Há mais de uma década, o compliance no Brasil ainda era uma área coadjuvante nas organizações Embora sempre tenha sido um departamento necessário, sua atuação era mais retraída, , cuidando principalmente de crises repentinas, ditando leis internas e acompanhando processos.
Embora em outros países o processo de mudança do setor tenha acontecido há muito mais tempo, no país, a área abriu suas portas recentemente para essa demanda. A reivindicação é de que deixe para trás o status de coadjuvante e assuma um papel que vá além de “uma ferramenta para lidar com crises”.
Esse necessário protagonismo vive um cenário de crescimento e visibilidade, uma vez que, no Brasil,, estamos finalmente nos movimentando em direção favorável a diversidade e inclusão dentro das empresas. Todos os espaços organizacionais vêm sendo ocupados por uma cultura de comunicação ativa a respeito de problemas como de assédio, discriminação, bullying e outros tipos de má condita que precisam receber visbilidade para a construção de ambientes de trabalho saudáveis. Questões essas, que cabem ao compliance.
A sociedade também vive um processo de inovação social que luta ativamente contra as desigualdades e entende a raiz estrutural do problema no racismo e outros preconceitos relacionados à identidade de gênero e à orientação sexual. Empresas que não são capazes de acompanhar esse movimento sofrem com a perda de talentos, danos à reputação e imagem organizacional e aumento de processos trabalhistas.
Além de ser a coisa certa a se fazer, é também por estes motivos que as organizações precisam estar alinhadas com a construção de uma sociedade que repare as desigualdades e desorganização sócio-financeira. Diante deste contexto, é o compliance que direciona caminhos a serem seguidos nas relações que acontecem dentro da empresa e com stakeholders, e que deve zelar pela imagem da organização frente a esses públicos.
Para que alcance tal objetivo, o compliance deve atuar de forma democrática, colaborativa e acessível, com uma comunicação que dialogue com pessoas em todos os setores e níveis hierárquicos, e canais que tornem eficiente o contato com a área.
De fato, o compliance já não é apenas uma ferramenta para lidar com crises. Empresas disruptivas já entenderam que, muito mais do que lidar com as crises, é importante preveni-las e assumir que os problemas acontecem. Ao antever, é muito mais fácil prevenir. Essa é a melhor forma de zelar por cultura organizacional ética e orientada a uma cultura de confiança.