No mercado há pouco mais de dois anos, o Vibee tem se estabelecido no cenário nacional de healthtechs como um dos hubs de referência do setor, apoiando startups em todos os estágios a desenvolverem suas soluções e abrir portas no segmento de saúde. Agora ele se prepara para abrir a sua quinta turma de aceleração.
Fundado dentro da Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo (VTRP), região no interior do Rio Grande do Sul, por meio de sua atuação digital, o Vibee não demorou para ganhar notoriedade nacional. Apesar de estar sediado em Lajeado, cidade a cerca de 110 quilômetros de Porto Alegre, a companhia já abrigou healthtechs de todo o país.
“Até o momento já rodamos quatro batches de aceleração, com 48 startups graduadas”, pontua Rafael Zanatta, head do Vibee. Segundo explica o executivo, a opção por escolher poucas startups em cada chamada não é à toa. “Focamos em poucas startups de cada vez, a fim de garantir um atendimento personalizado para cada uma”, explica.
Conforme explica Rafael, o programa do hub se dispõe a “abraçar” parte do risco rodando num modelo equity free, mas sempre com a possibilidade de investimento. De acordo com o executivo, existe um bom motivo para isso: o trabalho com as startups também serve para a Unimed entender melhor o mercado e suas demandas, tanto referentes ao mundo das operadoras de saúde, como é o caso da Unimed, mas também de caminhos inovadores para o setor.
“Não queremos apenas acelerar para buscar um exit lá na frente. Pensamos nossas acelerações como uma forma de participar e fomentar o ecossistema, assim como ter uma visão mais abrangente do mercado”, explica Rafael. Isso nos ajuda inclusive a trabalhar com startups que venham a se relacionar conosco futuramente”, completa.
É um posicionamento bastante distinto de muitos hubs criados por empresas tradicionais, onde a prática mais comum é buscar startups para a solução de desafios internos. O Vibee não descarta a possibilidade de acelerar projetos que sejam de interesse para a Unimed VTRP, mas este não é um pré-requisito para entrar no ecossistema do hub.
“Mesmo em caso de soluções com fit para operadoras de saúde, tivemos casos em que fez mais sentido conectar uma startup com outra Unimed do país, do que fazer um projeto por aqui”, revela. Hoje o sistema de Unimeds – ou singulares, que é o termo utilizado internamente – é composta por mais de 300 unidades, responsáveis por mais de 19 milhões de vidas.
Olhar personalizado
Ao falar de como o Vibee trata as suas startups, Rafael insiste em uma palavra: personalização. Segundo explica o executivo, cada healthtech é analisada em seis pontos (solução, mercado, canais, time, gestão e capital). Segundo ele, é uma visão que vai além do foco em desenvolver e testar soluções utilizando a estrutura da empresa-mãe.
A partir de um diagnóstico feito por especialistas e gestores – cada startup recebe uma trilha de aceleração individualizada, ajustada de acordo com o momento da empresa, as necessidades de negócio e os desafios enfrentados.
“Criamos um ambiente para as startups se sentirem seguras em endereçar seus desafios de negócio, contando o que não está funcionando tão bem, ao invés daquela conversa comercial tradicional que no longo prazo tem pouca serventia”, dispara Rafael.
Segundo o executivo, são essas conversas que ajudam founders a encontrar caminhos alternativos, ou “corrigir rotas” para garantir o sucesso de seus produtos ou modelo de negócio, algo que se tornou ainda mais premente em um cenário pós-pandemia, dada as mudanças no cenário da saúde e do próprio mercado de VCs.
De acordo com o head do Vibee, essa abordagem diferenciada não atrai apenas startups em estágio inicial, que ainda estão encontrando o seu caminho no mercado, mas também players conhecidos, que buscam no hub insights para fazer suas manobras na estratégia de negócio. Nomes como Klivo (que recebeu uma série A de R$ 55 milhões no ano passado) e Cíngulo estão na rede de apoiadas pelo Vibee.
“A Cíngulo começou no mercado com foco total no B2C, mas quando buscou fazer uma entrada no segmento B2B em 2021 ela contou com a ajuda do Vibee para auxiliar nessa transição”, afirma Rafael. “O mercado de saúde ainda é bastante fechado, então muitas startups buscam meios de abrir portas nos grandes players, e nós ajudamos a fazer estas pontes.
Por falar em construção de pontes, para a quinta turma de aceleradas, o Vibee pretende dobrar a aposta no lado consultivo, aumentando o número de mentorias e conexões individualizadas. Isso também resultou no esforço em trazer fundos de investimento para perto, a fim de ajudar as startups a chegarem mais preparadas na mesa dos VCs. “Queremos dar o suporte necessário sobre como negociar melhor, fazer um deck ‘matador’, e acertar a governança para estar pronto para uma rodada”, explica Rafael.
Movimentando o ecossistema
Embora o número de startups aceleradas seja limitado, o ecossistema de empresas conectadas ao Vibee é bem maior. Segundo Zanatta, somando as empresas que se inscreveram em turmas anteriores ou buscaram o hub para conhecer melhor o seu trabalho, é uma uma rede de mais de mil startups ligadas ao hub. Para o executivo, esta procura por parte das healthtechs é uma confirmação do prestígio que o Vibee conquistou por suas iniciativas.
“Todas as startups que trabalharam conosco viram que a gente é diferente, pois notaram que temos um papel fundamental no desenvolvimento delas, e consideram o nosso apoio como um ‘selo de qualidade'”, explica o executivo. “Certa vez nos disseram que seríamos a Y Combinator das healthtechs do Brasil”, completa.
Mesmo contando com um posicionamento inicial ligado ao “discovery”, o Vibee não deixa de fazer seus investimentos, olhando para soluções inovadoras de todos os tipos. Já foram quatro cheques assinados, num total de R$ 3,5 milhões aportados – em startups e soluções não relacionadas ao core business da Unimed VTRP. “Isso demonstra que nosso olhar está voltado para soluções disruptivas, independente se entregam soluções para operadoras ou não”, pontua Rafael.
O Batch #05
Com inscrições abertas até o dia 24 de março, a quinta turma de aceleração do Vibee é uma evolução do trabalho realizado pelo hub até agora. “Assim como fazemos com as startups que atendemos, nosso trabalho está em constante melhoria, e isso chega para dar ainda mais apoio às novas aceleradas”, afirma Rafael.
A aceleração é dividida em duas categorias. O Vibee Start, para promissores negócios early stage que buscam validar ou desenvolver seus MVPs, sem a necessidade de ter clientes. Já para as healthtechs já em operação, o Vibee Go dá o apoio necessário para escalar o negócio, explorar possibilidades e ganhar mercado.
Para este batch batch, o executivo adianta que as startups selecionadas terão acesso a mais mentorias, mais soluções personalizadas, e especialmente, mais conversas e insights com investidores. “A parte de investimentos foi algo que afinamos em nosso batch anterior e será reforçado ainda mais para esta nova turma”, revela.
Para concluir, o executivo do Vibee dá a letra sobre o que as healthtechs podem esperar ao fazer parte de sua nova turma. “Não somos um hub para startups em busca de discursos vazios e soluções fáceis. Entretanto, para os founders que buscam trocas produtivas – e às vezes duras – para buscar o sucesso, o Vibee é o lugar certo”, afirma Rafael.
Ficou interessado e quer fazer parte do ecossistema do Vibee? As inscrições para o batch #5 do programa estão abertas até o dia 24 de março – e podem ser feitas pelo link abaixo.