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Boa tarde,

Nas últimas semanas tenho feito alguns experimentos aqui na newsletter que eu queria explicar e ver o que você tem achado. Você assinante deve ter percebido que os textos das matérias estão indo inteiros no corpo do e-mail. O formato é parecido com o que eu estou fazendo aqui no CODEX. A ideia é facilitar a leitura. Gostou da ideia? Me dá um feedback por aqui.

Você também deve ter reparado uma faixa vermelha gritando ali no cabeçalho “EDIÇÃO EXCLUSIVA PARA ASSINANTES”. Bom, essa é auto explicativa. A ideia é te prestigiar como assinante.

Junto com esses dois movimentos, passei a fazer a newsletter para quem não é assinante num formato de teaser, sem entregar tudo, pra criar a sensação de FOMO que todo produto/serviço precisa para converter um cliente novo.

Blá, blá, blá a parte, o que esteve mais movimentado na semana passado foi o mercado de M&A. Magalu comprou alguém, pra variar. B2W, por meio da Supermercado Now, também. O Nubank, contratou um novo diretor de tecnologia, André Esteves está investindo pesado para criar o MIT brasileiro e novidades do Clubhouse – lembra aquele aplicativo de salas de áudio?

Boa leitura e boa semana.

Gustavo Brigatto
Fundador e Editor-Chefe

SEMANA DE 5 a 11 de ABRIL

RODADAS DE INVESTIMENTO

  • O banco digital Cora levantou uma rodada série A de R$ 150 milhões liderada pela Ribbit Capital, que já era investidor da companhia. O aporte contou com a participação da Kaszek Ventures (que já tinha investido no seed), e também de QED Investors e Greenoaks Capital. Com 533 mil clientes, a fintech tem meta de fechar o ano com 300 mil. O aporte veio mesmo com a companhia tendo metade dos US$ 10 milhões do seed recebido em 2019 ainda em caixa;
  • FinanZero, do sueco Olle Widen, levantou uma rodada de US$ 7 milhões. A rodada foi liderada pelos investidores suecos VEFDunross & Co, e Atlant Fonder, que já investiam na companhia . Com a rodada, a fintech de empréstimos soma quase US$ 23 milhões captados;
  • O unicórnio mexicano Kavak – que já está operando no Brasil desde janeiro – levantou US$ 485 milhões em uma série D que avaliou a companhia em US$ 4 bilhões. Lembrando que a empresa de compra e venda de carros usados atingiu o status mítico em setembro/20.
  • Outro unicórnio latino, a dLocal, levantou US$ 150 milhões com u valuation de US$ 5 bilhões. A rodada veio menos de 7 meses de a companhia se tornar um unicórnio com valuation de US$ 1,2 bilhão (alguém tem ideia de quanto a Ebank tá valendo?);
  • A empresa de pagamentos Plaid, que ia ser comprada pela Visa, mas que teve a operação bloqueada pelo governo dos EUA, levantou US$ 425 milhões em uma rodada que a avaliou em US$ 13,4 bilhões. O montante é quase 3 vezes maior que os US$ 5,3 bilhões que a Visa se propôs a pagar inicialmente. Até que ficou bom, né?

