Uma nova pesquisa sobre a menopausa disseca o senso comum da travessia feminina nesse período, estimula possibilidades de tratamentos diferenciados para cada estágio da transformação no corpo e na mente feminina e aquece o mercado das femtechs. O recente estudo da Phenology, marca de saúde feminina da healthtech Hologram Sciences, chegou a importantes conclusões acerca das diferentes fases do climatério.
Ouvindo 32 mil mulheres, a pesquisa aponta alterações de humor, irritabilidade e ansiedade como características marcantes da perimenopausa precoce, estágio que antecede a menopausa, antes dos 40 anos, quando existem flutuações hormonais com potenciais reflexos na saúde mental. Já os suores noturnos, ‘fogachos’ – ondas de calor –, baixa libido e outros sintomas físicos são preponderantes na pós-menopausa. Mas, sabemos que cada mulher atravessa essa jornada de modo único, individual.
Os sintomas podem se manifestar simultaneamente em qualquer período, e serem sentidos mais ou menos intensamente, o que demanda atenção, exames, cuidados médicos, psicológicos, holísticos, nutricionais e o apoio de dispositivos digitais que sirvam para auxiliar a mulher no momento em que são necessárias mudanças de hábitos.
Partindo do princípio que o melhor remédio é o autocuidado, conhecimento e informações científicas que ajudem a lidar com essas oscilações, que para algumas começam bem antes da última menstruação e se estendem por muitos anos depois da menopausa, vale destacar alguns dados da análise.
Na pós-menopausa, a pesquisa constatou que 77% das mulheres chegaram a relatar relapsos ou confusão mental, em comparação com 70% na perimenopausa. Da mesma forma, em relação aos sinais físicos, 73% das mulheres na pós-menopausa contaram sentir ondas de calor, em comparação com apenas 39% na perimenopausa.
Por outro lado, 72% das mulheres na “pré-menopausa” reconheceram alterações de humor. Todas essas informações reforçam que o fim da menopausa não liberta as mulheres, automaticamente, dos sintomas mais desconfortáveis, identificados entre 7 e 11 diferentes tipos por esse estudo.
Desde já, contamos com esses novos dados da Phenology para celebrar o mês e o Dia do Empreendedorismo Feminino, 19 de novembro, motivar e subsidiar a expansão das femtechs no Brasil. Inseridas em um mercado avaliado globalmente em US$ 15,4 bilhões em 2021, com taxa de crescimento prevista em 5,29% ao ano até 2030 pela consultoria Grand View Research, é hora de realizar e oferecer muito mais para as necessidades das mulheres antes, durante e depois da menopausa.
A robustecer esse contexto, outra informação relevante levantada pela consultoria Startup Genome, de São Francisco (EUA), indica que apenas 12,6% das tech startups foram fundadas por mulheres de 2016 a 2022 na América Latina. Fechando com excelentes números, o Female Founders Fund antevê oportunidades no montante de US$ 600 bilhões para as femtechs. São perspectivas bastante animadoras, de mulher para mulher.