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Edição gênica: a inovação que está moldando o futuro da agricultura

Técnica desponta como avanço estratégico no melhoramento de plantas e pode acelerar soluções para a segurança alimentar global

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DNA
DNA (Foto: Canva)

Por Bruno Visconti, gerente de ciência e inovação da Corteva Agriscience, corporação membro do Cubo Itaú.

edição gênica está no centro de uma revolução agrícola que tem potencial para redefinir a forma como produzimos alimentos. Diferente de outras técnicas, ela é uma extensão do melhoramento tradicional de plantas, permitindo mudanças precisas e direcionadas no DNA para alcançar resultados benéficos, obtidos sem a introdução de material genético de espécies diferentes. É como se fosse um refinamento daquilo que agricultores já fazem há séculos, agora com a precisão que a ciência moderna pode oferecer.

 Essa precisão abre caminho para avanços notáveis. Com a tecnologia CRISPR-Cas9, vencedora do Prêmio Nobel de Química em 2020, os cientistas conseguem alterar trechos específicos do DNA, corrigindo mutações, desativando genes indesejados ou potencializando características já presentes. O resultado proporcionado pela edição gênica é um leque de culturas agrícolas com maior produtividade, mais resistência a pragas e doenças, resiliência a estresses ambientais como a seca e até mesmo melhorias nutricionais nos alimentos.

 Iniciativas em diferentes regiões do globo apontam que a edição gênica tem grande potencial na promoção da resiliência agrícola. É o caso de uma parceria com a Gates Agricultural Innovations (Gates Ag One), no continente africano. Entre os avanços previstos na ação promovida pelo braço voltado aos pequenos produtores da Bill & Melinda Gates Foundation está a melhoria da simbiose de nutrientes nas plantas, permitindo melhor aproveitamento – algo que, mesmo em fase inicial, pode aumentar a produtividade. Iniciativas como essa unem conhecimento científico, recursos financeiros e inovação para acelerar a criação de materiais genéticos adaptados a realidades locais, fortalecendo comunidades e aumentando a autonomia dos agricultores.

 O Brasil, pela força do seu agronegócio e pela capacidade científica já instalada, está em posição privilegiada para liderar essa transformação A edição gênica pode ser o impulso decisivo para que a agricultura brasileira continue ampliando sua relevância mundial, alimentando uma população global em rápido crescimento. 

O País já conta com marcos importantes no desenvolvimento e uso da edição gênica. Em 2018, por exemplo, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) avaliou e liberou o primeiro produto agrícola desenvolvido com tecnologia CRISPR, o milho ceroso, que apresenta maior concentração de amilopectina, um tipo de amido com diversas aplicações industriais. O produto ainda não é comercial, mas já dá uma amostra do futuro.

 Especialistas do setor agrícola apontam que a edição gênica é uma das tecnologias mais promissoras do século XXI, tanto para grandes quanto para pequenos produtores. Trata-se de uma inovação transversal, com potencial para transformar diferentes realidades produtivas ao redor do mundo. Investimentos bilionários em ciência e pesquisa têm acelerado essa agenda e, mais importante, demonstram que a tecnologia é capaz de chegar de forma prática às fazendas.

 Além disso, o avanço da edição gênica representa um posicionamento estratégico para empresas que buscam liderar o mercado de inovação agrícola. Ao investir em soluções que unem ciência e sustentabilidade, essas companhias não apenas atendem às demandas de seus clientes, mas também moldam o futuro do setor. A entrega de sementes e tecnologias de ponta garante competitividade e reforça o compromisso com práticas agrícolas mais eficientes e responsáveis ambientalmente.

Mais do que uma tendência, a edição gênica é uma necessidade diante dos desafios climáticos e de uma população cada vez mais numerosa. Empresas que investem em pesquisas, parcerias internacionais e soluções tecnológicas estão pavimentando o caminho para um modelo agrícola mais competitivo, inovador e preparado para os desafios do século XXI. O resultado é um benefício que vai além da produtividade: trata-se de garantir alimento, renda e qualidade de vida para milhões de pessoas em todo o mundo.

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Cubo Itaú

Inaugurado em setembro de 2015 pelo Itaú Unibanco em parceria com a Redpoint eventures, o Cubo Itaú é o mais relevante hub de fomento ao empreendedorismo tecnológico da América Latina, uma organização sem fins lucrativos que potencializa a conexão e a criação de negócios entre grandes empresas e startups. O Cubo Itaú está sediado na região da Vila Olímpia, em São Paulo, e, por meio de suas plataformas física e digital, contribui com o crescimento das mais de 500 startups curadas que fazem parte de seu portfólio e refletem mais de 25 segmentos de mercado, contemplando, assim, empreendedoras e empreendedores de todo o Brasil e de diversas regiões do mundo. O Cubo também apoia as transformações digital e cultural de corporações que representam as maiores indústrias da economia. Soma-se a isso a presença de uma comunidade dedicada a investidores, além de parceiros estratégicos. Mais informações podem ser encontradas em: https://cubo.network/.

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