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* Diogo Catão é CEO da Dome Ventures

Em 2022, a expectativa para o cenário govtech era de evolução nos processos de regulação, capacitação e de investimento em políticas públicas para desenvolvimento das startups existentes e, consequentemente, de surgimento de novas soluções. No ano anterior, vimos alguns avanços, como o Marco Legal das Startups, que começou a ser consolidado também em 2022. Mais instituições públicas, destacando os municípios, passaram a usar a regulamentação para contratação pública. 

O caminho vem se abrindo para a inovação e a boa notícia é que, em 2023, a expectativa é de ainda mais expansão em capacitações, contratações e investimentos voltados às soluções governamentais. Nesse sentido, outros marcadores devem permear o desenvolvimento do ecossistema govtech, como a Nova Lei de Licitações, a Lei de Governo Digital e a jornada CPIN – Plataforma de Compras Públicas para Inovação. 

Hoje, há mais preparação das instituições públicas para receberem essas soluções que visam atender os desafios e as dores do setor. A grande tendência para este ano é que o ecossistema continue a expandir no Brasil, tanto a nível federal quanto nas esferas estaduais e municipais. 

No mesmo sentido, os investidores devem se atentar ao ambiente propício para desenvolvimento: recursos disponíveis e canais adequados para que ocorram as vendas govtech. Sendo assim, os investidores-anjos de alto risco podem apostar seus recursos em meio à probabilidade altíssima de o faturamento deslanchar nesse setor. 

“Freio de arrumação”

É importante destacar que, no momento, existe um “freio de arrumação” realizado pela modalidade de venture capital. Por isso, é preciso entender qual é o ambiente em que se está exposto e quais são os players que vão ajudá-lo nas trilhas do investimento, para que, assim, a startup consiga alcançar a sua visão: se é eventualmente uma IPO, se é uma fusão, saber quais os players da vertical da solução, entre outros aspectos. Em resumo, os CVCs estão se adequando de acordo com a realidade. Portanto, é preciso que as startups busquem alternativas e novos meios. 

Já em termos de tecnologia, este ano o mercado espera soluções no-code para acelerar o processo de desenvolvimento e de inteligência artificial, além de outras ferramentas disruptivas para auxiliar os clientes na resolução das suas dores. 

Outro destaque do ano é a necessidade de se posicionar antecipadamente. Ou seja: precisa de recursos? Então, não deixe de fazer um planejamento. A startup deve avaliar seus ganhos e custos e, ao se apresentar aos potenciais investidores, precisa contar com um pitch e pitch deck bem elaborados. Só assim, os investidores se sentirão seguros e compreenderão o nível de maturidade de cada solução para fazer um aporte. 

Com o dinheiro em mãos, é necessário criar um relacionamento com os investidores. Isso é feito por meio do compartilhamento de informações, enviando os avanços da startup periodicamente, para que eles compreendam como a empresa está aplicando os recursos e como anda o desenvolvimento do projeto. 

Em suma, a organização possui três pilares. O primeiro é o financeiro: nesse ponto, é imprescindível manter as informações atualizadas, com um plano de negócios, nem que seja simples. Comprove os valores, os custos, as necessidades envolvidas e, principalmente, assegure a idoneidade desses dados. 

O segundo pilar é o organizacional. Promova um desenvolvimento sustentável. Reúna um time com capacidade técnica e saiba muito claramente os objetivos a serem alcançados, avaliando as estratégias que serão utilizadas para atingi-los. 

Por último, desenvolva um relacionamento sadio com investidores. Isso deve ser feito mesmo antes de precisar de capital. O tempo médio de captação é de seis meses, então não espere conseguir investimentos no primeiro ou segundo encontro. Por isso, é importante nutrir um relacionamento e se manter no radar, gerando uma relação baseada em confiança. 

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