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Bom dia,

Sete rodadas de investimento e quatro aquisições. Esse foi o saldo da semana passada. Bem animado, né? Para o Startups, que completou 2 meses de vida ontem, foi gratificante trazer, em primeira mão e com mais detalhes informações sobre algumas dessas operações.

Foi aqui que você leu primeiro (sim, antes de todo mundo) sobre a nova rodada da Rappi e também qual foi o valuation da Zoop na nova rodada feita pela Movile. Aqui você também soube antes sobre os planos da Kinea Private Equity, do Itaú para o mundo do venture capital. Não saia daí. É só o começo!

Boa leitura e boa semana.

Gustavo Brigatto
Fundador e Editor-Chefe

 


A nova rodada da Rappi

Um ano e meio depois de levantar US$ 1 bilhão em uma rodada liderada pela SoftBank, o Rappi abriu uma nova captação. A roda revelada em primeira mão pelo Startups, tem objetivo de captar US$ 350 milhões. Segundo documento enviado à SEC, até dia 18, tinha entrado menos da metade disso. questionada pelo Startups, a companhia não deu detalhes da captação. No dias seguintes, revelou a outras publicações que o montante levantado já chegava a US$ 300 milhões e que o investimento foi liderado pela T. Rowe Price – no CrunchBase estão registrados apenas SoftBank, Sequoia e Delivery Hero.

A companhia também anunciou a inclusão da compra e venda de carros entre as modalidades disponíveis para seus usuários por meio de uma parceria com a Karvi.

Tá, mas e daí?

Uma rodada de mais de US$ 300 milhões não é bolinho. Por isso chama a atenção o fato de a Rappi ter sido discreta com o anúncio da chegada dos novos recursos. A estratégia também foi usada pelo Nubank. No caso do neobank brasileiro, uma explicação pode ser o fato de que os recursos foram levantados com investidores já existentes para reforçar o caixa. Na Rappi esse não foi o caso já que teve gente nova entrando. Estamos de olho (se souber de algum bastidor, quero falar com você!)

De todo jeito, o aporte vem no momento em que a demanda para os aplicativos de entrega tende a dar uma caída por conta do afrouxamento das medidas de isolamento social. Com isso, os investimentos em aquisição e fidelização de clientes tendem a subir. O que justificaria um reforço de caixa. Também pesa a estratégia de superapp companhia. A entrada em novos segmentos (como entretenimento, venda de carros e viagens) exige investimentos relevantes.


Aporte da Movile na Zoop

A Movile fez um novo investimento na fintech Zoop – que atrua no modelo de “fintech como serviço”, oferecendo a infraestrutura para que outras empresas ofereçam serviços financeiros. Depois dos US$ 18 milhões aportados em 2018, a dona do iFood injetou mais US$ 10 milhões na operação. O Startups apurou que o negócio avaliou a Zoop em R$ 400 milhões. A Movile ainda não assumiu o controle da operação, mas tem opção de fazer isso já no começo do ano que vem. Um dos principais clientes da Zoop hoje é a Movile Pay, o braço de pagamentos da Movile – que por sua vez tem como principal usuário o iFood. A companhia continuará atuando de forma independente atendendo outras empresas que não são do grupo Movile.

Tá, mas e daí?

A Movile acertou na loteria quando investiu no iFood. O aplicativo de entrega de comida ficou muito maior do que a empresa como um todo. Um problema bom, mas que colocou a barra lá em cima para as outras iniciativas da companhia. Como fazer um novo iFood? Debaixo de seu guarda-chuva a Movile tem negócios como o Playkids e a Sympla, mas todos ainda muito pequenos e com perspectivas de crescimento limitadas – a Sympla, por exemplo teve que se sacudir com a paralisação nos eventos presenciais em meio à pandemia. Com esse cenário, o segmento de fintech, que já tinha um cenário promissor, ganha ainda mais relevância.

E ao que tudo indica a companhia quer ganhar de duas formas: atuando diretamente, com o iFood e outros produtos tentando se tornar o banco do seu segmento, mas também sendo o fornecedor para outras empresas que enxergam a oferta de serviços financeiros como uma parte interessante de seus negócios.


Se a moda pega…

Dois dos neobanks mais conhecidos do Reino Unido, o Monzo e o Starling, anunciaram a introdução de novas tarifas par seus clientes. O Monzo vai cobrar uma taxa de clinetes que acarem mais de 250 libras em um período de 30 dias, assim como pela segunda via do cartão físico. O Starling também fará a cobrança pela segunda via, assim como dos cartões para crianças e também para quem faz transferências usando o sistema de pagamentos instantâneo da terra da Rainha, o Chaps.

