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Boa tarde,

Com está seu Carnaval que não é Carnaval? Coisa estranha, né? Será que em 2022 vamos ter 8 dias de folia pra compensar? Eu não descartaria a possibilidade.

Enquanto você matuta sobre o assunto, venho te trazer um alento, uma alegria, aquele sorriso no canto da boca neste momento.

A semana passada foi bem agitada. Especialmente na B3, com 4 IPOs e R$ 5,2 bilhões captados por MosaicoBemobiIntelbras e Westwing. Dei uma olhada nos prospectos das companhias e compilei onde elas prometem aplicar tanto dinheiro.

No venture capital, o destaque ficou com os aportes no segmento de healthtech, que parece ser o novo queridinho dos investidores – depois, e sem esquecer, jamais, das fintechs.

Também chamaram a atenção a fusão da Vee Benefícios com a francesa Swile e da PSafe com a CyberLabs (do portfólio da Redpoint).

Boa leitura e boa semana.

Gustavo Brigatto
Fundador e Editor-Chefe


SEMANA DE 8 a 12 de FEVEREIRO


QUASE R$ 6  BILHÕES CAPTADOS EM IPOs

Os 5 IPOs de empresas de tecnologia na B3 em 2021 levantaram R$ 5,2 bilhões em apenas uma semana. A lista, que tinha ganhado LocawebEnjoeiMéliuz e Neogrid no ano passado, agora tem também MosaicoBemobiIntelbras e Westwing. A LG Sistemas, de software de gestão, ainda protocolou pedido para fazer a sua listagem.

Tá, mas e daí?

Sim, talvez haja um otimismo excessivo com relação às empresas de tech que estão para a bolsa. E sim, a tendência é que haja uma correção em algum momento. Mas quando isso vai acontecer, é difícil prever, por isso está todo mundo aproveitando o momento. Enquanto isso, as empresas vão aproveitando os caixas reforçados para contratar e fazer aquisições. O que deve deixar o mercado ainda mais movimentado em 2021.


A HORA E A VEZ DAS HEALTHTECHS?

Nos últimos anos, as fintechs lideraram com folga o interesse de investidores em startups no Brasil. Isso não deve mudar, mas outras teses começam a ganhar mais espaço. E a primeira delas são as healthtechs. Na semana passada, três rodadas deram sinais de como o mercado deve se comportar nos próximos meses:

  • Alice – plano de saúde que não quer visto como mais um plano de saúde – levantou uma series B de US$ 33,3 milhões. A rodada da companhia criada pelos ex-99 André Florence e Matheus Moraes teve como líder o fundo americano ThornTree Capital Partners (que já investiu na LivUp) e contou com a participação da Kaszek, Canary e Maya Capital, que já eram investidores da Alice. O Endeavor Catalyst também entrou. Em operação desde meados de 2020, a healthtech levantou US$ 47,8 milhões.
  • A operadora digital de planos odontológicos W.Dental levantou uma rodada de R$ 2 milhões com a Fuse Capital
  • Zenklub levantou uma rodada de R$ 45 milhões.

Teve ainda o anúncio da Sami – que recebeu um aporte de R$ 86 milhões em novembro – de que seu plano de saúde para empresas terá uma versão para microempreendedores individuais (MEI). Com isso, o mínimo de vidas para contratação de um plano baixou de 2 para 1. A companhia passou a oferecer seu plano de saúde há 4 meses.

Tá, mas e daí?

Dentro da avaliação de que onde tem ineficiências, tem espaço para startups atuarem no Brasil, é natural – e até necessário – que novas áreas entrem no radar dos investidores. E saúde e educação são dois segmentos que mostraram precisar de muitas novidades por conta da pandemia. As edtechs ainda precisam amadurecer um pouco para receberem mais atenção. Mas será uma questão de tempo para isso acontecer.


