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Como a IA generativa pode ampliar o potencial humano e desbloquear “superpoderes”

Môre
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O avanço da inteligência artificial generativa tem gerado uma série de debates em torno de suas implicações éticas, sociais e culturais ao redor do mundo. Em um cenário de constante evolução, discussões sobre regulamentação, privacidade, segurança cibernética, propriedade intelectual e a própria natureza da criatividade evidenciam os desafios – e também o potencial transformador – dessas tecnologias em um mundo cada vez mais digital e interconectado.

Um ponto central de preocupação está relacionado aos impactos da IA no mercado de trabalho. De um lado, um campo de oportunidades relacionadas principalmente à automatização de tarefas e ao aumento da produtividade em diferentes esferas da economia. Do outro, preocupações sobre a substituição de empregos em áreas como atendimento ao cliente, redação de conteúdo, design gráfico e até mesmo na criação de arte.

No entanto, a questão é muito mais complexa do que simplesmente escolher um lado nessa briga. Uma análise mais aprofundada sobre essa questão revela que, embora os temores sobre os efeitos da IA generativa no ambiente de trabalho sejam compreensíveis, é importante reconhecer que essa tecnologia também pode ser uma força propulsora para a ampliação das potencialidades humanas.

“A substituição de empregos por tecnologia já acontece há anos. Quem sugere uma playlist para você no Spotify não é um crítico musical, e quem roteiriza a entrega do seu pedido do Mercado Livre não é um gerente de logística – são robôs. Para além dessas discussões, é interessante compreender de que forma as IAs generativas podem amplificar as potencialidades humanas”, afirma Léo Xavier, cofundador e CEO da Môre Talents for Tech, estúdio de design com foco em estratégia e criação de produtos e serviços digitais.

Enquanto muito se fala sobre realidade virtual e aumentada, Léo levanta uma reflexão importante sobre a chamada “humanidade aumentada”. “Como que, a partir do uso inteligente e sistematizado das IAs generativas, conseguiremos dar mais superpoderes para as pessoas?”, questiona. Alguns poderes, até recentemente inimagináveis, já se tornaram realidade com os smartphones. Descobrir quanto tempo leva de casa até um estabelecimento? Fácil. Fazer a compra do mês sem nem ter que pisar no supermercado? Também.

“Acredito que com a inteligência artificial generativa teremos um processo semelhante, ganhando novos superpoderes. É preciso pensar de que forma essas tecnologias vão amplificar o potencial humano, e não substituí-lo pura e simplesmente, porque isso já não é novidade, vem acontecendo há décadas”, observa Léo.

Pessoas no centro

O relatório “Future of professionals”, divulgado pela Thomson Reuters em agosto de 2023, revela que a inteligência artificial generativa terá de fato um impacto transformacional no trabalho. No entanto, não será capaz de substituir o elemento humano, principalmente no que diz respeito ao tratamento com clientes e stakeholders. “As pessoas foram, são e continuarão a ser o ativo número um em qualquer negócio”, afirma Steve Hasker, CEO e presidente da Thomson Reuters.

“Acredito firmemente que a inteligência humana, o pensamento e a colaboração são fundamentais para o sucesso de profissionais em áreas além do jurídico, fiscal e contábil, comércio global, conformidade e indústrias de risco. Contudo, os programas de formação terão de ser adaptados para ajudar a equipe a analisar e interpretar o resultado desses modelos, além de aumentar a implementação de soluções de IA. Em última análise, isso vai ampliar a capacidade inerente, o potencial e a gama de habilidades dos indivíduos”, avalia o executivo.

No caso da Môre Talents for Tech, o capital humano e o tecnológico andam de mãos dadas para que a companhia entregue serviços inovadores, criativos e de alta qualidade. “Decidimos criar uma empresa que tivesse um olhar simétrico tanto para quem nos contrata (os clientes) quanto para quem a gente mesmo contrata (nossa equipe). Tudo o que fazemos é baseado em dados, números e métricas para cuidar das pessoas, amplificar suas potencialidades e garantir que estejam felizes”, explica Léo.