FUSÕES E AQUISIÇÕES

  • Supermercado Now, que pertence à B2Wcomprou a Shipp e a Packk, que pertenciam à Zaitt. O negócio, que não teve o valor revelado, foi feito por meio da Sapore, que comprou a Zaitt no fim de 2019. A aquisição faz parte da estratégia da B2W para ampliar sua atuação no segmento de entregas de comida em 2021 e a expectativa é a de que o negócio auxilie a companhia a ganhar capilaridade nesse nicho. Com o negócio, a companhia passa a atuar apenas com o seu braço de mercados autônomos.  Com as mudanças, o sócio-fundador Rodrigo Miranda, que era responsável por todo o grupo, passa a ser CEO da Zaitt e passa a integrar o conselho da Shipp e da Zaitt. O outro co-fundador  Tomás Socpel assume como CEO da Shipp. Ainda não está claro se as empresas serão mantidas como negócios separados;
  • Agrosmart comprou a argentina BoosterAgro, dona de um aplicativo de dados meteorológicos, agronômicos e produtivos. Com a operação, que não teve o valor revelado, a companhia entra na Argentina e amplia sua base de usuários  de 4 mil, com 800 mil hectares de terras atendidas, para 100 mil com 48 milhões de hectares em 9 países.
  • Magalu fez mais uma aquisição: a SmartHint, desenvolvedora de uma ferramenta de busca inteligente e recomendação de compras no comércio eletrônico. Foi o 3º negócio em duas semanas da varejista e o 6º no ano. A venda ainda foi o 26º exit da gestora Bossanova nos últimos 36 meses. Ao todo, a gestora nascida em 2015 já realizou mais de 750 investimentos diretos e indiretos em 555 startups. O portfólio atual tem 550 companhias;
  • O banco Modalmais, que tem o Credit Suisse como investidor (fatia de 35%) e está às vésperas do IPO, anunciou duas aquisições: a Carteira Global, de consolidação de investimentos e  a startup de análise de dados Refinaria de Dados – que algumas pessoas chamavam de Palantir brasileira. As operações estão sujeitas a aprovação do Banco Central. As duas companhias continuarão a atuar de forma independente atendendo outros clientes. Em 2020 a Refinaria tinha recebido um aporte de R$ 200 mil ao ingressar no programa de aceleração da Darwin.
  • O fundo Positive Ventures comprou a participação da C6 na Provi, fintech de crédito estudantil focada em cursos profissionalizantes para programadores. a troca de sócio vem no momento em que a Provi conversa com fundos para uma série A de US$ 20 milhões a US$ 30 milhões que deve rolar no meio do ano. A Provi, aliás, anunciou uma captação de R$ 50 milhões por meio da emissão de uma debênture estruturada pela Vert.

NOVOS FUNDOS

  • DGF está captando um novo fundo de US$ 50 milhões e prepara duas saídas depois da venda da participação n RD Station. Primeiro cheque da companhia, em 2013, a gestora teve um retorno de  cerca de 34 vezes o capital investido e conseguiu taxa de retorno nominal de 75% ao ano.
  • A edtech Trybe levantou um FDIC de R$ 50 milhões lastreado em recebíveis dos alunos para financiar sua proposta de só receber pagamento depois que os alunos – e possíveis futuros progrramadores – conseguem um emprego. Entre os cotistas, estão as gestoras Verde — de Luis Stuhlberger — e Milênio, além dos multi-family office Brainvest e Lakewood. Investidores que são sócios da Trybe, como o chairman da Renner, José Galló, e o family office Luxor também aplicaram no fundo.

GLOBO NO GOOGLE

  • Globo anunciou que está migrando sua tecnologia para os serviços de nuvem do Google. Como o mundo dá voltas, né? Uma vez, quando o Google estava começando a montar sua estratégia de posicionar o YouTube como uma plataforma de conteúdo que poderia competir com a TV, ouvi uma história de uma reunião que não deu muito certo entre as duas empresas. Um executivo global do Google chegou no PROJAC de helicóptero, com toda pompa. No meio das discussões – que deviam estar acaloradas naquele momento – um executivo da Globo solta a frase: “Você sabe com quem está falando?”. O emissário de Mountain View então se levanta e vai embora. Esse era o clima no começo da década passada. A Globo, inclusive, proibia seu conteúdo de ser colocado no YouTube Adianta o filme em uma década e a Vênus Platinada se torna um dos maiores clientes do Google Cloud na América Latina. E viva a coopetição!

