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Olar,

Nem sei porque escrevi isso. Odeio essa expressão. Sou cringe mesmo, e daí? Agora quem está tentando deixar de ser o mesmo, criar novas formas de atuação, é o mercado de investimento. Depois da Sequoia Capital, a Y Combinator anunciou mudanças. 

A aceleradora aumentou o cheque que vai destinar às startups. Além dos tradicionais US$ 125 mil por 7%, vão colocar outros US$ 375 mil. A ideia é dar mais fôlego às startups para validar seus produtos e serviços antes de irem buscar investimento e se venderem com termos piores. 

É muito bom, mas pode também não ser. Ter mais investidores tem benefícios de trazer mais visões e experiências. Não que a YC não tenha isso, mas ela não tem tudo. Fora que os US$ 375 mil adicionais podem pesar em termos de distribuição de participação em uma rodada posterior.

Vai levar um tempinho pra ver os efeitos disso. Mas uma coisa é certa: a indústria de venture capital tem buscado, e precisa mesmo, se renovar.

Boa leitura e boa semana

Gustavo, Angélica, Fabiana e Gabriela 


Semana de 10 a 16 de Janeiro

RODADAS DE INVESTIMENTO

  • A Tul, startup colombiana que opera como um marketplace B2B para pequenos e médios varejistas do segmento de construção civil, levantou US$ 181 milhões em sua rodada série B. O aporte foi liderado pela 8VC e acompanhado por Avenir Growth Capital, além de Coatue, Softbank e Tiger. Com o caixa reforçado, a companhia, que já opera na Colômbia, Equador e no México, está desembarcando no Brasil, primeiro em São Paulo, mas já com planos de chegar a outras cidades, como o Rio de Janeiro.
  • A Creditas fechou um cheque de US$ 25 milhões com o fundo sueco VEF (antigo Vostok Emerging Finance), um de seus principais investidores. O aporte faz parte de uma nova rodada de captação de recursos, ainda em andamento. Com o novo cheque, o VEF soma US$ 98,5 milhões investidos na Creditas em 4 rodadas.
  • A edtech Layers Education acaba de receber um aporte de R$ 11,2 milhões liderado pelo fundo Endurance. Os recursos serão usados para desenvolver a tecnologia e contratar novos talentos. Também está nos planos aumentar a presença nacional para 3.000 escolas – hoje são 600 instituições e 11 redes de ensino.
  • A fintech Brex levantou mais US$ 300 milhões em uma extensão da série D realizada em abril/21, coliderada por Greenoaks Capital e TCV. O aporte elevou o valuation para US$ 12.3 bilhões – um decacórnio! Além dos cartões de crédito corporativos, ela oferece também contas empresariais e uma plataforma de gerenciamento de gastos e pagamento de contas. Agora, a Brex quer criar soluções para atender médias e grandes empresas.
  • A fintech de financiamento baseado em receita (que é diferente de venture debt) a55 fechou uma rodada de R$ 92,8 milhões (US$ 17 milhões) liderada pela Movile. Com os novos recursos, a startup pretende ampliar sua carteira de clientes, reforçando sua operação no Brasil e também no México, onde começou a atuar em 2020. O plano é chegar até o fim do ano com R$ 1 bilhão em créditos concedidos e uma carteira total de R$ 500 milhões.
  • A Gavea Marketplace, uma bolsa digital de negociação de commodities agrícolas, levantou R$ 23 milhões em uma rodada seed. O aporte foi delirado pela gestora de venture capital Astella, com participação da 2TM, dona do Mercado Bitcoin. Segundo a startup, os recursos serão usados para ampliar as validações socioambientais (ESG) e internacionalizar o produto para a Ásia e a Europa.
  • A TerraMagna, fintech agrícola que oferece crédito para produtores rurais e distribuidores de insumos, recebeu US$ 40 milhões. A série A, coliderada pelo SoftBank e pela Shift Capital, vai sustentar a expansão da oferta de crédito e serviços financeiros aos agricultores brasileiros. ONEVC, Maya Capital, Accion Venture Lab, The Yield Lab e Canary também participaram da rodada;
  • A plataforma de negociação de ações Guru levantou US$ 750 mil com Picus Capital, MSA Capital e Quona Capital. Com o caixa reforçado, a companhia espera lançar uma plataforma de negociação de criptomoedas, cujo MVP deve começar a rodar até o fim deste trimestre. A proposta é trabalhar, inicialmente, com bitcoin e ethereum, com R$ 10 de investimento mínimo;
  • A Nana, nova concorrente no mundo das entregas instantâneas, levantou uma rodada seed de R$ 20 milhões (US$ 3,6 milhões) para começar a operar. O diferencial da companhia é que ela não quer atuar na Faria Lima, mas sim com foco nas classes C e D. A captação foi liderada pela Canary e pela Maya Capital e teve participação da gestora britânica Presight.      

