(Imagem: Google/Divulgação)
(Imagem: Google/Divulgação)

A inteligência artificial está se tornando uma alavanca real de crescimento para
startups, com 65% delas declarando aumento no desempenho e na eficiência
operacional a partir do uso da tecnologia. O dado faz parte do levantamento Founders
Overview 2024, realizado pelo Sebrae Startups, que ouviu cerca de 900
empreendedores com faturamento anual a partir de R$ 360 mil.

Mesmo com a adoção acelerada da tecnologia no ecossistema empreendedor, ainda é
desafiador transformar um MVP em um produto pronto para produção, especialmente
em startups que estão nos estágios iniciais.

Nesse artigo, vamos apresentar conceitos básicos dos sistemas agênticos e os quatro
passos para construir agentes de IA na prática.

O que são agentes de IA?

Agentes de IA representam uma evolução significativa em relação aos assistentes
tradicionais. Eles são capazes de entender objetivos, planejar etapas, consultar dados e
executar ações de forma autônoma. Para startups com times enxutos e necessidades
operacionais crescentes, agentes de IA oferecem vantagens concretas, a saber:

  • Automatizar fluxos de trabalho, não apenas conversas ou tarefas pontuais;
  • Construir produtos competitivos, conectando agentes diretamente às suas APIs e
    dados proprietários, criando soluções difíceis de replicar;
  • Oferecer experiências mais personalizadas, já que os agentes memorizam
    preferências, histórico de uso e contexto acumulado;
    Para negócios que precisam escalar rápido, essa combinação de automação,
    personalização e acesso a dados reduz fricção, diminui custos e acelera a entrega de
    valor.

Do ponto de vista técnico, agentes são compostos por três elementos centrais:

1) Um modelo de linguagem que atua como ‘cérebro’;

2) Um conjunto de ferramentas que permitem que o agente execute operações
além da geração de linguagem, como se conectar à APIs e consultar bases de
dados;

3) Um mecanismo de orquestração, responsável por planejar, sequenciar e
combinar as ações necessárias.

O agente também depende de outros componentes fundamentais, como uma
arquitetura de dados que ofereça memória de curto e longo prazo, garantindo que o
sistema consiga recuperar informações relevantes e operar com continuidade ao longo
de múltiplas interações.

Um mecanismo de grounding, que conecta o agente a fontes confiáveis de informação
e dados reais, atualizados e verificáveis, para evitar respostas incorretas e alucinações.
Por fim, opções de implantação, que incluem ferramentas integradas de avaliação e
segurança para monitorar o desempenho e bloquear conteúdo nocivo.

4 passos para construir agentes de IA

Construir um agente de IA vai muito além de escrever instruções para um modelo de
linguagem. Trata-se de um processo iterativo que envolve definição arquitetural,
clareza de propósito, escolhas técnicas e ciclos contínuos de testes e ajustes.

1) Defina a identidade do agente: o primeiro passo é dizer quem é o agente e
qual problema ele resolve. Isso inclui escolher um nome único, uma descrição
concisa do que ele faz e qual modelo de linguagem irá alimentar seu raciocínio;

2) Guie o agente com instruções: especifique como o agente deve agir,
determinando qual é seu papel, que estilo de resposta deve adotar, quais os
limites devem respeitar e quais critérios definem o sucesso de cada tarefa.
Essas instruções formam o núcleo comportamental do agente, influenciando
diretamente a qualidade do raciocínio e a tomada de decisão.

3) Equipe o agente com ferramentas: o agente precisa de ferramentas
conectadas a APIs, bancos de dados, sistemas internos ou funções específicas,
transformando raciocínios em resultados concretos. Um agente que recebe
pedidos de bugs no sistema, por exemplo, deveria ter uma ferramenta que
buscasse arquivos relevantes no código-fonte e outra para criar e registrar um
chamado de conserto para a equipe.

4) Complete o ciclo de desenvolvimento: agora é hora de testar e avaliar o
desempenho do agente. Analise a qualidade dos dados de saída com rigor.
Testes unitários padrão não são suficientes, é preciso testar com foco em duas
áreas principais, a trajetória de raciocínio e a qualidade do output final. A
avaliação contínua durante o ciclo de desenvolvimento ajuda a detectar
alucinações e corrigir a rota antes de entrar em produção.

Soluções do Google para apoiar a construção de agentes

Startups que desejam navegar no universo dos agentes de IA de forma segura e
confiável podem contar com um conjunto amplo de ferramentas do Google Cloud. As
soluções apoiam desde o desenvolvimento com código até a criação acelerada de
protótipos, passando por integração, orquestração, segurança e implantação. Entre as
principais ferramentas estão:

1) Agent Development Kit (ADK)

Ferramenta para quem quer desenvolver agentes personalizados com maior controle
técnico. Oferece recursos para construir, gerenciar, avaliar e implantar agentes,
permitindo orquestração flexível, suporte a múltiplos agentes colaborativos e
integração com ferramentas internas e externas.

2) Vertex AI Agent Engine

Para implantar agentes desenvolvidos com o ADK, o Google oferece o Vertex AI Agent
Engine, um ambiente totalmente gerenciado e escalável. Ele permite rodar agentes em
produção sem que a startup precise montar infraestrutura própria, garantindo
performance, segurança e observabilidade.

3) Gemini Enterprise

Para quem busca criar agentes sem programação, o Gemini Enterprise possibilita
montar fluxos e capacidades conversacionais de forma visual. Ele também serve como
camada de automação operacional para agentes construídos com o ADK, ampliando a
capacidade de escalar o uso de IA dentro da startup.

4) Agent Starter Pack
Conjunto de templates, padrões e estruturas que ajudam a transformar rapidamente
uma ideia em um agente funcional, acelerando a implementação.

5) Genkit (open-source)

Framework de código aberto, que permite desenvolver arquiteturas cognitivas de
forma flexível, com suporte a integração de bibliotecas amplamente utilizadas, como
LangChain e CrewAI.

Se sua startup quer construir agentes de IA capazes de operar em escala, automatizar
fluxos de trabalho complexos e obter exemplos práticos de casos de uso, baixe
gratuitamente o Guia técnico para Startups – Agentes de IA do Google.