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Uma breve história de uma finhealth

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*Alexandre Parma é médico e fundador da hygia saúde

Entre 2017/18 fui impactado por notícias que os algoritmos do Google me traziam após pesquisas sobre textos que andava lendo: de Michael Porter a Yuval Arari, os algoritmos me empurravam até a chamada revolução 4.0, que chegava até mim com uma velocidade extrema.

Para quem não sabe, sou médico de formação e me considero um aprendiz contumaz. Pois se a maior lição da tal revolução vinha de Alvin Toffler, que postulou que o analfabeto não é mais quem não sabe ler e escrever, mas o que não consegue aprender, desaprender e aprender de novo, então eu já estava pronto: eu já vivia e vivo no mundo VUCA (traduzindo – volátil, incerto, complexo e ambíguo). E viver assim incomoda, mas impulsiona mais ainda.

Sendo médico, entendi fácil com Porter que a tal medicina baseada na produção/procedimentos, não terá como seguir em frente, por um simples motivo, o valor não está onde deve, no sucesso com a saúde de quem realmente importa: os pacientes e clientes. Além disso, é marcada por desperdício, abuso e fraudes. E mais ainda, todos os participantes da cadeia de valor querem tirar vantagem, com praticamente nenhum acrescendo valor a esta cadeia, mas retirando ou tentando o tempo todo, subtrair.

Na prática, significa que se uma pessoa for acometida de uma dor qualquer e por exemplo tem um convênio, ou está no sistema público, tende a exagerar no uso do sistema para tentar resolver seu problema. Os profissionais e entidades, como clínicas e hospitais, tentam ganhar financeiramente o máximo que podem com tal evento, e pior: se houver um convênio ou plano, este tenta bloquear tudo, ou se for do sistema público, a falta de acesso já é o bloqueio. Percebam que o valor, que seria gerar saúde para não existir a tal dor, e nem mesmo a dor, que é uma consequência de algo e não a causa, serão resolvidos a contento. Tudo isso permeado por abusos, desperdício e não raramente: fraudes! Não tem como dar certo!

Saúde é bem mais que medicina!

É fácil perceber que a medicina atual é essencialmente reativa, explico. A medicina comumente está atenta em diagnosticar e tratar eventos já ocorridos. De uma perna quebrada até um tumor. Evoluímos muito nisso, ao ponto de diagnósticos bem precoces e precisos, desde hipertensão em seu início, até tumores milimétricos. Mas notem que estes eventos, em geral, já ocorreram, e aí precisa-se reagir. A reação chega atrasada, sempre!

Quando se analisa o sistema como um todo, não faz sentido a falta de foco em saúde e não “em medicina “. Principalmente a saúde que deveria chegar antes, através da prevenção. A prevenção, essa sim, faz muito sentido, e por que não a predição? E se pudermos, com dados, avaliar probabilisticamente, riscos de eventos em saúde? Por exemplo: se uma pessoa tem predisposição genética para doença gordurosa do fígado, tem exames de sangue levemente alterados para enzimas hepáticas e só come junk food, a probabilidade de complicações sérias futuras com o órgão é enorme!

Assim, saúde preditiva e personalizada faz realmente sentido, onde os indivíduos são o melhor grupo controle de suas intervenções. Mas esse não é o pensamento usual atual e é simples de entender: estudos populacionais e ciência foram fundamentais até aqui, pois precisávamos realmente saber qual intervenção (ou medicação) era melhor para o maior número de pessoas. Grandes estudos populacionais ainda guiam instituições e governos para tomadas de decisão. Por exemplo, num estudo populacional se 60 a 70% respondem comprovadamente a uma intervenção, como um remédio para pressão ou diabetes, é mais fácil tomar a conduta – mas e os 30% que não respondem? Essa é a melhor decisão para um indivíduo? Provavelmente, não!

Predição e prevenção

Como exemplos em saúde preditiva e personalizada, temos hoje a capacidade de aquisição e análise de dados massivos dos indivíduos, através de equipamentos como smartwatches, além de vários outros, como celulares e vestíveis. Temos exames de DNA cada vez mais acessíveis, mostrando a probabilidade de um indivíduo desenvolver condições, como diabetes e a capacidade de metabolização de substâncias como o café, e até em qual tipo de esporte se performa melhor e com menos lesões.

É um tipo de saúde extremamente personalizada com enormes impactos no curto, médio e notadamente no longo prazo. Consegue-se hoje analisar a microbiota e os tipos de espécies de microrganismos predominantes no intestino de um indivíduo (com estudo genético), que podem influenciar desde o humor, ao emagrecimento. Consegue-se também aferir a idade biológica de um indivíduo, o chamado relógio biológico de Horwath, e assim fazer intervenções para desacelerar o envelhecimento e, provavelmente, até retroceder. Por fim, hoje pode-se analisar o metabolismo (‘metabolômica’) e tomar decisões, por exemplo se uma droga, uma vitamina ou alimento estão tendo bom impacto na saúde.

