Há dois anos atrás, tomei uma decisão difícil: larguei o Instagram. Eu era aquela pessoa sempre conectada, postando todo dia, fazendo publi, construindo uma comunidade. Estava jogando o jogo, seguindo o script.
Mas, cara, essa rotina virou um vício. Eu ficava lá, todo dia, rolando o feed sem nem pensar. Comecei a perceber que isso estava atrapalhando minha criatividade e minha visão de mundo. Parece um pouco deprimente, eu sei. Mas o que quero aqui é jogar luz em outro caminho.
Depois que saí do Instagram descobri podcasts que me ensinaram coisas, newsletters que mudaram minha forma de ver o mundo e vídeos que me inspiraram. Sempre acreditei que a tecnologia deveria nos unir e expandir nossos horizontes.
Mas, nas redes sociais, percebi que muitas vezes a gente só fica na superfície, sem entrar de verdade no que importa: as conexões reais com as pessoas e o aprendizado profundo.
Agora, quero te convidar para esta reflexão: é possível usar a tecnologia para crescer e se desenvolver, não só para passar o tempo. Como podemos fazer isso de forma prática e significativa?
Essa decisão de deixar o Instagram me fez pensar em como as redes sociais mudaram desde o começo.
Lembra do Friendster e do MySpace? Nessas plataformas, o foco era conhecer pessoas novas e se expressar de forma autêntica. Mas aí chegaram o Facebook, Instagram e X/Twitter, e tudo mudou. Agora, os algoritmos ditam o que a gente vê.
Como isso está nos impactando?
Um estudo da Buffalo State College mostrou que esses algoritmos das redes sociais acabam favorecendo os posts que já são hits. Isso coloca muita pressão nos criadores para seguirem a maré, o que acaba matando a autenticidade e a inovação.
É um paradoxo, né? As redes sociais que prometiam liberdade de expressão acabam nos levando a seguir o mesmo caminho de sempre. Esse jeito de fazer as coisas não só afeta quem cria conteúdo, mas também a gente que consome. Ficamos presos vendo sempre mais do mesmo, sem muita chance de encontrar ideias novas e diferentes. É como se estivéssemos numa bolha, só com coisas superficiais.
Mas claro, não posso esquecer o lado bom das redes sociais. Elas encurtam as distâncias, unindo-nos a amigos e familiares, não importa onde estejam. Também se tornaram uma força poderosa para apoiar causas significativas e dar voz a quem, até então, era frequentemente silenciado.
Mas, apesar desses benefícios, é fundamental procurarmos informações de fontes diferentes. A verdadeira riqueza do conhecimento vem da diversidade de perspectivas.
Como contornar o algoritmo?
Então, como podemos superar a influência dos algoritmos? O segredo é assumir o controle ativo sobre o nosso feed, optando por ferramentas que nos permitem escolher o que queremos ver, focando em conteúdos que nos agregam valor e conhecimento.
Vou compartilhar com vocês algumas estratégias que tenho adotado:
- Newsletters: eu praticamente vivo de newsletters. 90% do que leio vem delas, desde dicas de marketing até insights sobre desenvolvimento pessoal. Ah, e eu sempre compartilho as melhores no meu LinkedIn.
- Feeds RSS: meu dia sempre começa com uma olhada rápida no Feedly. Lá, consigo acompanhar só o que realmente me interessa, sem me perder na avalanche de notícias do dia.
- Favoritos: encontrou algo interessante online, mas sem tempo para ler na hora? Comigo acontece direto. A solução? Mando pro Pocket e depois tiro um tempo para absorver tudo, geralmente no fim de semana.
- Livros: nada substitui a profundidade dos livros. Tento ler um pouco todas as noites antes de dormir, é um hábito que sempre me traz novas perspectivas.
- Google Alerts: para acompanhar assuntos específicos que me interessam, configuro o Google Alerts. Assim, recebo notificações por e-mail e me atualizo.
Conclusão
Deixar o Instagram foi mais do que um ato de rebeldia digital; foi um passo em direção a uma compreensão mais profunda do meu próprio consumo de informação e da minha expressão criativa.
Essa mudança abriu portas para explorar um universo de conteúdo mais diversificado e significativo, alimentando não apenas minha curiosidade, mas também minha criatividade. Agora, vejo claramente como as escolhas que faço online moldam não apenas o que eu vejo, mas quem eu me torno.
Faça uma pausa e pense: como suas escolhas digitais estão moldando a sua visão de mundo e a sua identidade? Talvez seja a hora de redefinir sua própria jornada digital.
Garimpo
Se você quiser se aprofundar mais nesse tema, tem um documentário que vale a pena ver: ‘Lo and Behold: Reveries of the Connected World’, do Werner Herzog.
Ele mostra a evolução da internet desde o começo até agora, olhando tanto o lado positivo, quanto o negativo. Ele fala bastante sobre como a internet está afetando a nossa sociedade, cultura e até a vida pessoal, incluindo o papel das redes sociais.
Lo And Behold: Reveries of the Connected World – Official Trailer
Pergunta do dia
Quero deixar uma dica pra você: vale a pena parar um minuto e pensar sobre como você usa as redes sociais. Elas estão te ajudando a ver coisas novas e diferentes, ou só mostram mais do mesmo?
Temos a escolha de procurar por coisas que realmente importam pra gente. Então, que tal tentar isso? Pode ser uma mudança pequena, mas fará uma grande diferença.
Recomendação: crie um diário para responder às perguntas da coluna.
Continuem inspirados,
Guto