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Fintechzação e demanda de consumidores traz oportunidades ‘antes inimagináveis’, diz CEO da Zoop

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Zoop. Crédito: Startups

Executivos de vários setores reunidos no Innovation Xperience, em São Paulo, discutiram como serviços financeiros já trazem oportunidades para companhias de vários setores

“Em um futuro não tão distante, acredito que quase toda companhia vá tirar parte significativa de suas receitas de serviços financeiros”, escreveu Angela Strange, sócia da venture capital Andreessen Horowitz, em um texto publicado no começo de 2020. Se mais de três anos depois ainda não chegamos exatamente lá, já é possível afirmar que muitas companhias encontram parte significativa das receitas passando por serviços “fintechzados”, e exploram oportunidades de oferecer serviços mais personalizados para cada vez mais clientes – inclusive aqueles antes excluídos do sistema financeiro tradicional.

Essa antiga promessa concretizada é uma das conclusões a que chegaram lideranças de vários setores reunidos em um painel sobre o movimento da “fintechzação” das companhias, ocorrido na quarta (8) em São Paulo (SP), durante a quinta edição da Innovation Xperience Conference. O evento é promovido anualmente pelo Movimento Inovação Digital (MID). E o nome de Horowitz foi bastante lembrado.

“São várias forças ativas ao mesmo tempo. Por exemplo um Banco Central muito ativo, principalmente nos últimos 10 anos com a Lei 12.865 [que criou o Sistema de Pagamentos Brasileiro, o SPB]. Um cenário de tecnologia que permite a fintechzação. E temos um consumidor insatisfeito com vários serviços prestados no mercado”, ressaltou no palco Fabiano Cruz, CEO e cofundador da Zoop, fintech brasileira líder em serviços financeiros embarcados para o mercado B2B. “Com o consumidor demandando mais das tecnologias disponíveis hoje, surgirão soluções tecnológicas antes inimagináveis.”

O executivo citou alguns casos públicos, de clientes da empresa, que entregam valor a clientes finais e corporativos antes pouco privilegiados nas estratégias dos tradicionais “bancões”. O iFood, por exemplo, lançou recentemente o Banco dos Restaurantes, baseado na plataforma de Banking as a Service (BaaS) da Zoop, buscando facilitar o repasse dos recursos obtidos por meio do app de delivery.

“Os restaurantes optaram por ter essa conta digital porque ela está próxima da jornada de consumo. E se ele é bem avaliado [pelos clientes], o iFood consegue entregar um crédito mais barato, uma oferta de serviços maior. Quem está atendo a esse ‘grito’ do consumidor vai se dar melhor. E é quem vai desenvolver soluções mais próximas do dia a dia do cliente”, ressaltou o CEO da Zoop. 

Outro projeto rodando sobre a plataforma da Zoop e citado por Cruz é o Tap to Pay, do Nubank, que transforma um celular em maquininha de cartão. O cliente PJ do “roxinho” pode vender, usando o próprio celular, no débito ou crédito, e também pode gerar um link de pagamento direto para vendas à distância ou via Pix.

Crédito não-bancário

O painel durante a conferência, chamado “Fintechzação e competitividade: como diferentes setores da economia estão inovando na oferta de serviços financeiros ao cliente”, também abordou a transformação financeira de empresas em diferentes segmentos. No caso do Grupo Energisa essas iniciativas são simbolizadas pela Voltz, fintech criada em 2018 para atender dois grandes objetivos: melhorar a jornada do consumidor de energia e aproveitar brechas na atuação dos bancos.

“No período pré-pandemia, o grupo Energisa identificou que dois terços dos clientes de 11 estados pagavam as contas de energia em lotéricas com dinheiro”, lembrou Daniel Orlean, fundador e co-CEO da Voltz. “Essas pessoas tinham que se deslocar de uma cidade pra outra para chegar ao banco mais próximo. Elas demandavam uma inclusão digital e financeira, que poderia trazer mobilidade social.”

E não só isso, ressaltou Orlean. O Grupo, naquele momento, gastava cerca de R$ 90 milhões por ano para receber essas contas nas lotéricas. De uma “carteira digital” a empresa se tornou uma fintech. Agora, com o conhecimento dos consumidores mais profundo obtido ao longo dos últimos anos, a Voltz também é capaz de conceder crédito por meio do parcelamento de contas.

