Por: Pedro Ivo Martins Brandão, Sócio Diretor da Dito CRM, startup membro do Cubo Itaú
Ninguém se importa se a sua marca utiliza inteligência artificial. Pouco estamos interessados em saber se os seus bots estão escrevendo textos, editando imagens ou produzindo vídeos em segundos.
O que nos interessa descobrir são os resultados factíveis e o ROI de cada uma dessas ações. Se você não tem as respostas, lamentamos informar que a sua IA é irrelevante para nós.
A provocação acima emerge graças a essa onda massante de inteligência artificial que estamos surfando, no mínimo, desde 2023.
“Todas as empresas de Varejo precisam agregar a IA à sua rotina”, decretaram os especialistas dois anos atrás. O problema é que naquela época eles não esclareceram como fazer isso de forma a “mover os ponteiros” do negócio.
No entanto, de volta a 2025, nós temos certeza de que esse cenário está se transformando rapidamente. Após a fase de adoção dessa tecnologia, como foi sugerido, parte dos varejistas já descobriram maneiras bastante eficazes de usar a inteligência artificial para aumentar a receita.
Para ilustrar, algumas empresas estão a utilizando para cruzar grandes volumes de dados e, além de determinar a propensão de compra dos clientes, segmentá-los com mais acurácia e impactá-los com campanhas hiperpersonalizadas.
A Harry Rosen, por exemplo, está caminhando nesta direção. No primeiro momento, a marca utiliza a inteligência artificial para descobrir, com detalhes, todas as características e comportamentos históricos dos consumidores.
Na sequência, o conhecimento gerado é disponibilizado para os Personal Shoppers que, entendendo o perfil de cada cliente e sabendo as suas preferências, conseguem abordá-los com conteúdos realmente relevantes.
O resultado dessa ação? Além de contatos extremamente customizados, a Harry Rosen melhorou o NPS em 50% e atingiu um LTV (Lifetime Value) 4x mais alto.
Inclusive, nessa linha, vale abrir uma brecha aqui para ressaltar que criar conteúdos relevantes, com ou sem o apoio de inteligência artificial, definitivamente, é a maior tendência para 2025.
Na NRF deste ano, a maior feira de Varejo do mundo, uma das empresas que ganhou destaque neste quesito foi a brasileira FARM. Tanto no Brasil quanto em Nova Iorque, a marca está colocando o conteúdo à frente do produto e o resultado disso é o reconhecimento internacional.
E como segundo modelo “brazuca” a seguir, fique de olho no trabalho da Track&Field. A marca tem investido fortemente em conteúdos informacionais e na promoção de experiências reais aos clientes. Cada vez mais, a empresa acredita que a venda é consequência do relacionamento sólido construído ao longo do tempo.
Com esses exemplos práticos, fica evidente que, no fim das contas, o que determina o sucesso da inteligência artificial no Varejo não é a tecnologia em si, mas o valor que ela consegue gerar.
Marcas que conseguem transformar dados em estratégias inteligentes, personalizar experiências e criar conexões genuínas com os clientes sairão na frente. E quem continuar focando apenas na ferramenta, sem uma visão clara de impacto, corre o risco de “ficar para trás”.
Inaugurado em setembro de 2015 pelo Itaú Unibanco em parceria com a Redpoint eventures, o Cubo Itaú é o mais relevante hub de fomento ao empreendedorismo tecnológico da América Latina, uma organização sem fins lucrativos que potencializa a conexão e a criação de negócios entre grandes empresas e startups. O Cubo Itaú está sediado na região da Vila Olímpia, em São Paulo, e, por meio de suas plataformas física e digital, contribui com o crescimento das mais de 500 startups curadas que fazem parte de seu portfólio e refletem mais de 25 segmentos de mercado, contemplando, assim, empreendedoras e empreendedores de todo o Brasil e de diversas regiões do mundo. O Cubo também apoia as transformações digital e cultural de corporações que representam as maiores indústrias da economia. Soma-se a isso a presença de uma comunidade dedicada a investidores, além de parceiros estratégicos. Mais informações podem ser encontradas em: https://cubo.network/.