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CODEX: 2022

Ao menos 7 novos unicórnios, consolidação nos portfólios, valuations ainda mais malucos, dinheiro gringo e mais movimentos para prestar atenção em 2022

Codex
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Boa noite,

Pois é, o ano começou. Debaixo de chuva, depois de uma manhã ensolarada aqui em São Paulo, pelo menos. Fosse Róliúdí, seria a chuva da redenção, a lavada d´alma que limpa o passado e traz a virada, novos tempos. 

Mas aqui é vida real e o que a gente tem é mais tempo no trânsito, ou tragédias como a que assola a Bahia.

Discussões cinematográficas e pluviométricas a parte, o que interessa mesmo é que é hora de olhar pra frente, se preparar para o que vem por aí. E imbuído deste espírito, resolvi ligar a bola de cristal aqui e fazer umas previsões – belos chutes, isso sim – do que vai rolar ao longo do ano.

Fiz esse exercício no começo do ano passado e fico feliz que boa parte das previsões tenham se concretizado. Fundadores conseguiram melhores termos em suas negociações, family offices tiveram papel mais ativo nos deals, os investimentos foram para além das fintechs e teses mais tradicionais, o Nubank foi avaliado em US$ 30 bilhões…

Por outro lado, a consolidação dos fundos não rolou. Nem faltaram boas fintechs para serem compradas. A Conductor não virou unicórnio (mas mudou de nome, para Dock), nem o Neon (pelo menos não anunciado).

Mas e 2022? Dá uma olhada nas apostas. E me cobra – ou me questiona – depois.

Boa leitura e boa semana.

Gustavo Brigatto


O QUE ESPERAR DE 2022

  • Teremos pelo menos 7 unicórnios. O número pode chegar a 10 se colocarmos na conta nomes como Pipefy, Pismo e quem sabe a JusBrasil;
  • Consolidação dentro dos portfólios das gestoras.É sabido e esperado que a maior parte dos investimentos em startups não dê certo. Mas gestores e investidores querem ter a melhor composição em seus portfólios. Então porque não pegar o que não está indo muito bem e juntar com o que está bombando ou tem chances de ir bem? O jogo do acqui-hire vai se acelerar em 2022; 
  • Consolidação entre startups. Capitalizadas, companhias de todos os portes vão sair às compras para acelerar seus planos;
  • Sem IPOs de tech brasileiras no 1º semestre. Enquanto a coisa não acalmar a janela estará fechada;
  • A conta não considera os SPACs de SoftBank, Valor Capital, Kaszek+Mercado Livre achando seus alvos de aquisição, o que certamente vai acontecer;
  • Valuations malucos ainda na mesa;
  • Relacionado com tudo que já foi falado aqui em cima está o aumento do interesse gringo pela América Latina e pelo Brasil. E isso vai se manter e aumentar. O ritmo talvez seja um pouco mais lento do que poderia ser por conta de questões macro, mas as oportunidades – aí incluindo o Real desavalorizado – estão aí para serem agarradas;
  • Mercado secundário começa a tomar corpo com as iniciativas do sandbox do Banco Central;
  • As fintechs das fintechs, ou provedores de banco como serviço (BaaS) vão continuar a ganhar espaço e investimento;      

Semana 27 de Dezembro a 2 de Janeiro

RODADAS DE INVESTIMENTO

  • A Nulinga, dona de um aplicativo para ensino de inglês, recebeu uma rodada seed de US$ 1 milhão. O aporte foi  liderada pela Niu Ventures e teve participação da GV Ventures, GVAngels e de outras. O CEO do Gympass, Cesar Carvalho, investiu na rodada de pré-seed de US$ 360 mil em julho de 2020. A Nulinga foi criada pelos fundadores da SinRutina, startup argentina comprada pelo Gympass;
  • A SuperSim, fintech de crédito focada em pequenos empréstimos, fechou uma rodada de série A, que contou com a participação de investidores novos e já existentes. O aporte de R$ 25 milhões de reais foi liderado pela IDC Ventures. Recentemente, a fintech também levantou a quantia de R$ 136 milhões por meio de uma captação FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), estruturada pela Milênio Capital
  • A Tencent fez um investimento no banco digital inglês Monzo. O valor aportado não foi revelado, mas a Sky News apurou que o valor teria sido de US$ 100 milhões. O Monzo vale hoje US$ 4,5 bilhões, menos do que o Nubank valia quando a Tencent investiu nele;

FUSÕES E AQUISIÇÕES

  • A SulAmérica fechou a aquisição de 100% da Sompo Saúde, seguradora japonesa com 116 mil usuários de convênio médico no Brasil, por R$ 230 milhões. A compradora, fundada pela família Larragoiti, já tem cerca de 2,4 milhões de usuários de convênio médico e mais 2 milhões de plano odontológico. Hoje, a SulAmérica é a quarta maior operadora do setor, com 12% de participação de mercado na Região Metropolitana de São Paulo, sua principal área de atuação. Com a Sompo, a seguradora encosta na Bradesco, cujo share é de 13%, e na Amil, que tem 17% do mercado (mas a controlada da UnitedHealth vai ver esse percentual diminuir com a venda de sua carteira de planos de saúde individual, com quase 400 mil usuários);
  • O alemão DeliveryHero se tornou o maior acionista do espanhol Glovo (que saiu fugido da América Latina) com a compra de uma fatia de 39,4% na operação. O grupo já tinha 43,8% do negócio. A operação deu ao Glovo um valor de mercado de US$ 2,3 bilhões. Os aplicativos serão mantidos independentes.

RECOMPRA DE AÇÕES

  • Aproveitando a queda no preço das ações e em um esforço para mandar uma mensagem ao mercado de confiança no que a companhia está fazendo, a Locaweb e seus executivos fizeram a recompra de 5.5 milhões de ações. Deste total, 2 milhões foram compradas pela própria companhia, utilizando caixa da tesouraria. Os controladores recompraram outras 3.268.200 ações, o Conselho de Administração, 58.400 ações e a Diretoria 128.000 ações. “Esse movimento mostra que acreditamos muito no potencial da companhia. A decisão de recompra foi unânime e todos envolvidos na alta gestão apostaram nessa estratégia, pois acreditamos no longo prazo da Locaweb.” disse Fernando Cirne, presidente da Locaweb, em comunicado. Em 1 ano, a ação da companhia perdeu 36% de valor, impactada pelo movimento generalizado de venda que se acelerou em novembro por conta das incertezas com os rumos da economia.

SMU NO SANDBOX

  • Após um pedido de revisão, a SMU teve aprovado o seu pedido para participar do sandbox regulatório do Banco Central. A ideia é testar um serviço de compra e venda de ações secundárias para startups. A Begin teve um projeto semelhante aprovado, a BEE4, mas com foco em negócios com um porte um pouco maior. 

DANÇA DAS CADEIRAS

  • A Conta Zap reforçou sua equipe com a contratação de Cristiano Palazzo como Head de Banking, comandando o desenvolvimento tecnológico da empresa. A vertical de banking é estratégica para a companhia que atua com transações financeiras por mensageria, incluindo as modalidades de Pix, autorizadas recentemente pelo Banco Central;
  • A Dialog, startup que desenvolve o SuperApp Dialog, acaba de contratar Ana Bolsoni como CXO – Chief Customer Experience Officer;
  • Renata Cabral, ex-Itaú, chegou como reforço da Marvin para liderar iniciativas de growth e ações de marca,

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