As medidas são, em parte uma resposta à queda nas receitas por conta do recuo no consumo durante a pandemia, e um foco das fintechs no unit economics.

Tá, mas e daí?

Os tempos das estratégias de crescimento das startups sem muita preocupação com os gastos passaram – pelo menos por enquanto. Neste sentido, os investimentos em aquisição de clientes estão bem menores do que antes e as companhias estão olhando mais para dentro para otimizar custos e também gerar mais receita. É natural que esse movimento aconteça de forma acentuada no segmento de fintechs, que foi um dos que mais recebeu atenção do mercado nos últimos anos.

Ainda é cedo para pensar nesse movimento de cobranças de tarifas acontecendo no Brasil porque as contas e bancos digitais ainda estão em um processo de crescimento (e a não cobrança de tarifas é um ponto de diferenciação importante em relação aos bancos tradicionais). Mas é inexorável que as cobranças começarão a ser feitas em algum momento.


Rodadas de investimento

  • A Acesso Digital levantou R$ 580 milhões com a General Atlantic e a SoftBank. A rodada veio sete meses depois de a Bricks (que agora se chama Igah Ventures) fazer um aporte de R$ 40 milhões na companhia (soa como uma rodada ponte, né?)
  • A corretora Ideal, nascida em 2019 para atuar com investidores institucionais, levantou R$ 100 milhões em uma rodada série A liderada pela Kaszek (que também investe no Nubank, que comprou a Easynvest). Um dos objetivos com o aporte é entrar no mercado de varejo, mas indiretamente, fornecendo tecnologia para outras corretoras.
  • A Quasar Flash, startup de antecipação de recebíveis ligada à gestora Quasar Asset, recebeu um aporte série A de R$ 25 milhões liderado pela Valor Capital. A ideia é usar os recursos para investir em tecnologia.
  • A EmCasa recebeu uma rodada de R$ 20 milhões dos fundos Monashees, NBV, Pear Ventures, Caravela e do Meli Fund, do Mercado Livre. Os recursos serão usados para expansão da operação em São Paulo e no Rio e para investimento em tecnologia. É a terceira captação da companhia, que já tinha levantado R$ 28 milhões com Monashees, Maya Capital e Canary.
  • A Leaf, empresa americana que atua com dados sobre os mercados de alimentos e da agricultura, levantou uma rodada seed de US$ 2 milhões liderada pela Cultivan Sandbox Ventures que contou com a participação da SP Ventures e da Radicle Growth, que já investiam na companhia.
  • A empresa de pagamentos pagolivre fez um aporte de R$ 3 milhões na Joinkey, que faz a conciliação de vendas feitas em maquininhas de cartão. É o segundo investimento na companhia o primeiro havia sido de R$ 2 milhões.
  • A Iporanga Ventures fez um investimento de R$ 1 milhão na FiledLink, de gestão de equipes remotas. Os recursos serão usados para investimento em comercial e produto
  • A Cannabis, um site de vendas de produtos para quem faz algum tratamento com cannabis medicinal, abriu uma rodada de equity crowdfunding na SMU para levantar R$ 2 milhões. A rodada segue aberta até dia 7 de outubro, ou até acabarem as cotas disponíveis. O aporte mínimo é de R$ 5 mil.

Novos fundos

  • A KPTL, gestora nascida da compra da Inseed pela A5, de Paulo Humberg, criou uma área para investir em fundos quantitativos – que usam algoritmos para tomar as decisões de alocação dos recursos. A operação tem como sócio Jay Jáner (ex-GP), e conta com dois veículos em operação (Fermi e Bohr). Quando foi criada, em dezembro/19, a KPTL tinha como meta chegar a R$ 1,9 bilhão em ativos sob gestão em 2020, quase o dobro do total registrado à época.
  • A Kinea Private Equity, do Itaú, está começando a olhar o mercado de venture capital. O Startups apurou que a companhia já tem pelo menos duas pessoas olhando essa área. Ainda não está claro se haverá um fundo específico, mas a expectativa é que um primeiro negócio seja fechado já nos próximos 30 dias.

