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Bom dia,
O IPO do Nubank é um dos mais aguardados da história. E não deve tardar a acontecer. O neobank já teria contratado os bancos que vão comandar o processo e pretende levantar US$ 2 bilhões, segundo novas informações que circularam na semana passada. E qual é o valor que a companhia deve se listar? Na faixa de US$ 40 bilhões. Mas você, caro leitor, cara leitora deste Startups já sabia disso desde junho, quando  eu provei por A + B – na verdade uma continha de “back-of-the-envelope” bem rasa – que este poderia ser o número.
Contação de vantagem a parte, a semana teve uns movimentos interessantes como a Americanas dando uma de Amazon com Whole Foods e comprando a compra da rede Hortifrutti Boa Terra por US$ 2,1 bilhões. Teve também a captação de R$ 13,5 milhões em venture debt da Digibee, o Nubank da argentina, a Ualá, recebendo US$ 350 milhões da SoftBank, da Tencent e de outros investidores, valendo mais de US$ 2 bilhões. E teve a fintech Marvin levantando mais dinheiro mesmo se ter gastado quase nada do que tinha levantado antes.
Boa leitura e boa semana!
Gustavo Brigatto
Fundador e Editor-Chefe

SEMANA DE 9 A 15 DE AGOSTO

RODADAS DE INVESTIMENTO

  • A Digibee levantou R$ 13,5 milhões na modalidade de venture debt para investir em sua operação no Brasil e deixar os recursos em dólar da rodada feita no começo de 2020 apenas para uso da recém-iniciada operação nos EUA. O financiamento foi feito pela Brasil Venture Debt (BVD). O cheque representa o valor mais alto que o fundo de R$ 130 milhões pode fazer para uma companhia;
  • A Education Journey, uma edtech criada há 1 ano a partir dos EUA pela brasileira Iona Szkurnik, concluiu uma rodada pre-seed de R$ 1,2 milhão que avaliou a companhia em cerca de R$ 26 milhões. O aporte foi liderado pelo Latitud Fund, do Brian Requarth, e contou com a participação da Norte Capital; do SaasHolic, do fundador da Rock Content, Diego Gomes, e de Ariel Lambrecht, fundador da 99 e da Yellow, que já teve uma edtech, a ebaH. Segundo Iona, a ideia é poder “baixar a cabeça” e se concentrar no desenvolvimento do produto e do modelo de negócios. A equipe, que está toda no Brasil, tem hoje 10 pessoas – sendo 5 de tecnologia – deve dobrar até o fim do ano;
  • Não deu nem 3 meses desde que a fintech Marvin, que atua com recebíveis de cartão de crédito, anunciou sua chegada ao mercado com um investimento da Mauá Capital e a companhia apareceu no noticiário mais uma vez com outra injeção de recursos. O novo aporte foi feito pela gestora Canary e por Eduardo Gouveia, ex-presidente da Cielo, Alelo, Livelo e Multiplus. Assim como aconteceu em maio, a Marvin não abriu o valor captado. Dessa vez ela também não revelou o valuation atribuído a ela na negociação. A única informação é que o número é maior que os R$ 65 milhões apresentados 2 meses e meio atrás.
  • A Crehana, plataforma de tecnologia educacional para empresas e pessoas físicas com foco em qualificação e requalificação, levantou US$ 70 milhões em rodada liderada pela General Atlantic. Este é o maior financiamento em uma rodada Série B para uma empresa de tecnologia educacional na América Latina e ocorreu poucos meses depois da Crehana arrecadar US$ 13 milhões em uma rodada de extensão da série A. A Crehana vai usar os recursos para expandir sua solução corporativa, iniciar operações no Brasil e investir em novos produtos e tecnologias. Fundada em 2015 por Diego Olcese e Rodolfo Dañino, CEO e COO respectivamente, a Crehana tem principal foco na qualidade e entrega de seus cursos, controlando toda sua cadeia de valor, desde a contratação de instrutores até a produção, distribuição e consumo de conteúdo. São mais de 400 especialistas para oferecer mais de 700 cursos, que ensinam mais de 100 mil técnicas e competências.
  • A KPTL e a Cedro Capital investiram R$ 5 milhões na hrtech mineira Mereo. O investimento foi feito por meio do Fundo Criatec 3, que tem o BNDES e o BDMG entre os principais cotistas. Entre seus clientes ela tem empresas como BRF, XP Investimentos, Burger King, Magazine Luíza e Suzano. Com 60 funcionários, ela planeja crescer a base de clientes em 60% em 2021;
  • A Alexia Ventures, de Patrick Arippol e Wolff Klabin, apresentou o 1º investimento de seu 1º fundo, de US$ 100 milhões: R$ 17 milhões na edtech HeroSpark, concorrente do unicórnio Hotmart;
  • A Ambev liderou um investimento de US$ 1,2 milhão na startup argentina GrowPack, que desenvolveu uma tecnologia para embalagens biodegradáveis feitas a partir de resíduos agrícolas. A captação contou com a participação de um empresário do ramo agrícola. Além do investimento, a fabricante de bebidas se comprometeu a comprar o produto da startup, dando escala à sua operação. O produto criado em parceria com a Ambev foi o “bio ring”, uma espécie de suporte para encaixe de seis latas de cerveja para substituir o pack de plástico ou de papelão. A embalagem é feita a partir de palha de milho. Olha a ironia… Qual é a crítica que os bebedores de cerveja fazem à Ambev? Que suas cervejas são feitas de milho! A Ambev tem como meta chegar a 2025 com menos 50% de suas embalagens feitas de material reciclado, além de eliminar ou neutralizar a poluição plástica de 100% delas;
