O empreendedorismo feminino vem crescendo de forma expressiva ao redor do mundo, com cada vez mais mulheres criando seus próprios negócios em diferentes nichos do mercado. No entanto, os avanços em diversidade, inclusão e representatividade feminina no mercado de tecnologia ainda são tímidos.
Segundo o estudo “Female Founders Report 2021”, elaborado pelo Distrito com a Endeavor e a B2Mamy, apenas 4,7% das startups são fundadas exclusivamente por mulheres – um avanço de apenas 0,3% nos últimos 10 anos. Os desafios se intensificam na hora de levantar capital: apenas 2% dos investimentos de venture capital são destinados a startups lideradas por mulheres, de acordo com o relatório “European Women in VC”.
Os dados mostram o quanto o empreendedorismo de inovação ainda é um mercado restrito à presença feminina e evidenciam a urgência de criar ações intencionais para reverter este cenário. Com a missão de apoiar as empreendedoras de tecnologia em todo o mundo, a InDrive, plataforma de mobilidade e viagens urbanas, realiza anualmente o Aurora Tech Award, programa global para mulheres fundadoras de startups de tecnologia da informação (TI) cujos projetos tiveram impactos significativos no desenvolvimento mundial.
“Empoderar as mulheres, especialmente em setores historicamente dominados por homens, como TI, é crucial para desafiar a desigualdade de gênero. O Prêmio Aurora é uma iniciativa ousada para chamar a atenção de investidores e divulgar startups fundadas e lideradas por mulheres”, afirma Sardana Mikheeva, vice-presidente global de operações da InDrive. “Por meio dessa iniciativa, pretendemos descobrir mulheres brilhantes e inovadoras, principalmente no Brasil, e ajudá-las a liberar todo o seu potencial para causar um impacto positivo no mundo.”
As finalistas receberão prêmios em dinheiro de até US$ 30 mil e terão acesso ao programa de mentoria inDrive, além de outras oportunidades para se desenvolverem e aprimorarem seus negócios. Mas mais do que uma premiação, o projeto representa uma oportunidade de desafiar a injustiça, criar mudanças positivas e inspirar jovens que sonham em iniciar seus próprios empreendimentos.
O propósito do programa é ir além do dinheiro, engajando as participantes e criando um ambiente propício para que elas atuem em comunidade e fortaleçam sua presença no mercado global, uma apoiando a outra para formar um ecossistema potente e colaborativo. Com um olhar especial para o mercado brasileiro, a iniciativa visa ajudar as empreendedoras a se posicionarem no setor, escalarem suas tecnologias e criarem negócios de sucesso.
Quem pode participar
O Aurora Tech é direcionado para qualquer mulher fundadora ou cofundadora de uma empresa criada nos últimos cinco anos, que tenha como produto-chave soluções baseadas em tecnologias da informação. É necessário que as candidatas ocupem um cargo C-level na companhia no momento em que a inscrição for enviada.
Para se candidatar, as executivas devem apresentar uma breve biografia contando suas principais conquistas e os desafios que enfrentaram ao estar à frente da startup, além de compartilhar as habilidades e características profissionais que a ajudaram a superar esses obstáculos. Elas devem descrever a empresa, explicando de que forma o negócio contribui para melhorar o mundo, e explicar o motivo da candidatura contando de que forma o prêmio pode impactar a sua vida, a empresa e a comunidade.
As interessadas poderão se inscrever a partir de setembro. Após o envio do formulário, um time interno que forma o comitê da premiação irá selecionar os 20 perfis que mais se destacarem e, em seguida, uma comissão julgadora irá escolher as vencedoras, que serão divulgadas no início do próximo ano. O júri é formado por executivas de empresas globais de diversos setores no ecossistema de inovação.
O Aurora Tech Award foi lançado em 2021 e em seu último ciclo, realizado entre 2022 e 2023, recebeu 395 inscrições de 51 países. A grande vencedora foi Elizabeth Mwangi, do Quênia, que fundou a startup Gwiji for Women. A empresa desenvolveu um app que conecta faxineiras das favelas de Nairóbi a clientes que precisam de seus serviços, fomentando o empoderamento econômico de mulheres de baixa renda e incluindo esta população na economia digital.