Aquisições

  • A Pixeon, desenvolvedora de tecnologias para a área da saúde controlada pela Riverwood Capital, comprou a BoaConsulta, que faz sistemas de gestão clínica e telemedicina. Com a operação (a sexta de sua história) ela complementa sua oferta e chega a quase 6 mil clientes – com mais de 42 milhões de pacientes e mais de 150 milhões de exames e consultas ao ano. A BoaConsulta tinha como investidores Kess Coolen (fundador do Booking.com), Valor Capital, 500 Startups, Trindade Investimentos e Performa Investimentos. Eles se tornam sócios da Pixeon.
  • A Loft comprou a fintech de crédito Invest Mais, redobrando sua aposta no financiamento dos imóveis que ela vende. De acordo com a companhia, o valor somado de financiamentos originados anualmente por ela e pela Invest Mais é de cerca de R$ 1 bilhão por ano.
  • A Locaweb fez sua primeira aquisição depois do IPO e levou a Social Miner. A operação tem um valor inicial de R$ 22,2 milhões, mas pode custar mais dependendo do atingimento de metas. O cálculo desses objetivos, aliás, será feito pela soma do desempenho da Social Miner e da All iN, com a qual ela passará a ter integração de vendas. O Startups apurou que a compras da Locaweb costumam ter de 30% a 50% do seu valor total pago na frente, ficando o restante para o earn out. A startup fundada em 2014 por Ricardo RodriguesRoger Mattos tinha como investidores os fundos Indicator Capital, Canary e Wayra. Foi o primeiro exit da história da Indicator e o terceiro da Wayra em 2020.
  • O Social Bank, banco digital com pegada sustentável que tem como acionista o Grupo Sforza, do Carlos Wizard, concluiu a compra do baiano Banco Capital. O pedido havia sido feito ao Banco Central no fim de agosto. Com a licença de banco, o Social Bank poderá oferecer crédito estruturado e produtos de investimentos, além de possibilitar que seu cliente conte com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O Social Bank tem mais de 5 mil contas de empresas e 1,5 milhão de contas digitais de pessoas físicas.
  • A Microsoft comprou, por US$ 7,5 bilhões, a ZeniMax Media, dona do estúdio de jogos Bethesda – responsável por franquias como Fallout, Doom e Wolfenstein.

Novos ares

  • Marcio Kumruian, fundador da Netshoes, deixou o dia a dia da operação – pouco mais de um ano depois da venda da companhia para o Magalue está tocando dois novos negócios: uma na área de serviços automotivos e outra de saúde e bem-estar. Os negócios devem ser lançados no primeiro trimestre de 2021.

SoftBank vende (quase) tudo – continuação

  • A SoftBank e suas controladas continuam fazendo ajustes em suas operações para reverter os efeitos da não tão bem-sucedida estratégia de crescimento acelerado a todo custo. Dessa vez, o WeWork vendeu o controle de sua operação na China. O comprador foi a empresa de private equity Trustbridge Partners, que já tinha uma participação na operação, assim como o fundo Temasek, de Cingapura. O acordo foi de US$ 200 milhões. O WeWork manterá uma fatia minoritária e receberá um pagamento anual de licenciamento de marca.

Crédito na praça

  • O Goldman Sachs liberou uma linha de crédito de R$ 400 milhões para o Mercado Pago, o braço de pagamentos do Mercado Livre. Em dezembro o banco já havia liberado US$ 125 milhões para a companhia no México. Os novos recursos serão usados para financiar a concessão de linhas de crédito a vendedores da plataforma na América Latina. Desde 2016 o Mercado Pago já liberou mais de US$ 1 bilhão.

Stone vs. Totvs pelo amor (dos acionistas) da Linx

  • Em mais uma tentativa de agradar os acionistas da Linx, a Stone disse que pretende listar BDRs na B3. Os BDRs são um equivalente da ação vendida lá fora, só que vendida no Brasil. A CVM mudou as regras para esse tipo de ativo, eliminando regras que limitavam o acesso a eles – o lote mínimo caiu de 100 para 1 e não há mais restrição a investidores qualificados nem a perfil de empresas (quem tinha mais de 50% da operação no Brasil e ações fora não podia).Com isso, ficaria mais fácil para os acionistas brasileiros receber ações da Stone no caso de o acordo entre as empresas ser aproado. A emissão dos BDRs, aliás, só acontecerá se o negócio passar. Antes de a Stone fazer o anúncio, a Totvs havia soltado um comunicado dizendo que os conselheiros independentes da Linx afirmaram que não iriam seguir adiante com a análise da proposta feita pela companhia.Questionados pelo CVM, os conselheiros negaram que isso tenha acontecido e que ainda estão comprometidos em avaliar a oferta.

Benefícios flexíveis (mais um)

  • O segmento de cartões de benefício segue seu “momento fintech” com a chegada de mais um competidor. A Creditas se juntou a Caju, Flash e Vee na disputa pelo mercado de benefícios flexíveis. O cartão com bandeira Mastercard será oferecido a empresas dentro de uma divisão criada pela fintech que foi batizada de Creditas @Work – e oferece serviços como crédito para funcionários e uma loja para compras com desconto em folha de pagamento.

