*Por Thatiana Sestrem, Conteúdo Estratégico Gedanken, startup membro do Cubo Itaú
A sustentabilidade deixou de ser uma escolha e passou a ser uma necessidade estratégica para as empresas que buscam se destacar em um mercado cada vez mais exigente. Além de consumidores e investidores estarem mais atentos ao impacto ambiental e social das organizações, as regulações se tornam mais rígidas, exigindo maior transparência e responsabilidade em todas as esferas do negócio.
Como exemplo recente, tivemos uma nova regulamentação de práticas ESG (sigla para “Ambiental, Social e Governança”) aprovada pelo Parlamento Europeu- a diretiva CS3D (Due Diligence de Sustentabilidade Corporativa).
O principal intuito é criar um regramento legal para diagnosticar, avaliar, monitorar e prevenir impactos negativos em direitos humanos e meio ambiente relacionados às cadeias de fornecimento de negócios europeus e empresas que exportam para o bloco.
O novo regulamento anda em linha com o Green Deal, Pacto Verde da União Europeia (UE), lançado em 2019 se aplica a empresas europeias com mais de mil colaboradores e faturamento superior a R$ 450 milhões de euros ou empresas estrangeiras com negócios na Europa, que superem o mesmo valor em receita.
Apesar deste ser um dos avanços importantes em nível global, o processo implementar ações efetivas de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) nas suas operações e, principalmente nas suas cadeias de fornecimento ainda é muito desafiador.
Vale salientar, que grande parte das emissões de carbono e dos impactos ambientais de uma empresa, por exemplo, vem de seus fornecedores – o chamado escopo 3. Segundo o relatório CDP de 2022, mais de 90% das emissões de CO2 das empresas estão diretamente relacionadas à cadeia de suprimentos.
Tecnologia a favor de um ecossistema sustentável e inovador
Para atender a essas exigências, a tecnologia é uma ferramenta essencial. Soluções inovadoras permitem a identificação e o monitoramento dos fornecedores possibilitando às empresas avaliar o impacto ambiental dos seus parceiros e também oferecer apoio para que eles adotem práticas mais sustentáveis.
Dessa forma, a relação entre empresa e fornecedor se consolida e fortalece toda a cadeia de valor criando um ecossistema mais resiliente e inovador.
A geração de dados estruturados também facilita a criação de relatórios detalhados, uma exigência cada vez mais comum por parte de reguladores e investidores. Ter acesso a essas informações de maneira rápida e precisa permite que as empresas demonstrem seu compromisso com a sustentabilidade e se posicionem de forma competitiva em um ambiente de negócios onde a transparência é fundamental.
Outro ponto importante quando falamos de processos sustentáveis são os benefícios que a própria cadeia de fornecimento obtém com as soluções inovadoras.
Ter seus processos avaliados e monitorados permite enxergar de forma sistêmica as lacunas existentes e pensar em estratégias reais que possam contribuir com a melhoria dos resultados e buscar caminhos para aprimorar ações já existentes. Com isso, fornecedores também possuem subsídios para ganhar vantagem competitiva e estar na vanguarda da sustentabilidade
Empresas que abraçam essa inovação já estão à frente, liderando um movimento que gera valor e contribui para uma sociedade mais equilibrada e consciente.
O futuro dos negócios e principalmente do meio ambiente que nos cerca depende de uma mudança real de todos, em que a tecnologia se torna uma aliada indispensável para impulsionar esse progresso. A integração de soluções tecnológicas com uma visão estratégica de sustentabilidade é o caminho para garantir que as empresas, suas cadeias de fornecimento e, por consequência, a sociedade, prosperem de maneira responsável e sustentável.
Do contrário, estamos fadados a perpetuar práticas nocivas que embora tragam resultados aparentes no curto prazo, também proporcionam consequências irreversíveis para um futuro não muito distante. Vale a pena correr este risco?