fbpx
Compartilhe

Bom dia,

A semana começa sob a sombra da notícia de que o estado de SP recuou para a fase amarela do plano de reabertura por conta da aceleração no número de casos de COVID. Não tá fácil!

A semana passada foi marcada pela pane na AWS que afetou diversos serviços, inclusive da própria Amazon. Também foi triste pela notícia da morte de Tony Hsieh, ex-presidente da Zappos, e uma grande referência atendimento e relacionamento com clientes.

Foram 7 rodadas de investimento e bastante atividade em fusões e aquisições, com seis anúncios. O balanço da Prosus jogou luz sobre o avanço acelerado do iFood, que colou no Magazine Luiza em termos de vendas totais. Teve ainda a Salesforce mostrando interesse pelo Slack e muito mais.

Boa leitora e boa semana.

Gustavo Brigatto
Fundador e Editor-Chefe


O tamanho do iFood

No período de março a setembro, a receita do iFood subiu 234% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o balanço da Prosus publicado na segunda-feira. O avanço foi impulsionado por um aumento de 111% no volume de pedidos na mesma comparação. O número de restaurantes cadastrados passou de 160 mil em março para 258 mil em setembro, um salto de 61%. Os 98 mil estabelecimentos adicionados equivalem a 96% do que a companhia colocou para dentro em 10 anos de vida.

Considerando um valor médio de R$ 50 de uma pizza (que também é o produto mais pedido no aplicativo), o giro mensal total (GMV) do iFood fica na faixa de R$ 2,25 bilhões até setembro. A comissão média fica na faixa de 15%.

Olhando o mercado de comércio eletrônico brasileiro como um todo, o montante deixa iFood colado do Magalu em termos de GMV. No trimestre encerrado em setembro, a varejista chegou a um total de R$ 8,2 bilhões em sua operação on-line (de R$ 12,3 bilhões somando o varejo físico), o que dá cerca de R$ 2,7 bilhões por mês. Na mesma base de comparação, B2W e Via Varejo tiveram GMV de R$ 2,4 bilhões e R$ 1,4 bilhão, respectivamente. O Mercado Livre é o líder isolado, com mais de R$ 5 bilhões mensais de GMV.

Tá, mas e daí?

O valor de mercado do iFood ainda está longe do que valem os varejistas, mas o fato de o aplicativo já estar perto deles em termos de valores movimentados é simbólico. A grande questão é como as coisas vão se comportar depois da pandemia. Mas, pelo visto, as coisas ainda vão ficar do jeito que estão por um bom tempo. Então o impulso ainda deve ser mantido.


RIP

O ex-presidente da Zappos, Tony Hsieh, morreu no fim de semana aos 46 anos. Ele havia se ferido gravemente em um incêndio dias antes. Tive a oportunidade de entrevistá-lo em uma visita ao Brasil logo depois que a Amazon comprou a Zappos – nem parecia que aquele sujeito de camiseta puída tinha acabado de fechar um negócio de US$ 1,2 bilhão! Pensei várias vezes em procurá-lo depois para falar sobre o projeto de revitalização do centro de Las Vegas, mas nunca consegui por conta da correria da CES. Mas a A frase que mais me marcou daquela conversa de 2009 foi “eu poderia lançar companhia aérea Zappos que eu seu que seria um sucesso, porque eu sei atender os clientes”. Um resumo simples de como ele enxergava essa disciplina e porque ele vai ficar para a história como um dos principais promotores do bom relacionamento com clientes.