RODADAS DE INVESTIMENTO

  • Grão Direto, plataforma de compra e venda de commodities agrícolas, levantou uma rodada de R$ 13,5 milhões. O aporte foi liderado pela Lanx Capital e contou cm a participação da Barn Investimentos, da Bayer (por meio de seu programa “Leaps by Bayer”) e do braço de investimentos do Grupo Rendimento, além de pessoas físicas. A companhia já tinha levantado uma rodada em 2018, um ano depois de sua fundação, liderada pela Monsanto (que foi comprada pela Bayer). Com receita em 2020 nove vezes maior que em 2019, a Grão Direto quer ampliar sua base dos atuais 70 mil para 500 mil usuários e sair de 3 para 10 estados atendidos até 2022;
  • Final Level, empresa de entretenimento focada no mercado gamer criada em 2018 pela Go4it Capital – de Marc Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann, Cesar Villares e Felipe Stanford, que não foi vendida para a Adventures na operação com a Go4it Agency– levantou R$ 8.5 milhões co-liderado por sócios da Atmos CapitalOutfield Capital, a inglesa 1st11, além de family offices como a Kaducaio Holding, do gestor Kadu Cunha, sócio do Grupo Mantiqueira. A proposta da companhia é usar os recursos para “se aproximar ainda mais do consumidor e fomentar o gaming lifestyle por meio da tecnologia”;
  • bornlogic, dona da gerentesdigitais, uma plataforma para anúncios na internet criada para ajudar a aumentar as vendas em lojas físicas, recebeu uma rodada de R$ 8 milhões da Astella. “Vamos trazer ainda mais densidade computacional para ela, a fim de inovar e dar suporte para o novo modelo de negócio que estamos proporcionando ao mercado”, disse, André Fonseca, presidente da bornlogic, em comunicado. Nos próximos 18 meses, a startup pretende triplicar a receita e também sua equipe;
  • DIO (Digital Innovation One), escola de programação que conecta alunos a empresas em busca de mão de obra tecnológica, recebeu uma rodada de R$ 3,5 milhões da DOMO Invest;
  • Ali Crédito, concorrente da bxblue no segmento de crédito consignado para funcionários públicos, recebeu um aporte de R$ 1 milhão da GR8 Ventures;
  • GR8 Ventures também investiu R$ 1,1 milhão na Beleaf, de alimentos à base de plantas;
  • Movile participou de uma rodada de US$ 3,6 milhões na startup argentina de logística Moova. Além da dona do iFood, participaram a MatteScale Ventures, a Kalei Ventures, a FJ Labs (do fundador da OLX, Fabrice Grinda) e a Alya Capital Partners. A companhia, que atualmente opera em seis países da região, usará os recursos para acelerar a expansão de suas operações e se estabelecer em outros locais, como o México;
  • O supermercado on-line mexicano Jüsto levantou uma série A de US$ 65 milhões liderada pela General AtlanticFoundation Capital e Mountain Nazca, que já eram investidores, acompanharam. O plano é crescer no México e também expandir no resto da América Latina;
  • Considerado a primeira página da internet, o lugar onde nascem boa parte dos memes por aí, e agora, o lugar onde pequenos investidores se juntam para derrubar os tubarões do mercado financeiro (ou algo parecido com isso), o Reddit levantou mais US$ 250 milhões. No post em que anunciou o aporte, a companhia não apresentou os investidores da série E. No Crunchbase, estão a Vy CapitalTencentSequoia e a Andreessen Horowitz. Com 16 anos, o Reddit já captou US$ 800 milhões. A série tinha acontecido no começo de 2019. Na época, a companhia foi avaliada em US$ 3 bilhões. Hoje, vale US$ 6 bilhões. O Reddit diz ter 52 milhões de usuários diários, um crescimento de 44% em relação ao ano passado. “Agora era a oportunidade certa para fazer investimentos estratégicos no Reddit, incluindo vídeo, publicidade, produtos de consumo e expandir para mercados internacionais”, escreveu a companhia.

