Deep Techs são startups baseadas em avanços científicos e tecnológicos significativos, que desenvolvem soluções inovadoras para problemas complexos. Elas se diferenciam por demandarem longos ciclos de pesquisa e desenvolvimento, alto investimento e por estarem profundamente conectadas a universidades, centros de pesquisa e estruturas institucionais de apoio à ciência. No Brasil e no mundo, essas empresas vêm ganhando protagonismo como motores de transformação estrutural em setores como saúde, energia, agro e indústria avançada.
O cenário global de investimentos em Deep Techs tem se intensificado. No primeiro trimestre de 2025, o investimento global em venture capital atingiu US$ 126,3 bilhões em 7.551 negócios, impulsionado por megadeals em áreas como inteligência artificial, biotecnologia e tecnologias industriais emergentes.
No Brasil, embora o volume de investimentos ainda seja mais modesto, os sinais são positivos. Em 2024, o país registrou R$ 1,5 bilhão em investimentos em Deep Techs, o que representou um crescimento de 20% em relação a 2023, segundo a Emerge Brasil.
Hoje, o Brasil conta com 875 startups Deep Techs mapeadas, com 55% localizadas no estado de São Paulo. As áreas de maior concentração são saúde humana e farmacêutica, com 243 empresas, agronegócio e saúde animal, com 202 (Emerge Brasil). Apesar do volume relevante, apenas 30% dessas startups alcançaram etapas de comercialização e escala, enquanto a maioria ainda opera nas fases de validação técnica, científica ou de produto.
Outro ponto relevante é o papel do investimento público: 70% das startups que captaram acima de R$ 5 milhões no Brasil o fizeram por meio de recursos de instituições como FAPESP, Finep, Embrapii e Sebrae (Emerge Brasil). Essa dependência reflete tanto o perfil de risco dessas empresas quanto a necessidade de ampliar o engajamento do capital privado com projetos de ciência aplicada. Ainda há desafios claros relacionados ao acesso a capital paciente, marcos regulatórios complexos, dificuldades logísticas para validação em escala e uma conexão incipiente com grandes corporações — que poderiam ser usuárias ou parceiras estratégicas dessas soluções.
Por outro lado, o Brasil reúne um conjunto de ativos únicos que o colocam em posição privilegiada para liderar inovações científicas de impacto global. Nossa biodiversidade, combinada a um ecossistema acadêmico robusto, uma nova geração de pesquisadores empreendedores e políticas públicas de fomento à inovação, cria um ambiente fértil para o surgimento e a escalabilidade de soluções Deep Tech. O desafio está em conectar melhor universidades, investidores e setor produtivo — e transformar conhecimento em valor.
Visitando ecossistemas de inovação no Brasil, tenho conhecido Deep Techs com enorme potencial de resolver problemas globais. O que mais precisamos agora é acelerar essas conexões. É nesse contexto que a KPMG, por meio da premiação Private Enterprise Global Tech Innovator, tem buscado reconhecer e dar visibilidade às startups mais inovadoras do Brasil e do mundo. As Deep Techs têm sido destaque nas últimas edições, justamente por traduzirem conhecimento científico em soluções transformadoras. As inscrições estão aberta e esta é uma oportunidade única para startups que atuam com tecnologia de base sólida ganharem projeção global.
Link da inscrição para a premiação – Global Tech Innovator 2025 – KPMG Brasil

Diogo Garcia é Especialista em Vendas B2B, Marketing de Relacionamento e Negociação, Gestão de Comunidades, Startup Hunting e Ecossistemas de Inovação, com mais de 12 anos de experiência nas áreas de Vendas e Programas de aceleração/investimento/relacionamento para Startups em grandes empresas do segmento de serviços de consultoria, financeiro, seguros, tecnologia da informação entre outras.
Diogo Garcia é Especialista em Vendas B2B, Marketing de Relacionamento e Negociação, Gestão de Comunidades, Startup Hunting e Ecossistemas de Inovação, com mais de 12 anos de experiência nas áreas de Vendas e Programas de aceleração/investimento/relacionamento para Startups em grandes empresas do segmento de serviços de consultoria, financeiro, seguros, tecnologia da informação entre outras.