Coluna

A revolução silenciosa da infraestrutura financeira

Plataformas como Stripe, AWS e os ecossistemas de stablecoins e tokenização estão lentamente substituindo os sistemas financeiros legados

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Camadas invisíveis de infraestrutura são a fundação real | Foto: Canva
Camadas invisíveis de infraestrutura são a fundação real | Imagem: Canva

Enquanto muitos fundadores e investidores se preocupam em produzir o melhor conteúdo nas redes e garantir o hype do momento, plataformas que vão moldar o futuro silenciosamente estão crescendo à sombra desse barulho todo.

Startups continuam numa busca frenética por soluções incrementais, mais um app de fidelização, mais uma funcionalidade de inteligência artificial. Mas, por baixo da superfície, plataformas como Stripe, AWS e os ecossistemas de stablecoins e tokenização estão lentamente substituindo os sistemas financeiros legados.

Quando o invisível vira padrão

A Stripe, por exemplo, deixou de ser apenas uma ferramenta de pagamentos: é hoje a base operacional para milhares de empresas digitais. A empresa processou US$ 1 trilhão em 2023 (cerca de 1% do PIB global).

No campo de infraestrutura em nuvem, a AWS segue dominando com folga: tem cerca de 30–32% do mercado global, enquanto Google Cloud e Azure surgem um passo atrás, mas ganhando terreno. E esse domínio é ainda mais discreto do que visível.

Essas camadas invisíveis de infraestrutura são a fundação real. E quem nasce já adaptado a essas bases, ou “nativo” delas, ganha vantagem competitiva duradoura. Por outro lado, quem tenta adaptar-se como “mais um fornecedor” está fadado à pouca relevância.

A nova era é de valor programável

Ferramentas como stablecoins e tokenização representam a próxima camada da internet financeira: não mais apenas de dados, mas de valor fluido e imediato. Stablecoins já somam cerca de US$ 250 bilhões em circulação, sob respaldo ativo de dólar e com apoio regulatório crescente.

E não é só tecnologia. Soluções de Banking as a Service, como o BaaS da Genial, oferecem essa infraestrutura diretamente para fintechs, plataformas cripto e setores como iGaming. Estamos falando de fluxo financeiro como serviço, sem fronteira entre tradicional e digital, e isso muda o jogo.

De produto isolado a plataforma fundacional

A real disrupção vem de quem constrói ecossistema, não de quem aprimora uma interface. A Stripe criou novos mercados, não apenas melhorou o modelo antigo. AWS não só oferece servidores, ela suporta a escala global de aplicações.

No Brasil, a Genial já se posiciona exatamente assim: não é um fornecedor de conta digital. É uma infraestrutura bancária embutida em quem constrói, com automação, dados e licenças operando como substrato.

Em resumo, se você é founder ou investidor, cuide menos da embalagem e mais da fundação. O brilho superficial do produto importa bem pouco se a fundação fica nas mãos de outros. A próxima grande plataforma já nasceu. E ela passa longe das manchetes, porque está ocupada construindo o próximo alicerce da internet financeira.

Venâncio Velloso

Responsável pela estratégia e jornada da transformação digital na Genial Investimentos. Tem + 17 anos de experiência no mercado digital como co-fundador de 3 startups (VTEX, Sapatino e WebPesados). Posteriormente, atuou como consultor de estratégia digital para grandes grupos como: Tracbel, Aliansce Sonae e Athie & Wohnrath e mais recentemente foi executivo do time de expansão do Marketplace na Amazon Brasil. Ele é formado em administração pela Babson College em´03 e mestre em Inovação, Estratégia e Marketing pela MIT (Massachusetts Institute of Technology) em ´17.

Responsável pela estratégia e jornada da transformação digital na Genial Investimentos. Tem + 17 anos de experiência no mercado digital como co-fundador de 3 startups (VTEX, Sapatino e WebPesados). Posteriormente, atuou como consultor de estratégia digital para grandes grupos como: Tracbel, Aliansce Sonae e Athie & Wohnrath e mais recentemente foi executivo do time de expansão do Marketplace na Amazon Brasil. Ele é formado em administração pela Babson College em´03 e mestre em Inovação, Estratégia e Marketing pela MIT (Massachusetts Institute of Technology) em ´17.