  • A HerMoney, plataforma de gestão financeira voltada exclusivamente para mulheres, fechou uma captação de R$ 250 mil via equity crowdfunding feita por meio da Wishe. A oferta começou e março e contou teve participação de 22 mulheres e apenas 3 homens;
  • A F360º, plataforma de gestão financeira para pequenos e médios varejistas, recebeu aporte de R$ 50 milhões da HiPartners, venture capital focada em retail techs e da HIX Capital. Com o s recursos, a empresa projeta um salto de 80% no seu faturamento recorrente até o fim de 2021 e mais 80% em 2022 através dos reforços previstos nos times comercial e de tecnologia, desenvolvimento de novos produtos e eventuais aquisições de soluções complementares com foco em melhorar a gestão de back office de PME;
  • A Sirius, edtech para formação de profissionais na área de tecnologia criada por Felipe Mattos, atual presidente da Abstartups, concluiu uma captação de R$ 5 milhões para iniciar suas operações. Participaram da rodada investidores como Garan Ventures, Rafael Assunção, e Camila Farani, bem como empreendedores fundadores de startups, como Rodrigo Cartacho (Sympla), João Selarin (TotalVoice / Zenvia) e Gustavo do Valle (Decorado). O grupo de investidores traz ainda executivos de empresas do Vale do Silício, como Twitter, Zoom, Zendesk e Intercom. A companhia começará a operar inicialmente em formato online e posteriormente, em modelo híbrido, com pólos físicos em São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis;
  • A Gerdau, por meio da Paris Ventures, seu corporate venture capital (CVC), co-liderou a rodada que captou US$ 30 milhões para a Plant Prefab, startup com sede na Califórnia que atua na construção de casas pré-fabricadas com projetos, materiais e operações sustentáveis. O investimento contou ainda com nomes como Asahi Kasei, Amazon Alexa Fund e Obvious Ventures;
  • A Jive Investments, gestora com R$ 8 bilhões em recursos que tem tradição de investimentos em ativos com dificuldades, fez um investimento que parece fugir de seu script ao colocar R$ 95,2 milhões na proptech inGaia, tornando-se seu maior acionista. O tamanho da fatia não foi revelado. A captação ainda contou com a participação de atuais acionistas, que arredondaram o valor captado para R$ 100 milhões. Há um ano e meio as duas já atuavam conjuntamente com soluções para financiamento imobiliário;
  • O cineasta e ativista ambiental Fernando Meirelles se juntou ao quadro de investidores da Olga Ri, startup de entrega de saladas que alia o consumo de alimentos saudáveis à proteção ambiental. O valor do aporte não foi revelado. A empresa teve sua primeira rodada de investimentos em 2019, liderada pela Kaszek com a participação da Arbor Capital e investidores como Renato Fairbanks Ribeiro, ex-conselheiro do Burger King Brasil e André Jereissati, da família controladora da JCC (dona de shoppings como o Iguatemi Fortaleza). A empresa já recebeu 8 milhões de reais em investimentos e possui 4 cloud kitchens, em São Paulo, com capacidade para produzir 2 mil saladas por dia, que atendem cerca de 10 mil clientes por mês. Meirelles também é investidor da Floresta Viva Alimentos, que é hoje o principal fornecedor de palmitos da Olga.
  • O Beedoo Edtech, plataforma de comunicação e capacitação para equipes operacionais, acaba de receber um aporte de R$ 20 milhões dos empreendedores Marco Serralheiro, atual sócio e presidente da agência de publicidade DIGIA, e Marcus Buaiz, empresário à frente de seis companhias, entre elas as agências Act10n e Spark. Com a aquisição, a startup, agora vale 72 milhões de reais;
  • O Nubank argentino, a Ualá, levantou uma rodada de US$ 350 milhões, com valuation de US$ 2,45 bilhões. Isso é o equivalente a US$ 700 por cada um dos 3,5 milhões de clientes atendidos na Argentina e no México. Menos que os US$ 750 atribuídos ao Nubank em sua série G. O aporte foi liderado pela SoftBank e pela Tencent e contou com a participação de fundos gerenciados pela Soros Fund Management, fundos ligados à Goldman Sachs Asset Management, da Ribbit Capital, da Greyhound Capital, da Monashees e da Endeavor Catalyst. Novos fundos como D1 Capital e 166 2nd entraram, assim como investidores anjo como Jacqueline Reses e Isaac Lee;
  • O siteReddit anunciou uma captação de US$ 410 milhões liderada pela Fidelity Investments. A ideia é pegar ainda mais US$290 milhões com investidores atuais – e também outros novos – para completar uma rodada de série F. Essa rodada deixará a companhia com um valor de mercado de US$ 10 bilhões – mais que os US$ 6 bilhões de fevereiro. O Reddit tem como investidores Sequoia Capital, Tencent Holdings, e a Andreessen Horowitz.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

