Segundo dados da Abstartups, apenas 15,7% das startups brasileiras têm mulheres como fundadoras ou co-fundadoras
No dia 19 de novembro, comemoramos o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, uma data que celebra nós, mulheres, que ousamos criar e inovar em diferentes áreas de atuação. No mundo das startups, nós somos cada vez mais presentes e protagonistas, mas ainda enfrentamos muitos desafios e barreiras para nos consolidarmos em um mercado dominado por homens.
Empreender no Brasil já é uma tarefa difícil para qualquer pessoa, mas para as mulheres é ainda mais complicado. Além de lidar com a burocracia, a falta de recursos e a alta competitividade, nós também precisamos superar o machismo, a desvalorização e o preconceito que permeiam o ecossistema empreendedor. Muitas vezes, não somos levadas a sério, não recebemos o mesmo apoio ou investimento que os homens e temos que provar constantemente nossa capacidade e competência.
No mundo da tecnologia, a situação é ainda mais crítica. Segundo dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), apenas 15,7% das startups brasileiras têm mulheres como fundadoras ou co-fundadoras. Além disso, apenas 3,8% das startups têm mulheres como CEOs. Esses números revelam a baixa representatividade feminina em um setor que é considerado estratégico para o desenvolvimento econômico e social do país.
Mas por que há tão poucas mulheres empreendedoras no mundo das startups? A resposta envolve diversos fatores, da educação à cultura. Desde cedo, somos desestimuladas a nos interessar por ciência, tecnologia, engenharia e matemática, áreas que são vistas como masculinas e que são fundamentais para o surgimento de novas soluções e negócios. Além disso, sofremos com a falta de referências, de mentoria, de redes de apoio e de oportunidades de capacitação e crescimento profissional.
Por outro lado, somos nós que conseguimos romper essas barreiras e, ao nos lançarmos no mundo das startups, mostramos que é possível transformar sonhos em realidade. Somos exemplos de coragem, determinação, resiliência e criatividade. Criamos produtos e serviços que atendem às necessidades e aos desejos de diferentes públicos, geramos empregos, renda e impacto positivo na sociedade. Também inspiramos e incentivamos outras mulheres a seguirem nossos passos e se tornarem empreendedoras.
Empreender é um ato de esperança e de luta. É acreditar que é possível mudar o mundo para melhor. É enfrentar os obstáculos com garra e persistência. É buscar a equidade e a justiça em um ambiente desigual e injusto. É ser protagonista da própria história. É ser mulher.
Eu sempre sonhei em ter meu próprio negócio, mas não foi fácil chegar até aqui. Enfrentei muitos desafios e preconceitos por ser mulher nesse mundo dominado por homens. E fui incentivada por mulheres que criaram soluções incríveis para problemas reais, geraram valor para a sociedade e seguem transformando a história.
Eu sou uma delas. E tenho orgulho disso.
Eu sei que não é fácil ser mulher empreendedora no mundo das startups. Mas eu também sei que é possível. E que vale a pena. E que, juntas, a gente pode mudar o mundo, um dia de cada vez.