Ainda falando em benefícios

  • A saúde física não é nada sem paz de espírito e saúde financeira. Por isso, a Gympass fechou um acordo com o aplicativo Mobills. Assim, quem tiver o benefício terá acesso à versão premium do aplicativo de finanças pessoais.

Mais crédito

  • Enquanto espera a aprovação da sua compra pelo Nubank, a Easynvest segue colocando novidades na rua. A corretora lançou o Easycred, um serviço de empréstimos com valores a partir de R$ 1 mil. A ideia é dar crédito para investidores que não querem resgatar seus recursos quando têm alguma emergência.

Tembici


Segurança dos bancos

  • Com investimento inicial de R$ 6 milhões, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) montou o Laboratório de Segurança Cibernética. O espaço em São Paulo promoverá treinamentos para equipes de bancos, simulações, compartilhamento de informações técnicas e avaliação de prestadores de serviços. Inicialmente, 14 bancos vão participar da iniciativa – Banco Alfa, Banco do Brasil, Banco BV, Banco PAN, Banco XP, Bancoob, Bank of America Merrill Lynch, Bradesco, BTG Pactual, Caixa Econômica Federal, Citibank, Itaú Unibanco, J. P. Morgan e Safra. Mas a ideia é que o número seja ampliado com o passar do tempo.

O banco dos {insira aqui o segmento desejado}

  • A Dentalis, que fornece software para clínicas odontológicas, lançou a Dentalis Conta, uma conta digital voltada a dentistas.

Se eu fosse jovem

  • Jorge Paulo Lemann, um dos homens mais ricos do mundo, se jogaria de cabeça no mundo das startups e da tecnologia se fosse mais jovem. O executivo tem feito alguns investimentos nesse mundo (Stone, Movile…) e tem se empenhado nas mudanças nos negócios que controla (Ambev, Burger King…).

Trump vs. TikTok

  • A China disse que não vai aprovar o acordo entre Bytedance, Oracle e Walmart pelo futuro do aplicativo TikTok. Na avaliação de Pequim, o negócio é extorsivo. Donald Trump havia dito em um primeiro momento que tinha gostado do formato proposto, mas logo em seguida voltou a trás. Ontem uma juíza suspendeu a decisão do presidente Donald Trump de tirar o aplicativo das lojas de aplicativos nos EUA.

A febre dos SPACs

  • As empresas de capital aberto criadas para comprar outras empresas, as SPACs, são a última moda no mercado acionário dos EUA. Reid Hoffman, fundador do LinkedIn anunciou um de US$ 600 milhões com Marcus Pincus, da Zynga. Peter Thiel também apresentou o seu. Tem até um criado por brasileiros para o Brasil. E os negócios começam a sair. A ChargePoint, que opera uma rede de pontos de recarga de carros elétricos espalhada por 14 países, anunciou que está se juntando à Switchback Energy Acqusition, um SPAC que levantou US$ 300 milhões em julho/2019. Com o negócio, a ChargPoint foi avaliada em US$ 2,4 bilhões.

Faltou da semana passada

  • A Eleva Educação comprou a Agenda Edu para avançar no ensino usando ferramentas digitais
  • Os motoristas do Uber vão poder contratar empréstimo de R$ 1 mil a R$ 5 mil por meio da digio (banco digital do Bradesco e do Banco do Brasil).
  • Lembra do Kuaishou? Pois é, o concorrente do TikTok quer fazer um IPO em Hong Kong com valuation próximo de US$ 50 bilhões e levantar US$ 5 bilhões.

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  • Existem no Brasil 644 startups de tecnologia para o varejo, as chamadas retailtechs. A maioria (84,4%) nasceu ao longo da última década e está concentrada nas regiões Sudeste (65,2%) e Sul (24,2%), sendo São Paulo (45,8%) o principal polo. Os dados são do Distrito Retailtech.
  • Um estudo da Bain mostra que o ecossistema do sistema operacional Android contribuiu para a geração de uma receita estimada de R$ 136 bilhões para empresas de hardware, software e conectividade no Brasil. O valor representa aproximadamente 2% do PIB de 2019. Ainda de acordo com o estudo, 630 mil empregos estão nesta cadeia de valor direta, o que equivale a aproximadamente 35% dos trabalhadores na indústria de tecnologia e telecomunicações. O Brasil está entre os cinco maiores mercados do Android no mundo: mais de 90% dos brasileiros usuários de smartphone usam dispositivos com o sistema operacional do Google.

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