Com a relevância do Brasil e do Estado de São Paulo no ecossistema global de fintechs e startups dos mais diversos nichos, é importante pensar como chegamos aqui, qual é a origem desse movimento, seu desenrolar e possíveis desdobramentos.
É com isso em mente que Leonardo Abrão, fundador da Abrão Filho, subirá ao palco principal do CASE 2022, evento produzido pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), no dia 17 de novembro, às 11h30. No mesmo dia, às 13h, o sócio diretor de capitais estrangeiros da Abrão, Victor Bulcão, prestará mentoria para empresas e startups que estejam passando por rodadas de investimento, esclarecendo os trâmites de “banking, Bacen e Câmbio”.
Fundada há mais de 11 anos, a Abrão Filho já estava na vanguarda da disrupção financeira no Brasil, quando em 2011 começou a plugar em bancos familiares com carteira de câmbio para criar produtos, baratear e dinamizar os serviços de câmbio no país. Seja por sua frente de varejo Cambiar, atuando como comparador de preço e e-commerce de câmbio manual ou varejo, ou com sua atuação atacadista, por meio de operações mais estruturadas, para clientes qualificados através de seus agentes autônomos de câmbio.
Segundo Leonardo Abrão, que atua no mercado bancário e cambial brasileiro desde 2007, há muita confusão sobre as terminologias comercializadas no mercado. “crossborder payment, remittance, remessa online, mass payout, na verdade é tudo câmbio sacado, feito parcialmente ou integralmente automatizado, a depender de alguns parâmetros em relação à atividade jurídica de cada player”, afirma.
Ele cita outro equívoco, em relação às atividades e atuações dos players. “ Uma startup não é necessariamente fintech – e talvez nem seja startup se ela não existir no plano físico. Ou seja, seria apenas uma .COM. Há ainda uma grande confusão quanto ao termo banco digital, que na verdade, pode ser uma instituição de pagamento, ou até mesmo uma software house, consumindo um BaaS (Banking-as-a-Service) ou FaaS (Forex-as-a-Service).
O último relatório de economia bancária do Banco Central do Brasil (Bacen), lançado em 2022 em relação ao período de 2021, aponta que 80% das transações cambiais ainda estão concentradas em 10 bancos, os top varejo e corp. A correspondência bancária, com viés cambial ou pura cambial, normatizada no ano de 2011, foi justamente a maneira encontrada pelo Bacen para trazer mais concorrência, barateamento e fluidez para o mercado cambial brasileiro, justamente no ano de fundação da Abrão Filho.
A companhia coproduziu e palestrou no fintech day do festival SWV, da Startse, no ano passado, com o intuito de trazer das raízes as origens, definições e atuações da miscelânea do mercado cambial, e esse será justamente o foco no CASE 2022.