“Quantas pessoas acabam atrasando e não tem crédito, por serem invisíveis para o mercado? Usamos modelos de IA para criar um score proprietário. Temos muitas informações sobre pagamento e estamos mais preparados para oferecer crédito para uma conta atrasada do que o sistema financeiro”, ressaltou.

Mauricio Santos, CEO da Claro Pay, conta que a fintech da operadora de telecomunicações nasceu, primeiro, com o objetivo de oferecer seguros para celular – que encontra infeliz demanda no mercado brasileiro. E, ao longo do tempo, foi capaz de (em alguma medida) competir com os bancos tradicionais nas ofertas para os clientes internos. 

“Temos construído uma plataforma multilateral em que a gente pluga soluções de fintechs e bancos que queiram oferecer soluções para nosso grupo de clientes, que a gente conhece bem pelos dados que temos. Nosso diferencial competitivo é o relacionamento com o cliente”, explicou durante o debate. 

Para ele, as capacidades dadas pelo Open Finance aos clientes para compartilhar informações financeiras inclusive com instituições não-bancárias aumentou as oportunidades para as companhias. E vários serviços financeiros podem ser oferecidos a partir desse conhecimento mais profundo, e sem ferir a Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD.

“Podemos oferecer crédito de pequeno valor, o nano crédito. Descobrimos que grande parte da população precisa de créditos de pequenos valores para usos emergenciais”, disse Santos, citando um serviço agora oferecido pela Claro Pay para que o cliente continue usando o celular pré-pago mesmo quando não faz a recarga, “acertando” o valor em recargas posteriores.

A empresa concede esse, e no futuro outros, modelos de crédito também por um meio de score próprio. “Os valores vão até R$ 400 e o cliente tem 14 dias para pagar. Temos feito pesquisas com os clientes e perguntado para que usam esses valores, e a maior parte é alimentação”, disse o executivo. “O objetivo é depois oferecer financiamento de um celular, por exemplo.”

“É uma camada da população que os grandes bancos nunca tiveram muito interesse. A forma de fazer isso é conhecendo melhor o cliente e oferecendo crédito mais personalizado”, disse o CEO.

Bancos, seguradoras e desafios

No caso do Banco Carrefour, braço financeiro da rede varejista francesa, o objetivo com a fintechzação tem sido o de transformar os serviços de crédito oferecidos pelo menos desde 1989, ressaltou Thomas Merodak, head de retenção do cliente do banco. Para ele, o que importa nesse movimento de ser uma fintech é “trazer uma proposta de valor simbólica”, mesmo que isso não signifique necessariamente competir com um banco tradicional.

“Essa dinâmica fez uma mudança muito positiva para o mercado, para os clientes e os players [concorrentes]. Os grandes tiveram também que se reinventar e entender que ali não era o status quo deles. Apesar de dolorida, é uma transformação que foi um marco para a gente”, lembrou.

Nuno David, diretor comercial e de marketing da Mag Seguros, lembrou que a empresa atua em um setor altamente regulado, e que a saída para se “fintechzar” foi criar um ecossistema fora de suas fronteiras. O objetivo é vender um produto que “ninguém quer comprar”.

Segundo ele, a maior barreira para o processo no Brasil ainda é o acesso ao capital, ainda caro. Mas, disse ele, o “Brasil apareceu de novo nos radares dos grandes fundos depois da pandemia”. E que mesmo o aspecto regulatório deve ser encarado de forma positiva.

“O regulador [Susep] tem claramente uma estratégia de abertura da regulação, entrada de tecnologia. O Open Insurance tem poucas regulações [no mundo] tão avançadas como a brasileira. Ao invés de se queixar tanto, precisamos aproveitar essas oportunidades e tirar partido”, disse o executivo português.

Fabiano Cruz, da Zoop, lembra outros aspectos positivos para o futuro da “fintechzação” brasileira. Um deles é o Pix, caso de sucesso brasileiro muito elogiado entre todos os painelistas, mas também o Drex – nome do projeto-piloto do Real Digital em execução pelo Banco Central. 

“Com isso vão nascer muitas e muitas aplicações”, disse o CEO da Zoop. “Acho que vai ser uma revolução. O Brasil virou referência. O Drex já é um case de sucesso. E os próximos cinco anos vão ser incríveis de aplicações.”

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Imagem: Aline Lima/Wave Filmes