AQUISIÇÕES E FUSÕES

  • Nuvini, antiga Keiretsu, do Pierre Schurmann, anunciou sua primeira aquisição. O alvo foi a plataforma de marketing digital Leadlovers. O valor da operação não foi revelado. Ao Valor, Schurmann disse que essa é a terceira aquisição da companhia. No Clubhouse, no entanto, ele tem dito que a empresa já fechou 8 negócios. O objetivo, segundo ele, é formar uma holding de 15 empresas de software como serviço em diferentes segmentos até o fim do ano. O perfil buscado é de empresas que estão há pelo menos cinco anos no mercado e faturam entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões por ano.
  • Depois de levantar R$ 170 milhões com SoftBankGeneral Atlantic e Redpoint, a Cortex fechou a aquisição da ITB360, especializada na coleta de dados sobre empresas para inteligência de vendas com mais de 17 mil fontes de dados em 150 países.
  • O gigante da comunicação WPP comprou a empresa mineira de serviços de tecnologia DTI Digital. O valor da operação não foi revelado. Com a operação, a WPP avança no Brasil com sua estratégia de trazer para dentro de casa ofertas na área de tecnologia, disputando espaço com consultorias como a Accenture.
  • Adventures, agência criada em dezembro/20 pelo ex-diretor de marketing da Ambev, Ricardo Dias, e por Raphael Avellar, da Avellar Mediacomprou a Go4it Agency, agência de marketing esportivo de Marc Lemann, César Villares e Felipe Stanford. Ele se tornam sócios da Adventures – que planeja fazer uma captação de R$ 50 milhões no meio do ano.
  • Vee Benefícios se fundiu com a francesa Swile, que também atua com benefícios flexíveis. Com a troca de ações feita entre as duas companhias, a Vee terá R$ 200 milhões para investir em sua operação ao longo dos próximos dois anos. A Swile tinha intenção de vir para o Brasil desde meados do ano passado e as duas companhias começaram a conversar sobre uma união em setembro, em meio à busca da Vee por uma nova rodada de investimento. Em entrevista ao Startups em agosto, Raphael Machioni, fundador e presidente da companhia, tinha dito que o plano era triplicar sua base de usuários, passando de 100 mil em um período de 12 meses. O segmento de benefícios está movimentado com a atuação de startups como VeeFlash e Caju e a entrada do iFood;
  • CyberLabs AI e a PSafe anunciaram a fusão de suas operações, criando o Grupo CyberLabs. O negócio foi costurado pela Redpoint, que é investidora das duas empresas. A meta é chegar a uma receita de R$ 100 milhões em 2021.
  • Financial Times revelou que a Microsoft manteve conversas com o Pinterest para comprar a companhia por US$ 51 bilhões. A proposta foi recusada pela companhia que tinha o grupo japonês Rakuten como um de seus principais investidores até o começo do ano passado. O movimento vem pouco tempo depois de a companhia não ter conseguido avançar na compra da operação americana do TikTok. A leitura é que, além do interesse na construção de comunidades, o movimento seria uma forma de aumentar o uso de seu serviço de computação em nuvem, o Azure. Talvez o negócio não sair tenha sido para o bem tendo em vista o dedo podre da Microsoft para aquisições no segmento de B2C – vide o fiasco da compra da área de celulares da Nokia.

RELAÇÃO COM INVESTIDORES

  • A fintech iugu colocou no ar um site de relação com investidores. O objetivo do canal, segundo a companhia “é de criar uma relação direta com os stakeholders da empresa, disponibilizar os resultados financeiros da iugu, dados sobre a administração e outras informações”. “Com esta iniciativa, a iugu reforça o compromisso com a transparência e as boas práticas de governança corporativa, alinhado com as estratégias de crescimento”, disse Renato Ribeiro, CEO da fintech, em comunicado.

VENTURE DEBT

  • Galápagos, do ex-BTG e C6, Carlos Fonseca, quer mais que dobrar o volume de transações de venture debt feitas em 2021, passando de R$ 45 milhões em sete negócios, para R$ 150 milhões em 15 operações.

ANTECIPAÇÂO DE RECEBÍVEIS PARA PMEs

  • Uma semana depois de anunciar uma rodada de US$ 6 milhões liderada pela Kinea – que administra o fundo de corporate venture capital do Itaú – a Monkey apresentou o Spike, uma plataforma de antecipação de recebíveis para pequenas e médias empresas. Até agora, ela era focada apenas em grandes corporações. “Os estabelecimentos comerciais terão melhores condições de antecipação das suas respectivas agendas de cartão de crédito, além de uma solução que dará acesso a uma plataforma digital, onde o empreendedor poderá consultar seus recebíveis e montar os parâmetros (volume, prazos, fornecedores) da antecipação, além de buscar todas as ofertas disponíveis pelos agentes financeiros cadastrados na plataforma”, disse a Monkey em comunicado. Com a diversificação da atuação, a companhia amplia sua atuação e entra em competição mais direta com a Antecipa, comprada pela XP ano passado (que também tenta entrar no mercado das grandes).

BICICLETAS SAUDÁVEIS

  • Tembici teve uma receita superior a R$ 100 milhões em 2020. No ano, a companhia atingiu Ebitda positivo, na casa de 30%, com crescimento de 300% em margem bruta. De acordo com a empresa, o avanço é resultado da combinação entre patrocínios e receita de usuários. Em 2020, cerca de 15 milhões de viagens foram realizadas com as bicicletas compartilhadas da companhia e a previsão é alcançar mais de 25 milhões em 2021.Em termos de receita, a expectativa é crescer 60%, chegando a mais de 60% de margem bruta e mais de 20% de margem Ebitda. Em 2 anos, a companhia quer dobrar de tamanho. Para isso, o principal foco é na expansão na oferta de bicicletas elétricas.

