo, do tempo de adaptação à empresa e o torna mais assertivo, pois o funcionário já é conhecido, além de valorizar e estimular a equipe e reter talentos.
Tecnologia: profissões em alta
O mais recente relatório Futuro do Trabalho, material publicado a cada dois anos que apresenta as transformações no mercado de trabalho, mostra quais serão as profissões que serão mais procuradas e as frentes que terão destaques nos próximos anos.
O estudo prevê que as profissões que estarão em alta até 2027 são: Analistas e Cientistas de Dados, Especialistas em Big Data, Analistas de Inteligência de Negócios, Profissionais de Banco de Dados e Rede, Engenheiros de Dados, Profissionais de Segurança da Informação e Profissionais relacionados a Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina. Alguns dos fatores que influenciam esse novo comportamento estão relacionados ao crescimento da adoção de novas tecnologias, ampliação e democratização do acesso ao digital, as tendências ESG, entre outros.
Importante frisar que os avanços tecnológicos vêm como uma extensão das nossas especialidades, servem para auxiliar e ajudar a sociedade a agilizar e facilitar serviços que antes demoravam muito tempo ou não era possível realizar. A evolução vem como um complemento.
É evidente que a tecnologia vai ditar o rumo da sociedade dos próximos anos. Vamos conseguir adaptar e criar novas ferramentas para atender demandas do dia a dia ou até mesmo para ajudar em processos corriqueiros. As empresas que estão dispostas a olhar para o futuro apostando na capacitação dos profissionais não vão sofrer com a escassez de profissionais da área e as pessoas que acreditam na longevidade do setor, vão conseguir se manter atualizados e em suas áreas de atuação.