DARK STORES

  • O Rappi, que já atua com o modelo de dark kitchens no Brasil – são 100 ao todo – lançou uma operação de dark stores. Os endereços terão produtos como itens para café da manhã, bebidas geladas, azeites especiais, pães e frutas frescas e importadas, patês, queijo brie e presunto serrano até acessórios e produtos de limpeza, entre outros. A ideia é que as compras cheguem aos clientes em um prazo de 10 minutos e sem substituições – uma dor de cabeça frequente quanto eu compro pelo aplicativo, diga-se de passagem! Inicialmente, serão 26 lojas em São Paulo, Campinas, Curitiba, Recife e Fortaleza. A expectativa é chegar a 60 ainda no 1º semestre e  100 até o final de 2021.

FALANDO EM RAPPI

  • Sacra.com, empresa americana que atua no mercado secundário de investimento, fez um relatório bastante detalhado com estimativas sobre a operação do Rappi na América Latina. Ela compara o aplicativo ao chinês Meituan e dá a ele um valuation de US$ 7 bilhões – considerando um múltiplo de 7x EV/2022. O número é 75% superior aos US$ 4 bilhões que a investida da SoftBank atingiu ano passado naquela rodada que o Startups deu antes de todo mundo e sobre a qual a empresa fala pouco até hoje.

APROVEITANDO PRA FALAR DE IFOOD

  • iFood anunciou ter chegado à marca de 60 milhões de pedidos por mês. Em março, 270 mil restaurantes estavam cadastrados na plataforma. Considerando um tíquete médio de R$ 55, dá pra estimar que a receita mensal total (GMV) do aplicativo esteja na faixa de R$ 3,3 bilhões. Como você já tinha lido aqui no Startups, a companhia disputa o segundo lugar nas vendas on-line com o Magalu. No 4º trimestre, a varejista teve receita de R$ 10,065 bilhões, o que dá cerca de R$ 3,35 bilhões por mês.

LÁ NO TOPO

  • Enquanto Magalu e iFood disputam o 2º lugar – de olho em chegar no 1º – o MercadoLivre fala de suas próximas apostas de crescimento: uma espécie de Shopify próprio, que permita que vendedores criem lojas fora do site – uma estratégia que bate de frente com VTEX e, de certa forma Locaweb, e que já não deu muito certo para o eBay, que acabou vendendo a Magento – e o negócio de publicidade – copycat da Amazon, que já tá comendo espaço do Google nos EUA, e que está endo copiada pelo Magalu também.

COWORKING DE CONSULTÓRIOS

CLUBQUEMMESMO?

  • Lembra do Clubhouse? Aquele aplicativo de mensagens de voz que fez sucesso no agora distante mês de fevereiro? Pois é, ele anda meio fraco em termos de salas e acesso nos últimos tempos, mas está fazendo coisas. O aplicativo anunciou que vai permitir o envio de dinheiro para criadores de conteúdo dentro da plataforma pelo Clubhouse Payment. Eles vão receber 100% do pagamento. Nessa semana, saíram duas apurações da Bloomberg sobre movimentações da companhia: eles estariam negociando uma nova rodada com valuation de US$ 4 bilhões. Coincidentemente, saiu dias depois uma outra história falando que o Twitter teria se aproximado da companhia para comprá-la por…. US$ 4 bilhões. Curioso, né?

CRÉDITO PRA QUEM TE QUERO

  • Omie fechou uma parceria com a fintech de crédito Nexoos para oferecer crédito a seus clientes. Por meio de um FIDC, a companhia vai liberar linhas de crédito de R$15 mil a 500 mil, com taxas que vão de 1,14% a 4,19% ao mês, e sem precisar apresentar garantias. Os pagamentos mensais começam a partir do mês subsequente ao desembolso e devem ser finalizados em até 24 meses.

AMEAÇA ROXA

  • Nubank pode superar o Banco do Brasil em número de clientes em 2023, segundo estimativa da XP. A conta é simples. O neobank vem acrescentando mais de 1 milhão de clientes por mês à sua base. Considerando que esse número se mantenha pelos próximos 36 meses – o que não é muito difícil já que o plano de expansão não mira só o Brasil, mas também a América Latina -, serão mais de 36 milhões de clientes novos, passando de 70 milhões no total. Hoje, o Banco do Brasil lidera o mercado com 74 milhões de clientes. A ameaça do roxinho também vale para a própria XP. Quando a companhia abrir o capital na Nasdaq, ano que vem, ela possivelmente vai valer mais do que a empresa de Guilherme Benchimol.

