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* Roni Cunha Bueno é sócio-fundador da Organica

Seguindo com a linha de pensamento do artigo que publiquei semana passada, é nítido que dentro de comunidades as pessoas passam a ter forças equivalentes, menos hierarquizadas. Elas têm voz, mais espaço e forma. Gerir uma comunidade, por sua vez, é muito diferente de liderar um grupo pelo poder estabelecido. 

Esse é o principal ponto de reflexão: Consigo dizer com esse recorte de análise que as instituições ainda não viraram essa chave e continuam dando capital social de poder aos seus líderes e trabalhando de forma hierárquica, onde quem tem o capital social do poder manda e o restante obedece (a quem tem o capital do poder).

Contudo, as pessoas fora da empresa já não vivem mais assim. Elas vivem em comunidades, onde elas têm poder de falar e ser escutado, de colaborar, de construir, de contribuir. Mas a maioria das empresas ainda insiste no velho modelo de gestão. Insistem no velho modelo de controle e poder. 

Ou seja, um dos grandes desafios do líder hoje em dia é saber liderar uma comunidade empoderada, composta por diversos perfis que querem falar, ser escutados e colaborar. É um modelo completamente diferente do estabelecido – e ainda vigente – na maioria das empresas no Brasil nas últimas décadas.

Mas o que define a qualidade do seu time? Ou de um grupo de trabalho? Uma comunidade de trabalho? 

Depende. O que você quer? 

Na Velha Economia, era bom que a equipe seguisse o processo, apertasse cada um seu parafuso para a engrenagem funcionar. Quanto menos pensar e seguir ordens, melhor. Assim o processo produtivo ficava mais harmônico, bem no modelo fabril, super estruturado funcionando bem “como um reloginho”.  

Mas no mundo de hoje, o que é importante? Em um mundo em constante transformação,  onde a tecnologia e automação vem ocupando os espaços de repetição que antigamente eram valorizados, o que realmente importa? O que toda empresa busca desesperadamente hoje?

Minha resposta: criatividade e coragem. 

Criatividade, para mim, é o quanto a sua equipe consegue resolver problemas complexos. Essa característica é o maior poder humano, o que é simples e repetitivo tende a médio prazo ser substituível por máquinas e sistemas. A criatividade é a maior fortaleza de uma empresa inovadora que estará sempre atuante em um mundo em constante transformação. 

É o que vai diferenciar sua empresa da do vizinho, e em um mundo ultra-globalizado, esse vizinho pode estar na Ásia, na Europa, nos Estados Unidos, ou mesmo no interior do Brasil, ou seja, em qualquer lugar.

Sendo uma grande potência, a criatividade floresce em todo seu potencial quando ela tem LIBERDADE para surgir. Por isso a importância do co-pensar, co-criar, co-existir e, por isso, é fundamental dar esse espaço às pessoas gerindo sua equipe como uma comunidade. 

Mas tem um fator turbo da criatividade, que é a diversidade do coletivo. 

O tema diversidade, para além das questões de igualdade de oportunidade, tem um fator chave: Criatividade. 

Como aprendi na minha época de ESPM, para ser criativo, você precisa ter em primeiro lugar um grande repertório, depois se permitir acessá-lo, e a partir do desafio criar novas soluções. 

Esse “repertório” é a vivência de cada uma das pessoas. Quando você tem pessoas com histórias de vida, perspectivas, vivências muito distintas, maior é o repertório do coletivo. Ou seja, a matéria-prima da criatividade é mais abundante e rica em um coletivo diverso. 

E se você tem um quadro de pessoas diversas, vivendo em uma comunidade, com desafios complexos… BUM! Você possivelmente terá uma equipe poderosa para lidar com os desafios que temos que encarar todos os dias. 

Mega desafio para quem foi criado e educado para performar bem em um mundo estruturado e fabril, né? Minhas provocações de hoje são: 

O quanto você se sente preparado para um novo momento de liderança? 

O quanto você acredita que é possível mudar sua forma de liderar? 

Se você mudar, como será avaliado pelo ecossistema à sua volta? Mudar é uma ameaça ou oportunidade? Como você vai mudar sua liderança?

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