Coluna

Estamos ficando com os piores?

Um ecossistema focado apenas em resultados de curto prazo premia quem joga “seguro”? Ainda há espaço para ideias que exigem paciência?

Será que a busca por resultados está minando a verdadeira inovação?
Será que a busca por resultados está minando a verdadeira inovação? | Divulgação

Nos últimos anos, o mantra “foco em receita” ganhou muita força entre as startups. Com investidores cada vez mais pressionando por resultados rápidos, empreendedores se viram obrigados a ajustar seus sonhos à dura realidade. E, sejamos justos, este foco trouxe ganhos para todos os lados. Negócios passaram a alocar capital de forma mais eficiente e a crescer com base em fundamentos mais sólidos. 

Mas, a que custo?

Olhando para o ecossistema, fica claro que algo mudou. A ambição é outra. As ideias que surgem são menores, menos transformadoras. Grandes soluções que poderiam desafiar mercados inteiros dão lugar a projetos que só fazem “incrementos”. Bancos, mobilidade, imobiliário, varejo… a transformação dessas indústrias foi impulsionada pela ousadia de startups que pensaram grande. Mas o que estamos fazendo agora com os empreendedores mais ambiciosos?

Nubank dificilmente conseguiria o financiamento enorme que teve durante 10 anos. Uber, certamente não. QuintoAndar, provavelmente não … confesso que pensar nessa realidade é muito desagradável.

Estamos selecionando os piores? 

Essa é a pergunta incômoda que precisamos responder. Um ecossistema focado apenas em resultados de curto prazo premia quem joga “seguro” e penaliza a ousadia? Ainda há espaço para ideias que exigem tempo e paciência?

O paradoxo é claro: o foco em receita trouxe disciplina, mas pode estar matando a rebeldia e persistência que faz startups serem, de fato, transformadoras. Estamos, talvez, sufocando as ideias que criariam o próximo grande impacto em favor de soluções que “pagam as contas”… as pequenas.

E isso importa demais! Porque grandes inovações precisam de tempo, capital e coragem. Elas desafiam estruturas e deslocam mercados. Sem elas, não há revolução. Há apenas evolução.

A provocação que lanço aqui é simples: estamos matando os sonhos grandes? É isso que queremos para o futuro das startups? Um ecossistema sem ousadia, sem coragem de enfrentar indústrias gigantes e defender os consumidores?

Conclusão

Olhando para frente, precisamos urgentemente equilibrar o jogo. Precisamos de empreendedores que não tenham medo de desafiar o status quo e de investidores dispostos a apostar neles.

Sem isso, o que resta é um ecossistema árido, onde ideias pequenas dominam. E, nesse cenário, quem perde é todo mundo: os empreendedores, os investidores e, principalmente, os consumidores.

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