AINDA FALANDO DO NUBANK…

  • O neobank anunciou um investimento de US$ 135 milhões em sua operação no México. Desse montante, US$ 70 milhões serão injetados pela própria companhia. Os US$ 65 milhões restantes serão financiados por JP Morgan, Goldman Sachs e Bank of America. A injeção de recursos vem no momento em que a operação no país completa 1 ano de vida. “O México é um mercado estratégico para o Nubank. A população mexicana representa 20% de toda a América Latina, mas apenas 60% é bancarizada. Além disso, apenas seis bancos concentram 75% de todo o mercado local. O que aprendemos nesse último ano de operação no país é que os mexicanos desejam serviços financeiros mais humanos, transparentes e sem burocracia”, disse David Vélez, cofundador e CEO global da companhia em comunicado.

O MIT BRASILEIRO

  • A família de André Esteves está doando R$ 200 milhões para a criação do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), uma faculdade sem fins lucrativos focada em computação. A ideia é que os recursos cubram a criação da instituição e sua manutenção até ela ter uns 400 alunos – quando está previsto entrar em break even. As primeiras turmas estão previstas para o começo de 2022.

SUA LOJA NA INTERNET

  • PagSeguro anunciou uma parceria com a Loja Integrada para que seus clientes possam montar suas lojas de forma simples e com custo mais baixo. A campanha vai até o dia 22 de maio e os lojistas que aderirem em sua primeira assinatura a partir do plano PRO 3 da plataforma Loja Integrada terão o direto a ter a configuração da sua loja gratuitamente.

UMA IP PRA CHAMAR DE SUA

  • Neon Pagamentos recebeu autorização do Banco Central para se tornar uma Instituição de Pagamentos (IP) nas modalidades de emissora de moeda eletrônica e emissora de instrumento de pagamento pós-pago. Com a liberação, ela ganhou a opção de oferecer mais produtos diretamente, reduzindo sua dependência do banco BV.

DANÇA DAS CADEIRAS

  • Gabriel Pentagna Guimarães está de saída do dia a dia do banco BS2, passando para o  conselho de administração. Ele será substituído por Marcos Magalhães, ex-CEO da Rede;
  • Nubank contratou o americano Matt Swann – ex-AmazonBookingCitibankCitadel, entre outros  – como diretor de tecnologia. Com a chegada dele,  o confundador do neobank, Edward Wible, que até hoje ocupava o cargo, assume a diretoria de Plataformas Tecnológicas e, assim, pode voltar a contribuir mais diretamente com os sistemas e infraestrutura, “um antigo desejo”, disse a companhia em comunicado. Swann ficará em Amsterdã, onde mora atualmente, enquanto a companhia opera de forma remota. Mas a ideia é que ele se mude para o Brasil;
  • A imobiliária digital AoCubo contratou a ex-Loft Fernanda Sujto como COO da startup.  A companhia criada em 2017 tem atualmente 59 AoCubers (apelido dado aos seus funcionários).

RECOMENDAÇÕES DE LEITURA

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  • As vendas pela internet chegaram a representar 11% de tudo que foi vendido no varejo brasileiro em 2020, segundo levantamento feito pela Mastercard. O número é quase o dobro do registrado antes da pandemia, na casa dos 6%. Atualmente, a fatia está em 7%. E segundo a Mastercard, 1,3 ponto percentual do crescimento apresentado no último ano é permanente;
  • Incognia e a Konduto (solução antifraude para e-commerce e pagamentos digitais comprada pela Boa Vistacriaram um infográfico com dados sobre fraudes no ambiente de dispositivos móveis mobile e o comportamento dos fraudadores.

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