Coluna

As 5 jogadas indispensáveis no playbook de um empreendedor

Rodrigo Tognini, CEO da Conta Simples (Créditos: Conta Simples/Divulgação)
Rodrigo Tognini, CEO da Conta Simples (Créditos: Conta Simples/Divulgação)

Não faltam motivos para comemorar o Dia do Empreendedor, no próximo dia 5. Talvez, neste ano, a gente possa celebrar ainda mais, na proporção dos desafios e adversidades que temos enfrentado: o salto dos negócios para a inteligência artificial generativa, as sequelas da pandemia, a disrupção das cadeias produtivas no mundo, só para citar alguns. Como founder dessa era, precisei me reinventar diversas vezes — e sigo ampliando meu playbook. O basquete me ajudou.

Na quadra e na cadeira de CEO, as habilidades necessárias para vencer são desenvolvidas às custas de muito treino e suor, falha e superação. Existe, claro, o talento. Mas na maioria das partidas não é ele que vira o jogo: é o fundamento técnico, que só vem com a prática. Um capitão precisa procurar, o tempo todo, espaços para levar equipe à frente, conhecendo sua composição e necessidades. Essa visão do todo é fundamental também no playbook dos negócios.

Sem um olhar integrado do que acontece na operação, fica difícil tomar qualquer decisão e pensar em estratégia. É por isso, entre outros fatores, que a gestão de despesas corporativas tem ganhado tanto protagonismo — seja nas startups, PMEs ou enterprises. Uma gestão bem servida de um dashboard para operações e o financeiro não só conta com mais segurança no dia a dia, como pode extrair o insumo essencial para colocar a bola em jogo: o insight. 

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A visão 360º do armador

Num time de basquete, o point guard, ou o armador, é quem prepara o time para o que está por vir. É um atleta que joga de frente para a cesta adversária e precisa saber exatamente o que está acontecendo em cada esquina da quadra, para prever os próximos movimentos do oponente e executar jogadas vencedoras. Soa familiar?

Como empreendedor e capitão de time, sempre busquei ter a visão total do jogo para poder liderar melhor. Numa partida ou no volátil mundo dos negócios, contar com dados precisos e as estatísticas certas não é mais uma opção, mas uma necessidade impossível de driblar. É simplesmente o que define se o seu time vai avançar para a próxima fase ou cair fora do campeonato, se sua startup vai sobreviver ao “Vale da Morte” ou se tornar um unicórnio.

Inove como um shooting guard

Com a prancheta na mão, a missão principal fica mais fácil: todo empreendedor precisa ser criativo. Aqui vou mencionar a figura do shooting guard, ou o ala-armador: assim como esse jogador, o founder precisa pensar diferente se quiser criar novas jogadas. É sempre assim com quem entra para a história: estamos falando de Jordan e Kobe Bryant, de Steve Jobs e Jeff Bezos. 

O poder de adaptação do power forward

No tempo regulamentar ou em qualquer startup, muita coisa pode dar errado: e é preciso estar pronto para ajustar a estratégia. Eu sempre tive um perfil dinâmico, mas o grau de adaptabilidade que o empreendedorismo exige, só é possível aprender jogando. Numa partida, é o power forward quem vai tentar criar oportunidades onde não parece existir nenhuma. Ele joga dentro do garrafão, é decisivo e, não raramente, um cara cascudo. Temos muito a aprender com eles.

A liderança do pivô

O ponto de referência do time em quadra, esse atleta muitas vezes joga de costas para a cesta e orienta o time na busca dos pontos. Na hora do ataque, é o homem que joga infiltrado no meio dos adversários. Na defesa, é a pessoa em que a equipe se ancora para proteger a cesta. O líder de qualquer grupo precisa saber observar, mas, principalmente, saber ouvir.

Eu comecei a empreender com 22 anos. E, apesar de acreditar que existe sim alguma predisposição inata, ninguém nasce um líder. Ao longo dos últimos anos, tenho me aproximado cada vez mais da minha equipe e da ponta da operação, desenvolvendo minha empatia e capacidade de escuta. Foi nesse estilo de gestão que me encontrei melhor — também parece ser o que funciona melhor com as novas gerações de profissionais.

A raça do ala

Talvez a característica mais decisiva, para um atleta ou no playbook do empreendedor, seja mesmo a resiliência. A habilidade conta muito e sem criatividade ninguém muda o jogo, mas quando soa o apito final são poucos os que permanecem em pé. Como um ala, me sinto cada vez mais preparado para seguir avançando, seja na técnica, como os armadores, ou na força, como os gigantes no garrafão. LeBron James é um exemplo disso. Mas é um exercício diário: sempre que cair, levante.