Startups morrem por falta de tração, não por falta de ideias. E no early stage, quando os recursos são escassos e cada decisão pesa no futuro da empresa, alguns erros são fatais. O problema é que, muitas vezes, os empreendedores nem percebem que estão cometendo esses erros e acabam insistindo neles até ser tarde demais.
Tenho falado bastante sobre isso, porque vejo esses erros se repetindo em startups de todos os tipos. Especialmente quando o assunto é Growth Marketing. As armadilhas parecem inofensivas, mas colocam a sua startup no caminho do desperdício.
Obituário 1 – Achar que basta contratar uma pessoa para resolver Growth
Esse erro é uma mistura de negligência com preguiça. O fundador percebe que Growth é um problema, mas, ao invés de entender melhor o desafio, estruturar um plano ou buscar ajuda especializada, ele simplesmente contrata alguém e espera que tudo se resolva.
O raciocínio é mais ou menos assim: “Esse problema existe porque não tem ninguém cuidando disso. Então, é só contratar e pronto.”
O problema é que Growth, especialmente no early stage, não é um assunto que pode ser delegado para uma pessoa sem contexto, estrutura ou direcionamento claro. Startups precisam de hipóteses, testes rápidos, e ajustes constantes – e nada disso acontece só porque um nome novo apareceu no organograma.
Contratar sem saber exatamente o que esperar, sem ter a certeza da competência da pessoa no desafio específico ou sem fornecer os recursos necessários não funciona. É apenas uma forma mais cara de continuar errando.
Obituário 2 – Acreditar que “aqui fazemos do nosso jeito” e não trazer expertise de fora
Muitos founders caem na armadilha da arrogância. Preferem insistir no “nós fazemos do nosso jeito e eu é que sei” em vez de aprender com quem já passou pelo que eles estão passando algumas vezes.
A verdade é que Growth para startups early stage não é um problema novo. Estratégias de aquisição, retenção, pricing, distribuição, etc, já foram testadas por outras startups antes. Mas ao invés de buscar atalhos inteligentes, muitos empreendedores tentam reinventar a roda sozinhos.
Ignorar a experiência de quem já enfrentou esses desafios só torna o caminho mais longo e mais caro.
Obituário 3 – Pagar caro por coisas que não precisa (algumas, que nem precisaria pagar)
Startups early stage precisam gastar dinheiro com inteligência. Mas isso não impede alguns empreendedores de investir pesado em ferramentas ultra sofisticadas, campanhas de marketing “bold” ou equipes cheias de “heads”.
O erro não é só financeiro, é estratégico também. No início, cada real investido precisa ter um retorno claro. Se dá para testar hipóteses com algo mais simples antes de escalar, por que começar com o mais caro? Se um freelancer ou um parceiro externo resolve um problema pontual, por que trazer alguém full-time antes da hora?
A lógica aqui é simples: startups early stage precisam ser eficientes, não sofisticadas. Foco no que move o ponteiro, e só depois pense em otimização. Evitar a complexidade desnecessária vale muito a pena.
Conclusão
O early stage não perdoa erros básicos. E os três que listei aqui são mais comuns do que deveriam. Contratar achando que resolve Growth, ignorar expertise externa e gastar dinheiro onde não precisa são escolhas que, isoladamente, já colocam uma startup em risco. Juntas, são uma receita para o fracasso.
A boa notícia é que todos esses erros têm solução. Mas o primeiro passo é perceber que eles existem e fazer diferente.