CARTÃO DE CRÉDITO DA SAMSUNG

  • Com seu celular mais recente, o Galaxy 21, custando entre R$ 6 mil e R$ 10,5 mil, a Samsung resolveu apelar para a estratégia de fintechização e lançou seu próprio cartão de crédito. A ideia é permitir o parcelamento do novo aparelho em 21 vezes – um prazo que nenhum varejista em sã consciência vai querer fazer nesse momento de grandes expectativas, mas muita incerteza em relação à retomada da economia. As compras de produtos Samsung com o cartão no também rendem descontos e pontos adicionais no programa de relacionamento da companhia. O Samsung Itaucard Visa vem na modalidade Platinum e tem anuidade gratuita.

MARKETPLACE DO CARTÃO XP

  • Inspirada na estratégia do Banco Inter, a XP lançou um marketplace de produtos e serviços para os clientes de seu cartão de crédito. A princípio serão 20 marcas: AmericanasCentauroCobasiDroga RaiaExtra.comFast ShopPandoraRiHappy e Vivara. As compras terão cashback que pode variar de 1% a 10% e que serão automaticamente transformados em investimentos – como no BTG.

REMÉDIOS COM RECEITA PELO RAPPI

  • Em sua “nem sei mais qual número” nova categoria de atuação, o Rappi começou a vender remédios com receita. O lançamento acontece inicialmente apenas no Rio e em Niterói, com a Drogaria Venancio, O serviço usará o formato de receitas digitais do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) ou da NexoData, startup parceira na iniciativa.

BYE BYE OYO

  • Afetada pela queda na demanda por conta da pandemia, a OYO demitiu o restante dos funcionários que tinha no Brasil e na América Latina e passará a atuar de forma remota, a partir da Índia, na região. Como parte dessa reformulação, a SoftBank Latam (SBLA), com a qual a companhia tinha um acordo para atuar na região, não estará mais envolvida na operação. Em abril do ano passado a OYO já tinha reduzido em 70% sua operação no Brasil, demitindo 500 de 700 pessoas. “COVID-19 é uma crise de saúde que continua impactando as pessoas em todo o mundo de maneiras que nunca havíamos imaginado e sem uma visibilidade clara de quando a recuperação ocorrerá. Bloqueios inesperados, interrupções de planos de viagem e restrições afetaram consideravelmente a indústria de hospitalidade e turismo, a qual enfrenta um hiato de grande escala em todo o mundo, incluindo a América Latina”, informou a OYO em comunicado. De acordo com a companhia, não estão previstas interrupções nas reservas já existentes durante a transição de modelo, e ela entrará em “contato com “hotéis parceiros, hóspedes e outras partes interessadas nos próximos dias com mais informações” sobre o processo.

FALANDO EM SOFTBANK


FALANDO EM SOFTBANK 2

  • A companhia reverteu o prejuízo bilionário do 3º trimestre de 2019 com um lucro bilionário no mesmo período de 2020: US$ 8 bilhões. A virada veio de uma série de mudanças no portfólio da companhia, que teve sua estratégia de altos (e arriscados) investimentos questionada por conta do fiasco do IPO do WeWork.

FACEBOOK PREPARA CLONE DO CLUBHOSE (NÃO ME DIGA!)

  • Quem duvidava que isso iria acontecer? O Facebook já está trabalhando em um clone do Clubhouse. Segundo o New York Times, o desenvolvimento ainda está em fase inicial.

FALANDO EM CLUBHOUSE

  • O aplicativo foi bloqueado na China depois de ser usado para conversas com críticas ao regime do país (não me diga!)

OS BITCOINS DA TESLA

  • Tesla anunciou a compra de US$ 1,5 bilhão em bitcoins e sinalizou pretende começar a aceitar a moeda como pagamento por seus carros. O anúncio fez a cotação da moeda digital subir 7% e abriu um debate sobre o objetivo da montadora ao fazer a operação: Reserva de valor? Diversificação de investimentos? Pura especulação? Elon Musk tem sido um árduo defensor de criptoativos, usando seu Twitter para promover moedas como a Dogecoin (ainda não sei se por piada ou por convicção, de fato).

FALTOU DA SEMANA PASSADA


RECOMENDAÇÇOE DE LEITURA


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  • A professor Andrea Minardi, do Insperpublicou um white paper com desempenho da indústria brasileira de PE e VC com base em informações de FIPs disponíveis na CVM no período de 1994 a 2018.

 

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