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Headline avança estratégia e mira novos aportes em 2023

Romero Rodrigues e Gabriel Alves, sócios da Headline no Brasil
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Próxima a completar um ano desde a captação de seu novo fundo, a Headline (anteriormente e.ventures) avança em sua estratégia para investir e apoiar startups brasileiras com alto potencial de escala. A gestora global de venture capital, que opera em parceria com a XP Asset, levantou R$ 915 milhões com cerca de 12.500 cotistas para formar um portfólio de até 25 startups nos próximos quatro anos.

Comandada no Brasil por Romero Rodrigues e Gabriel Alves, a Headline atua globalmente, com 8 escritórios espalhados pela Europa, Ásia e nos Estados Unidos. “Buscamos empreendedores que são muito bons e já teriam sucesso por conta própria, mas que conosco podem crescer e criar valor de forma mais rápida e eficiente”, afirma Romero, em entrevista ao Startups. Mais do que oferecer capital financeiro, a gestora deseja agregar valor para as suas investidas a partir de três pilares.

Primeiro, o time de gestão. Romero possui vasta experiência como empreendedor (ele foi CEO e co-fundador do Buscapé) e investidor, como managing partner da Redpoint e.ventures e membro do conselho de diversas empresas de tecnologia como TOTVS e Wayfair. Já Gabriel traz uma visão mais institucional, dos mais de 15 anos de mercado financeiro, tendo atuado como diretor-executivo do BTG Pactual e diretor da XP Investimentos.

“Nossa intenção sempre foi de complementaridade. Trazemos visões adicionais, com experiências de vida distintas que convergem para gerar valor ao portfólio”, pontua Gabriel. Os executivos fazem parte do conselho das startups investidas pela Headline e realizam reuniões periódicas com os empreendedores para dar conselhos relacionados à contratação do time, ajustes na máquina de vendas, estruturação da próxima rodada de investimentos, entre outros.

Além de Romero e Gabriel, a Headline global, conta com mais de 44 sócios em todo o mundo, que também agregam muito valor – as startups que desejam expandir internacionalmente têm acesso facilitado à rede de parceiros. Além disso, os fundos de fora podem trazer insights valiosos para o negócio, uma vez que a Headline global já investiu em modelos parecidos com os do Brasil. A norte-americana goPuff, por exemplo, traz uma proposta semelhante à brasileira Smart Break, 1ª investida da Headline no Brasil. “Os sócios globais compartilham quais foram os principais erros durante o  crescimento e as estratégias para evitá-los. São insights que podem acelerar em dois ou três anos a estratégia da empresa”, conta Romero.

O 3º pilar é a parceria com a XP. Os cotistas do fundo são pessoas físicas e investidores qualificados, incluindo empresários, médicos, advogados e outros profissionais bem-sucedidos que podem ajudar a alavancar o crescimento das investidas. Além disso, “há uma rede de assessores B2B e B2C, todos motivados a nos ajudar a encontrar startups. Temos mais de 26 mil pessoas, entre cotistas do novo fundo e assessores espalhados em mais de 800 cidades do Brasil”, observa Gabriel. A XP oferece ainda uma série de produtos financeiros que podem resolver as dores das startups, como soluções de crédito ou serviços bancários.

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Criando o portfólio

Com US$ 4,0 bilhões sob gestão, a Headline global é investidora de empresas como Creditas, Farfetch, Pismo, goPuff, Bumble, Sonos, AppFolio, Cameo e Scopely. Por aqui, a gestora agnóstica busca empresas do estágio seed à série B, por uma participação minoritária de entre 15 a  20%. As startups mais atraentes são aquelas que mesmo se tiverem pouca receita já mostram bons indícios de tração e se destacam pelo fit do produto e do mercado.

Somando os parceiros brasileiros com os internacionais, a Headline tem o melhor dos dois mundos, unindo sócios que trazem a visão e profunda experiência local com outros que possuem expertises globais. “Temos independência total para investir no Brasil, mas fazemos questão de incluir os sócios de fora no comitê de investimento. Muitas startups nacionais trazem propostas parecidas com o que os fundos globais já viram e/ou investiram lá fora. O olhar deles nos ajuda a tirar algum vício local que podemos ter no processo de decisão, trazendo as dores e oportunidades que eles já viram acontecer”, diz Romero.

No Brasil, a Headline já conta com 2 investidas. O 1º cheque foi para a Smart Break,  empresa líder no varejo de mercado autônomo em condomínios e empresas. Em dezembro, a gestora anunciou que investiu R$ 30 milhões na startup, em uma rodada que totalizou R$ 36 milhões com participação de UVC Investimentos, fundo de venture capital do Grupo Ultra, e outros investidores. Três meses depois, a Headline anunciou um novo aporte, dessa vez na healthtech Fin-X, que atua na conexão entre médicos, hospitais e planos de saúde com o objetivo de reduzir custos e aumentar a eficiência operacional, tema esse, extremamente importante devido aos desafios que o setor enfrenta atualmente.

A gestora ainda deve fazer três ou quatro investimentos em 2023, encerrando o ano com até seis investidas. “Boa parte do foco nos próximos anos será cobrir o universo de startups brasileiras e montar o portfólio com as 20 melhores. Ainda estamos no começo desse processo, apesar de já termos recebido decks de mais de 2.400 startups em 10 meses – um número cinco vezes maior do que o que costumávamos ver antes da parceria com a XP”, afirma Romero. O executivo explica que não há pressa para concluir os investimentos. “Temos muita cautela e tranquilidade, aproveitando a conjuntura atual para escolher muito bem os empreendedores”, pontua.

Escritório da Headline em São Francisco, nos Estados Unidos
Escritório da Headline em São Francisco, nos Estados Unidos (Foto: Divulgação)

De olho nos potenciais

Apesar deste ser um período delicado para startups em busca de aporte e para os fundos captando novos recursos, Romero enxerga excelentes oportunidades para o ecossistema. “Historicamente, é nesses momentos do ciclo econômico que são criadas as melhores empresas de tecnologia, e dessa vez não será diferente. No ambiente de escassez, a startup se torna mais eficiente e criativa; e as que conseguem levantar investimento enfrentam menos competição. É o ambiente que costuma criar vencedores. Nosso entusiasmo com o venture capital no Brasil é melhor do que nunca, e os fundos que souberem investir em 2023 terão saldos espetaculares”, avalia.

Enquanto muitos fundos podem ter dificuldade de captar dinheiro por conta da alta do juros e da inflação, gestoras que tenham captado nos últimos 12 meses, como a Headline, ganham uma vantagem natural. “Temos um fundo fresco, com muito capital disponível para escolher com calma as startups. Há mais tempo para pesquisar e identificar quais são as melhores propostas, conhecer o empreendedor e entender de que forma valor gerar valor para ele”, diz Romero.

Gabriel acrescenta que como a Headline está no início do período de investimento, não há problemas de portfólio para lidar. “Um dos papéis de um bom fundo é ajudar as startups que estão com dificuldade, e isso toma tempo. Felizmente, é uma dor de cabeça que não temos. Isso nos coloca 100% focados em procurar as melhores empresas. O Brasil é um baita celeiro para venture capital, o melhor mercado do mundo na nossa opinião: não faltam ineficiências e dores para serem solucionadas, possui um mercado consumidor enorme e o brasileiro é muito aderente a soluções tecnológicas, o que acelera muito o crescimento”, finaliza.

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