  • A Americanas deu uma de Amazon e comprou o seu Whole Foods. No caso, a rede Hortifrutti Natural da Terra. A operação de R$ 2,1 bilhões equivale a um múltiplo de 9x EV/EBITDA para 2021.  Nos últimos 12 meses, terminados em 30 de junho de 2021, a Hortifruti Natural da Terra apresentou uma receita bruta de R$ 2 bilhões1 e uma margem EBITDA de 12%. “A Hortifruti Natural da Terra é a maior rede varejista especializada em produtos frescos com foco em frutas, legumes e verduras do Brasil, possuindo uma rede de 73 lojas em 4 Estados (RJ, SP, MG e ES) e sendo referência digital do setor no país, com as vendas online representando 16% do total. A HNT oferece conveniência, atendimento diferenciado e alta recorrência de compra, por meio da capilaridade, localização estratégica das lojas e integração digital”, escreveu a Americanas em comunicado;
  • A Bemobi (BMOB3), empresa de distribuição e monetização de apps, jogos e serviços digitais móveis, comprou a M4U, que desenvolve e opera plataformas de meios de pagamento para vendas digitais de recarga de celulares pré-pagos, e também atua na gestão de faturamento e cobrança de planos de telefonia móvel. A operação é a 1ª desde o IPO da companhia, em fevereiro, na qual captou R$ 1,26 bilhão para fazer aquisições;
  • A Nuvini fechou sua 6ª aquisição em 6 meses. O novo alvo foi a Mercos, dona de um software para ecommerce que atende indústrias, distribuidores e representantes. O valor do negócio, como normalmente a Nuvini faz, não foi revelado. Ao Pipeline, do Valor, Pierre Schurmann, fundador da Nuvini, disse que a ideia é fazer um IPO da operação na Nasdaq em 2022;
  • A Smartalk fechou a aquisição da inco, escola de habilidades comportamentais. Com o investimento, a empresa, que foi fundada em 2014 pelos empresários mineiros Breno Miranda e Rodrigo Moreira, e atuou em mais de 30 setores do mercado nacional e internacional, pretende potencializar os ativos comerciais de ambas empresas e ampliar a atuação no mercado educacional, com expectativa de crescimento de até 35% ainda este ano. Com a compra, uma nova empresa será criada, a Smartalk & inco,  com a primeira como majoritária e a inco ficando com 20%. O fundador da adquirida, Raphael Emerick, assume o cargo de CEO da nova operação;
  • A Adventures, empresa de marketing digital fundada por Raphael Aveller, Ricardo Dias e Gerard Roure, comprou uma participação na BaiBurger, uma hamburgueria que opera a partir de dark kitchens e vende apenas pela internet. O valor da operação não foi informado. A marca foi criada por Gustavo Gomes, o Baiano, um dos principais influenciadores do mundo dos games no Brasil. O modelo de operação é inspirado na americana MrBeast Burger. A compra da fatia faz parte do plano da Adventures de criar um portfólio de marcas nativas digitais (DNVBs);
  • A B&Partners, de Bazinho Ferraz, comprou uma participação minoritária na agência de marketing digital Vitrio. O tamanho da fatia e o valor do negócio não foram revelados. Esse é o 6º negócio feito por Bazinho desde que recomprou a BFerraz, em 2015;
  • O Mercado Livre não vai participar do leilão de privatização dos Correios. O movimento foi descartado pelo vice-presidente de logística da companhia na América Latina, Leandro Bassoi. “O Mercado Livre não tem interesse em fazer a aquisição dos Correios. Entendemos que a construção que tivemos dentro de casa foi eficiente e feita da nossa forma. Conseguimos encontrar ativos logísticos, pessoas e tecnologias trabalhando de dentro de casa para fora”, disse ele durante evento com jornalistas.