FUSÕES E AQUISIÇÕES

  • A Totvs deu o start em sua estratégia de investir em startups com grande potencial de crescimento e capacidade de inovação. A companhia anuncia que sua subsidiária Dimensa Tecnologia, joint venture criada em 2021 com a B3 que oferece tecnologia para instituições financeiras, comprou 100% da InovaMind por R$ 23,5 milhões. A companhia oferece soluções de inteligência artificial e big data para empresas de todos os portes.
  • A 2TM, holding que controla o Mercado Bitcoin, adentra o mercado europeu com a compra da exchange portuguesa CriptoLoja. A expansão internacional é um dos planos que a 2TM colocou para usar os recursos de sua série B, liderada pela SoftBank. A expansão se dará primeiro no modelo de mercado de balcão, negociando títulos e valores mobiliários, para depois levar serviços como os oferecidos pelo Mercado Bitcoin para o varejo e investidores institucionais.
  • A Take-Two, multinacional norte-americana que publica, desenvolve e distribui videogames, comprou a desenvolvedora de jogos móveis Zynga, por US$ 12,7 bilhões. Juntas, as empresas somam US$ 6,1 bilhões em receita anual e devem obter mais de US$ 500 milhões em oportunidades de lucro anual. A transação deve ser concluída em 2023, quando a Take-Two projeta que os jogos móveis representem 50% das oportunidades de lucro.
  • A Warren fechou sua 3ª aquisição desde a rodada série C, de US$ 300 milhões. A fintech vai incorporar a equipe de projetos da empresa de tecnologia Box TI, adicionando 30 desenvolvedores ao seu time. O valor da transação não foi divulgado.
  • O Itaú assumiu o controle da corretora digital Ideal. O banco pagará cerca de R$ 650 milhões por uma participação de 50,1% na companhia, com a possibilidade de adquirir os outros 49,9% daqui 5 anos. Segundo o Itaú, a aquisição pode melhorar sua distribuição de produtos de investimentos para pessoas físicas e acelerar a entrada do banco no mercado de agentes autônomos de investimentos.

NOVOS TERMOS DA Y COMBINATOR

  • A aceleradora Y Combinator apresentou novos termos de seu contrato padrão. Agora, além dos tradicionais 7% com valor de US$ 125 mil, ela colocou um adicional de US$ 375 mil. O aporte adicional será feito por meio de um mecanismo conhecido como Most Favored Nation (MFN), que é um complemento ao contrato de Safe criado pela Y Combinator. Com o MFN, os termos do acordo vão acompanhar as melhores condições negociadas pela startup em uma rodada de investimento futura. Baita notícia, certo? Para a YC, definitivamente. Para fundadores, pode ser bem legal. Para outros investidores early stage, not that much. A avaliação é que o que era considerado caro vai ficar mais caro ainda, deixando fundos locais fora da festa. A Claire Díaz-Ortiz fez uma série de tuítes sobre o assunto. O The Information também esmiuçou o tema.

NOVOS FUNDOS

  • Uma parceria da Bossanova com o Acelerador Empresarial de Marcus Marques, vai destinar R$ 5 milhões para inveestimentos em startups de diferentes setores. O Pool de Gigantes, como foi batizado, também dará aos fundadores uma vaga na imersão do Acelerador Empresarial, programa em que Marques já treinou pessoalmente mais de 4 mil empreendedores e empresários;
  • O banco para condomínios CondoConta lançou uma debênture de R$ 20 milhões para conceder crédito a condomínios. O funding pode ganhar ainda um reforço de mais R$ 150 milhões, como previsto no acordo com a gestora Empírica, responsável pela estruturação e captação dos recursos. A captação também contou com a participação da Vert, especialista em securitização e operações estruturadas, para financiar melhorias em condomínios;
  • A Brasil Venture Debt quer levantar seu 2º fundo, com valor entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões para financiar operações de venture debt;
  • O Banco do Brasil anunciou dois fundos de CVC que vão dividir R$ 200 milhões para investir em startups interessantes para o banco. Um deles será orientado à geração de impacto socioambiental positivo e será gerido pela Vox Capital. O outro ficará sob responsabilidade da MSW Capital;
  • A Valor Capital está captando 2 novos fundos: um de early stage e outro de growth. Cada um de US$ 250 milhões. 

DANÇA DAS CADEIRAS

  • Depois de três meses em solo brasileiro, a worktech Swile anuncia Júlio Brito como líder da operação no país. O profissional, que tem mais de 30 anos de experiência na área comercial, sendo pelo menos 23 no segmento de adquirência, assume a função de gerente geral da Swile Brasil com o objetivo de alavancar ainda mais o crescimento da companhia, que só em 2021 foi de 363%.
  • A fintech Paketá, especializada na oferta de crédito consignado privado, acaba de contratar Wesley Tambani como novo diretor de receita. O executivo tem passagens pela Stone, onde atuou como diretor de vendas e sucesso do cliente, e pela Linx, empresa especializada em tecnologia para o varejo. Na Paketá, ele chega para estruturar as áreas de geração direta de receita, incluindo desenvolvimento de negócios, vendas e sucesso do cliente.
  • A Olist, plataforma que ajuda marcas e lojistas a digitalizar seus negócios por meio de e-commerce e venda em marketplaces, escolheu Ezequiel Rubin para assumir as operações da startup no México. Graduado em Engenharia Industrial pelo (Instituto Tecnológico de Buenos Aires), o executivo já foi country manager da Decolar.com no México e na Colômbia, e innovation planner (ou planejador de inovação) na Unilever.
  • O diretor de operações da PagSeguro Alexandre Magnani foi promovido a co-diretor-executivo da companhia. Ele dividirá a posição com Ricardo Dutra, que já estava à frente da empresa desde 2016. Ricardo fará parte de um novo Comitê Executivo, ao lado de Luiz Farias e Eduardo Alcaro. A dinâmica deve funcionar por tempo limitado: uma transição até que Ricardo fique apenas no comitê e Alexandre assuma a diretoria.

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