Zappos


Rodadas de investimento

  • O fundo de private equity da XP (FIP XP Private Equity) comprou uma fatia minoritária na marca de skincare e maquiagem nativa digital Beyoung por R$ 140 milhões. Os recursos serão usados para o lançamento de novos produtos e a abertura de até 58 lojas físicas.
  • A HiTechnologies, que mudou de nome para Hilab, tornou público um aporte de US$ 10 milhões recebido da Península, do empresário Abilio Diniz, e da Endeavor Catalyst. Positivo, Monashees e Qualcomm Ventures, que já investiam na companhia, acompanharam. Os recursos foram usados para dar escala à companhia em meio à pandemia. A receita chegou a R$ 100 milhões. A projeção é fechar o ano com R$ 200 milhões.
  • A agfintech TerraMagna recebeu uma rodada de US$ 2 milhões liderado pela ONEVC com a participação da Maya Capital e da Accion Venture Lab. Também entraram Patrick Sigrist (ex-iFood e atual Nomad), Fernando Gadotti (Dog Hero), Lincoln Ando (idwall), e Allan Kajimoto (CEO do Delivery Direto). É o segundo aporte da TerraMagna. Em 2019, a startup recebeu R$ 2 milhões da aceleradora irlandesa The Yield Lab.
  • A Wayra fez um aporte de valor não divulgado no Alicerce Educação, empreendimento social que oferece ensino acessível e de qualidade no contraturno escolar a crianças a partir de 5 anos e jovens de até 25 anos. A startup criada em 2018 conta com investidores como o fundo Good Karma Ventures e anjos como Luciano Huck e Jair Ribeiro. O aporte faz parte da estratégia da Wayra de realizar investimentos em startups mais maduras que tenham sinergia com as áreas prioritárias de negócios da Vivo, como o setor de educação.
  • A Convenia recebeu um follow-on do fundo Criatec 2. Os recursos serão destinados a contratações nas áreas de marketing e vendas, que contarão com cerca de 60 novos funcionários nos próximos meses. A projeção é fazer com que o quadro, que conta hoje com 90 integrantes, ultrapasse a marca de 150;
  • A Moss, plataforma de créditos de carbono, levantou US$ 1,8 milhão em operação liderada pela gestora de venture capital inglesa The Craftory (que tem recursos do GP Investments) e que atraiu outros investidores e nomes como o publicitário Nizan Guanaes. A captação avalia a empresa em R$ 55 milhões e é uma extensão de rodada feita também neste ano, de R$ 8 milhões, comandada pela Pfeffer Capital. A companhia também acaba de atrair o ambientalista Fabio Feldman para fazer parte de seu conselho.
  • A e-comprei.com, marketplace criado para viabilizar a compra e venda de produtos de Beleza e Higiene para pequenos lojistas, recebeu uma rodada pré-seed de R$ 450 mil liderada pela Poli Angels.

Novo fundo

  • A TIVIT anuncia a criação da TIVIT Ventures, seu fundo de investimento em startups. O objetivo é destinar R$ 400 milhões nos próximos cinco anos para fazer 10 aquisições por ano (comprar controle, nada de aporte, mas mantendo as operações independentes). Em entrevista ao Valor, o ex-Rappi Eduardo Sodero, que entrou na TIVIT há 3 meses para comandar as áreas de estratégia e fusões e aquisições, a companhia já tem 200 empresas mapeadas e está em conversas com 10.

Aquisições

  • Em sua primeira aquisição no Brasil, a americana InComm Payments comprou a Todo Cartões, de cartões de presente. Com a operação, os 30 colaboradores da startup passam a fazer parte da InComm Payments – que tem mais de 3 mil pessoas no mundo. Desde sua fundação a Todo Cartões gerou mais de R$ 300 milhões em vendas totais (GMV) e cerca de R$ 600 milhões em vendas para o varejo A startup, que se manteve com investimento dos sócios João Espindola, Gregório Rados e Filipe Fortes, atende mais de 70 redes de médio e grande porte como Riachuelo, Outback, Centauro, Havaianas, RiHappy (com um total de 15 mil lojas);
  • A Knewin comprou a Plugar, consultoria de tecnologia para inteligência de mercado, e criou a Knewin Intelligence. A ideia é adicionar inteligência aos dados de 1,2 milhão de sites, 11 mil veículos de comunicação impressos, 1,5 mil emissoras de rádio e 350 canais de tevê no mundo inteiro – a maior parte na América Latina – que a companhia monitora todos os dias. Criada em 20111, a Knewin já recebeu R$ 19,9 milhões de investimentos de fundos de venture capital como KPTL e Invisto;
  • O comparador de preços de planos de celular, internet banda larga, TV a cabo e telefonia fixa Melhor Plano comprou o Minha Conexão, um dos maiores medidores de velocidade de internet do país, que recebe cerca de 6 milhões de acessos por mês. A operação conclui um acordo de opção de compra fechado há três anos;
  • A Hurst Capital, plataforma de investimentos alternativos, comprou duas startups da área financeira: a Watermelon, dona do aplicativo Renda Fixa e a Me, aplicativo para controle de investimentos em renda variável. “Os dois serviços são complementares aos produtos que oferecemos hoje aos investidores, tornando nosso portfólio mais completo”, disse Arthur Farache, presidente da Hurst, em comunicado;
  • A Sinqia comprou a Fromtis, especializada em softwares para FIDCs. É a terceira aquisição feite em 2020 pela companhia. O valor do negócio pode chegar a R$ 28 milhões, sendo R$ 14 milhões à vista, R$ 5 milhões a prazo nos próximos cinco anos e uma parcela de R$ 9 milhões referente ao earnout dos fundadores e condicionada ao cumprimento de metas.
  • A Crescera e a Vulcan Capital (do falecido co-fundador da Microsoft, Paul Allen, que investe na Loft, Neon e Wildlife Studios) estão pagando cerca de R$ 550 milhões por uma fatia minoritária do capital da Nelogica, dona do software Profit, usado por corretoras e traders, segundo o Brazil Journal. A transação — parte primária, parte secundária — avalia a companhia em R$ 2,9 billhões.