Tudo parte do princípio de que pessoas felizes são mais engajadas e, consequentemente, entregam resultados melhores. E os números confirmam. Com 98% da equipe dizendo estar contente com o seu trabalho, a Môre registrou um NPS (índice que mensura o nível de satisfação dos clientes) de 91.3% no último mês, e uma taxa de turnover voluntário de apenas 0,8% nos últimos seis meses. “Estamos genuinamente preocupados em cuidar bem de gente. Nossa dinâmica é ser, ao mesmo tempo, uma boa marca empregadora e entregadora. Nosso superpoder é unir as duas coisas. Pessoas felizes, contentes e engajadas – que têm bons salários, benefícios e ambientes de trabalho – ficam aqui e fazem super bem aquilo que gostam de fazer, entregando um design de muita qualidade para os clientes”, conta. 

A partir disso, a Môre se posicionou no mercado como uma gestora de gente talentosa apaixonada por conceber, criar e desenvolver produtos e serviços digitais encantadores. Criada em março de 2020, a proposta atraiu grandes clientes como Smiles, Samsung, Porto, Dasa e BTG Pactual, que buscam acelerar suas iniciativas de UX, design e tecnologia e fortalecer a transformação digital de seus negócios.

Superpoderes em prática

“As grandes marcas já perceberam que para transformar seus negócios precisam de talentos da nova economia e têm que construir uma boa marca empregadora para atrair essas pessoas. Isso não é ser um Great Place To Work – não é sobre um prêmio ou um selo; é sobre princípios, valores, processos e práticas do dia a dia, e como você de fato cuida das pessoas da sua organização. É isso que faz uma marca ser genuinamente uma boa empregadora”, avalia Léo.

Assumir este compromisso envolve, entre outros fatores, buscar uma relação mais simétrica entre empregador e empregado. “Normalmente, o que temos no mercado de trabalho é uma assimetria de forças e poder – o que gera uma série de problemas e distorções. É importante construir uma visão de negócio que busque acabar com essa assimetria histórica entre empregado e empregador, pois quanto mais equilibrada for essa relação, melhor é para todo mundo”, explica.

Principalmente quando o assunto é inovação. Seja no design, na ciência de dados, no universo das fintechs ou nos mais variados segmentos de serviços digitais, ser inovador não é uma mobilização restrita aos produtos entregues na ponta do cliente. Pelo contrário, deve ser considerado também da porta para dentro. Um ambiente onde os colaboradores são respeitados, acolhidos e valorizados é não só uma estratégia para atrair e reter talentos, mas também uma alavanca para o crescimento do negócio como um todo. “A prestação de serviço é baseada em pessoas e, para crescer, a empresa precisa de mais gente. A grande questão é conseguir escalar além do tamanho da equipe, ou seja, escalar o cuidado, a educação, o bem-estar e desenvolvimento dos colaboradores”, pontua.

A busca genuína e incessante por cuidar das pessoas reflete nos produtos e resultados. “Como marca entregadora, temos que resolver as principais dores que os clientes têm em seus processos transformacionais – o que, no fim do dia, está muito conectado com as potencialidades humanas, pois são pessoas que fazem as organizações se transformarem”, atenta. Em outras palavras, o que o especialista sugere é que as companhias busquem alcançar o seu “inimaginável”, com entregas excelentes e com muita potência para clientes, times, equipes e pessoas.

“A virada de chave é usar a tecnologia para criar uma geração de profissionais bem posicionados em termos de técnica, habilidades socioemocionais e saúde mental. E usar o avanço da IA generativa para sistematizar uma coisa que é muito humana – o cuidar de gente – para que possamos potencializar os talentos e cuidar cada vez melhor do que temos de mais valioso, que são as pessoas”, finaliza Léo.

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