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Aqui não é startup!

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Tenho ouvido com bastante frequência essa frase no mercado de seguros de diferentes players. Não é uma critica, pelo contrário, me fez refletir e escrever o artigo dessa semana. As empresas tradicionais dizem que querem trabalhar com startup, mas estão prontas?

O discurso corporativo das empresas tradicionais de seguros diz que sim. Queremos, vamos, estamos juntos, bora! Isso é fato. A prática mostra que é um pouco diferente dado que os times internos ainda não estão preparados para a agilidade que as startups trazem. E isso gera muito desconforto, atritos e pressão para todos os lados. E não são apenas as startups, qualquer empresa que trabalha atualmente com tecnologia como pilar estratégico estão em um tempo diferente, ou melhor, um ritmo acelerado. É pra ontem e não para semana que vem.

Nas empresas tradicionais ainda vemos as estruturas internas e processos iguais dos últimos cinco anos tentando dar conta dessa nova velocidade de negócios.  Não vai dar certo. Em muitos casos, as empresas estão replicando estruturas das startups ou criando squads. Esse caminho é mais complexo. O que precisam é rever processos e SLAs internos. 

O modelo industrial construído do passado para receber uma demanda dentro de uma empresa e voltar uma resposta não funcionará nesse novo ambiente mais tecnológico. 

Poderia citar inúmeros exemplos das diversas áreas de uma empresa tradicional que passam da area comercial, técnica (no caso de seguros), jurídico e por ai vai. O famoso SLA de cinco dias úteis (que deveria virar um meme) é dizer que vamos perder uma semana para analisar um documento. Já existem ferramentas e tecnologia disponíveis o suficiente para não sermos mais binários e sim, trabalhar com múltiplos eventos, como cita um amigo que trabalha com Kafka.

Tecnologia é a saída

O que vejo é que essa aceleração digital ainda não impactou as estruturas de uma organização como deveria. Gerou apenas mais trabalho e um certo desespero de estar sempre atrasado com alguma demanda. Minha sugestão é: utilizem tecnologia. É a única saída. Falem com a área de compliance, time tech, engenharia, seja quem for. Existem ferramentas ou mesmo metodologia disponível para se aperfeiçoar o fluxo de trabalho de forma mais automatizada.

Outro dia fomos almoçar com um parceiro, de uma empresa tradicional. Estávamos contando as diferenças entre o dia a dia de uma startup para tangibilizar essa nova realidade. Uma das metodologias que citamos que usamos aqui, e várias startups usam, é a retro. Ou melhor, a retrospectiva derivada da metodologia ágil.

Para quem adota o Scrum, a reunião de retrospectiva da sprint é fundamental para o formato de squads. É quando termina uma etapa do projeto, a equipe para e avalia: o que estamos fazendo certo, errado, aprendizados e próximos passos. 

Imagine agora usar isso, seja para a implementação de um projeto, lançamento de um produto, negociação com um cliente. Qualquer ação que ao final pode-se juntar um time e entender: o que precisamos melhorar? Porque cada ação pode ser um mvp que deve-se melhorado para se aperfeiçoar a empresa. Isso é evolução metodológica. 

A diferença na grande empresa é que mudar os fluxos internos padronizados é quase mudar a cultura do negócio. Para isso acontecer, é quase uma disrupção, mas se não acontecer, continuaremos ouvindo: Aqui não é uma startup! Tick-Tock. O tempo não vai parar.

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