Possível aquisição

  • Causou frisson a notícia de que a Salesforce estaria interessada em comprar o Slack. O serviço de mensagens (no qual o os assinantes do Startups têm um canal exclusivo. Você já está lá?) que abriu capital em 2019 vale na faixa de US$ 20 bilhões.

Mercado Livre powered by Amazon Web Services

  • Chega a se hilário ver o conceito de frenemies sendo colocado em ação. Enquanto se engalfinham na disputa pelo mercado de vendas na internet – tanto de produtos quanto de publicidade – Mercado Livre passeiam de mãos dadas quando o assunto é infraestrutura de tecnologia. A empresa mais valiosa da América Latina escolheu a AWS para ser seu parceiro de preferência no mundo da computação em nuvem. Em comunicado, a companhia informou que escolheu a AWS para desenvolver um repositório único (data lake) com 20 anos de dados acumulados em suas atividades, o MeliLake.

Falando em AWS

  • A pane nos sistemas registrada na quarta-feira (25), ao que tudo indica, foi desencadeada (mas não necessariamente causada) por uma pequena adição de capacidade adicional aos serviços da companhia, segundo ela mesma. A AWS aliás, começa hoje seu evento anual, o re:invent, que vai até dia 18.

Pedido de IPO

  • A fabricante brasileira de equipamentos eletrônicos Intelbras apresentou prospecto para abertura de capital na B3. A oferta será primária e secundária e companhia diz que pretende usar os recursos captados em: crescimento inorgânico, expansão de sua capacidade produtiva, investimento em CAPEX (expansão do serviço de locação de produtos no modelo de hardware as a service) e expansão de canais internos verticais e de varejo (expansão de times e investimentos em tecnologia da informação). Os coordenadores da oferta são o BTG Pactual (coordenador líder); o Itaú BBA; o Santander e o Citigroup Global Markets Brasil.

Mais um marketplace. Agora para o campo

  • A Agrotools (investida da KPTL) montou um marketplace voltado para o mundo agro. Segundo a companhia, por meio dele as empresas vão poder comprar “desde soluções robustas até ferramentas individuais – modulares – como também APIs desenvolvidas pela companhia em mais de uma década de atividades”. O lançamento na semana passada aconteceu para um grupo reduzido de clientes e a ideia é expandir a oferta aos poucos.

Falando em KPTL

  • O Tridon Participações, family office da família Nishimura (do Grupo Jacto) se tornou investidora do fundo de agro da gestora. O valor aportado não foi revelado. O fundo, que está em fase de captação, pretende levantar R$ 300 milhões nos próximos 24 meses para investir em até 16 empresas. A KTPL investe em 8 agtechs (incluindo a Agrotools).

Quero ser Uber: versão app de transporte focado em crianças

  • Quem tem criança pequena em casa certamente já se sentiu inseguro/insegura em pegar um táxi ou Uber e levando o pimpolho/pimpolha sem cadeirinha. De olho nisso, nasceu em 2018 o Baby Pass, um aplicativo onde todos os carros são dirigidos por mulheres e possuem cadeirinha para crianças de 0 a 4 anos e banco levantados para crianças de 5 a 7 anos. O aplicativo está disponível em 12 cidades.