Essa capacidade de mensurações ajuda indivíduos a tomar decisões no estilo de vida que têm enorme impacto. O exercício correto, o sono adequado, o contato com a natureza, a exposição controlada ao frio, bem como alimentos e suplementos, tudo deve ser entendido como informação, e literalmente, tais informações modificam nosso organismo. Essas informações ou comandos, chegam após a decisão dos indivíduos em mudar seu comportamento. Saber as predisposições genéticas, a característica dos metabólitos, a microbiota individualizada e a idade biológica, funciona como gatilho disparador para a tomada de decisão.

A análise preditiva então, permite não somente antever a possibilidade de condições ruins, prevenindo-se doenças, mas trazer condições cada vez melhores para a saúde futura dos indivíduos, analisando dados probabilísticos, e usando tais probabilidades para promover saúde e longevidade. Calculamos então, o risco de uma pessoa ser mais saudável, e não mais somente o risco de adoecer (predição). Aí fica simples, pois indivíduos mais saudáveis, como população, viverão mais e melhor, e cada vez menos doentes – e por que não, mais jovens?

Saúdes reativa, preventiva e preditiva, juntas

Saúdes reativa (que sim, é importante), preventiva e preditiva, que se interligam intimamente, podem ser oferecidas através de uma inteligência? Claro: a hygia saúde as juntou!

Na minha segunda volta do Vale do Silício, desenhei uma jornada em minha mente: a solução não era convencional. Precisava encontrar meios de dar acesso e meios de financiar a saúde, nas três jornadas (reativa, preventiva e preditiva), e acrescentando valor à cadeia! No retorno ao Brasil, o executivo de vendas da GE, Maikol, de quem eu era cliente, perguntou-me: “…… o que você foi fazer no Vale(?)”, e eu respondi esse imbróglio todo aí acima! Ele não titubeou: disse que estaria dentro, custasse o que fosse, e assim foi!

O Maikol com sua capacidade extrema de comunicação verbal virou nosso CEO e speaker. Passamos por muita coisa desde então. A tese não mudou, mas no mundo das startups, temos a mudança de curso, chamada pivotagem. Pivotamos muito!

Saímos do B2C pro B2B2C, sabiamente, mas a duras penas. Gastamos muito recursos próprios, gastamos errado, mas erramos rápido, para acertar mais rápido ainda! Captamos o necessário e agora buscamos financiamento onde é mais importante, segundo um amigo guru e mentor, Cristiano Kruell: com nossos clientes!

A hygia faz a diferença na vida das empresas e suas pessoas, entregando saúde, muito antes que as doenças ocorram! Isso traz resultados gerando muito valor para as empresas, com funcionários saudáveis, com menos absenteísmo e lógico, mais produção feita por gente hígida e feliz! Nosso propósito é fazer as pessoas viverem mais e melhor, e através da inteligência e genialidade de um timaço de executores, temos conseguido! Usamos dados, inteligência artificial, mas mais que isso, inteligência e carinho humanos: agimos para mudar um cenário caótico que se avizinha, com planos caríssimos e com sinistralidade altíssima.

Temos em nossa jornada um mapa de saúde que mostra como a empresa e suas pessoas estão, e o que pode ser modificado, com as melhores intervenções, e onde! Agimos através de tecnologia, mas também através de pessoas: uma assistente pessoal de saúde mantém contato muito próximo com a empresa e as pessoas, para inseri-las nas jornadas de saúde. Temos produtos fantásticos, desde a saúde reativa, com seguros, produtos financeiros e seguro hospitalar, passando por linhas de cuidado preventivo com nosso parceiro, o Hospital Moinhos de Vento, e até exames em saúde preditiva, com nossa spin-off, a DNHYGIA, com análise de DNA, microbiota, relógio biológico, além de muitas novidades que teremos em breve.

A deusa Hygia

Hygia é a deusa da saúde da mitologia grega, filha de Esculápio, pai da medicina, de onde provém palavras como higiene e hígido (saudável). A hygia saúde tomou forma nos tempos atuais através de um grupo de sonhadores empreendedores, mas sobretudo executores! Vislumbramos um mundo melhor através da racionalização de recursos em saúde, com muita inteligência, agregando valor em toda a cadeia para que os resultados venham de encontro ao nosso propósito.

Hoje com um NPS altíssimo (método que analisa satisfação), nossos clientes são nossa melhor propaganda. Temos um timaço pronto para ajudar as pessoas viverem mais e melhor, em empresas cada vez mais saudáveis e produtivas. Ainda teremos muita novidade boa pela frente, e todos estão convidados: vamos juntos?

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