O IPO DO NUBANK

  • Apesar de os fundadores sempre desconversarem quando perguntados sobre o assunto, o IPO do Nubank caminha em ritmo acelerado. O neobank já teria até fechado a tropa de bancos que coordenará a oferta: Morgan Stanley encabeçando e Goldman Sachs e Citi de colíderes. Outras 3 casas ainda devem entrar na brincadeira. A ideia é levantar US$ 2 bilhões com um valuation superior a US$ 40 bilhões – alguém anda lendo o Startups por aí, já que eu fui o 1º a falar desse número em junho.  O cofundador da companhia, David Vélez e sua esposa, Mariel Reyes, aliás, assinaram nesta semana o “The Giving Pledge”, um compromisso filantrópico criado por Biil Gates, sua ex, Melinda e Warren Buffet, em 2010, que já tem a adesão de 200 família bilionárias em 20 países. O signatários se comprometem a doar a maior parte de suas fortunas em vida. Na América Latina, só Vélez, Mariel e Elie Horn, da Cyrela, assinaram o compromisso.

MAIS UM NA DISPUTA POR TALENTOS

  • Poucas semanas após comunicar o investimento inicial de R$ 2.5 bilhões para iniciar a operação no Brasil, a Kavak, unicórnio mexicano de compra e venda de carros usados, anunciou a criação do Tech Hub, uma célula especial de tecnologia e inovação dedicada a buscar novas soluções e formatos para o negócio. A operação contará com 300 pessoas, cerca de um terço dos 1.000 profissionais que a companhia quer ter no país até o fim do ano – o dobro do número atual.

2 MILHÕES

  • Quase 1 ano depois de seu lançamento, o Bitz, conta digital do Bradesco, atingiu 2 milhões de clientes no aplicativo. “Essa conquista aconteceu de forma acelerada, visto que outros players demoraram mais de 24 meses para alcançar”, cutucou a companhia em comunicado.

DANÇA DAS CADEIRAS

  • O Rappi anunciou Tijana Jankovic como a nova country manager da empresa no Brasil. A executiva – primeira mulher a assumir a liderança da startup de tecnologia e comércio – ocupava anteriormente o cargo de general manager de São Paulo. Nascida na Sérvia, Tijana está radicada há oito anos no Brasil e trabalha no Rappi desde agosto de 2020. Sérgio Saraiva, que liderava a companhia no Brasil desde o início de 2020, deixa o Rappi e caminha para novos desafios dentro do setor de startups, informou a companhia em comunicado;
  • A unico, que acaba de se tornar um unicórnio, contratou Cinthia Battilani para tocar seu departamento jurídico. Ex-Nike, ela possui mais de 20 anos de experiência no mercado e participou do processo de venda da operação comercial da marca ao Grupo SBF, controlador da rede Centauro, em dezembro de 2020. Na unico, Cinthia terá a missão de liderar a equipe jurídica com base em quatro pilares: privacidade (aumentando a excelência de condução de projetos e entregas da unico, dentro dos compromissos com a segurança e privacidade para a escalabilidade dos produtos e do negócio); transacional (proporcionando mais automatização e velocidade para a área); governança corporativa (para atender a demanda de projetos de M&A, IPO, interação com os fundos e relação com os investidores) e compliance (auxiliando na gestão interna e externa).
  • A logtech Cobli contratou Simone Lima para o cargo de diretora de RH. A executiva tem mais de 16 anos de experiência e era, até agora, diretora de pessoas na unico.

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  • Quem nunca ficou em dúvida de como fazer seu primeiro pitch? Quais informações colocar na apresentação, o que falar e como agir? A Norte, em colaboração com Gabriel Benarrós (fundador da Ingresse), elaborou esse conteúdo sobre como fazer um pitch perfeito. O material serve como um guia para a elaboração do seu primeiro pitch. Não inclui uma fórmula secreta e perfeita para um pitch de sucesso, mas reúne os melhores padrões e estruturas utilizadas no setor.
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