Quero ser banco

  • Versão público adolescente: O Neagle Bank, banco digital criado pelos youtubers Victor Trindade, 22, e Gabriel Soares, 23, donos do canal Neagle (também não faço ideia de quem sejam…) chegou à marca de 160 mil correntistas em 3 meses de vida. O banco é feito em cima da plataforma de banco como serviço da fintech carioca Trampolin.
  • Versão para contadores: A Contabilizei, que presta serviços de contabilidade on-line para empresas, pretende adicionar mais serviços financeiros às suas ofertas a partir de 2021. Hoje ela já tem uma conta digital em parceria com o BS2. Segundo o Neofeed, a companhia está em conversas para receber um aporte da SoftBank.

Pare com isso!

  • O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJ-DF) suspendeu a venda de dados pessoais pela Serasa Experian. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) após uma investigação indicar que a empresa venderia dados pessoais a R$ 0,98 por pessoa cadastrada 0 prática que fere a LGPD. O descumprimento da medida pode levar a multa diária de R$ 5 mil. A empresa pode recorrer da decisão. A companhia dia que atua em estrita conformidade com a legislação vigente e se manifestará oportunamente nos autos do processo.

Monkey na Petrobras

  • A Monkey Exchange será a fornecedora da Petrboras no Mais Valor, nova ferramenta de soluções financeiras para fornecedores da estatal. O piloto começou na semana passada e, a partir hoje, a ferramenta estará aberta às empresas interessadas em fazer a antecipação de seus recebíveis com taxas mais competitivas.

A revolta dos agentes autônomos

  • Os agentes autônomos ficaram fulos com a declaração da Nathalia Arcuri sobre o conflito de interesses da atuação dos profissionais. Logo depois da compra da Easynvest, o David Vélez, do Nubank, também criticou o formato em entrevista ao Startups.A manifestação da Nathalia aconteceu poucos dias depois de a CVM lançar um estudo que avaliou o impacto da exclusividade de atuação dos agentes. A conclusão foi que “a retirada do requisito de exclusividade só deve acontecer se a multivinculação ocorrer em comum acordo entre os participantes envolvidos e se potenciais conflitos forem endereçados nos contratos de prestação de serviço”.

Hub on-line

  • Na onda das mudanças nos programas de relacionamento com startups ocasionada pela pandemia, a Wayra, da Telefónica, criou o Wayra X. “A Wayra X é o primeiro hub 100% digital da Wayra projetado para investir globalmente em startups 100% digitais. Elas devem ter foco de trabalho remoto e desenvolvimento de um produto digital de consumo massivo que pode atingir milhões de usuários, independentemente da área geográfica”, disse a empresa em comunicado. O hub digital nasce com duas empresas no portfólio e plano de investir em outras 10 até o fim de 2021. OS projetos devem estar relacionados a áreas como 5G, saúde, educação, casa conectada, entretenimento, mobilidade e futuro do trabalho, entre outras.

501 unicórnios

  • O mundo atingiu a marca de 501 unicórnios, segundo o CB Insights. Juntas, as companhias têm um valor de mercado próxima de US$ 1,6 trilhão, mais ou menos o mesmo valor de mercado da Amazon.

Faltou da semana passada

  • Família Klein investe na Pet Anjo;
  • Gloopay, de pagamentos compartilhados, recebe rodada seed;
  • Junto com a rodada de R$ 310 milhões recebida da SoftBank, a Olist anunciou a compra da Clickspace, do portfólio da Aimorés Investimentos;
  • SoftBank pode fazer novo investimento na MadeiraMAdeira, segundo a Bloomberg.

Os 100 sites mais visitados do mundo


Leituras recomendadas


Download

  • O Distrito Dataminer, fez um estudo sobre startups que atuam blockchain e criptomoedas no Brasil. Spoiler: são 181.
  • A fundação everis, da empresa espanhola de serviços de tecnologia, lançou o Radar Empreenda Saúde, um mapeamento de startups e empresas da área da saúde que participaram de uma ou mais edições do Prêmio Empreenda Saúde, trazendo um panorama desse ecossistema.

LEIA MAIS