Faz tempo que uma grande parcela da sociedade busca garantir às mulheres participação igualitária no mercado de trabalho. Apesar de ainda existir um longo caminho a ser percorrido, algumas conquistas foram alcançadas e as empresas finalmente entenderam a responsabilidade social que têm diante do problema da desigualdade de gênero.
Como resposta a essas mudanças, a presença da mulher em posições estratégicas nas organizações é cada dia mais encorajada, assim como o completo respeito por por sua atuação profissional em qualquer posição. Além disso, as empresas que caminham de acordo com os avanços feitos, também mapeiam formas de amenizar a diferença salarial e de jornada, causada pela desigualdade de gênero.
Para impulsionar o crescimento profissional feminino e permitir que mulheres ocupem cargos com maior poder de decisão, as organizações precisam partir dos discursos para a adoção de políticas e leis internas. O foco precisa ser prevenir e corrigir os principais desafios encontrados por essas profissionais como:
- vieses e estereótipos que atrelam a imagem da mulher a uma pessoa frágil ou muito sentimental;
- a problemática com a licença maternidade e paternidade que sempre associa a mulher ao afastamento de suas responsabilidades laborais;
- dupla jornada ligada ao desenvolvimento de carreira e total ou principal responsabilidade com tarefas relacionadas ao cuidado da família e da casa;
- casos de assédio que acontecem com mulheres de forma majoritária;
- fenômeno da impostora como reflexo das estruturas patriarcais que imperam na formação e estrutura da nossa sociedade.
Tudo nos conformes
Hoje, o compliance deve ser protagonista na resolução desses problemas, sendo responsável por trazer inovação em governança e práticas de inclusão social nas empresas. Com programas e práticas efetivas de conformidade, a área funciona como uma ferramenta propulsora de ética e segurança nos espaços de trabalho. A melhor das consequências é uma cultura verdadeiramente diversa e inclusiva para todas as pessoas, contando com aquelas que vivenciam opressão de gênero.
Quando pensamos no protagonismo concedido a área, é essencial pensar no impacto que uma cultura organizacional bem sucedida causa no desempenho das empresas. A melhor prática, neste caso, é desenhar uma cultura corporativa que siga alguma metodologia. Segundo levantamento da consultoria de recursos humanos ManpowerGroup, entre as iniciativas mais citadas pelas organizações para aumentar a presença feminina, aparecem os programas internos de desenvolvimento de liderança (37%), a criação de cultura organizacional inclusiva (28%) e parcerias com universidades e educação (24%).
É ainda o compliance que permite às organizações criarem documentos importantes como o Código de Ética e Conduta com leis e códigos voltados a evitar e prevenir assédio, abuso de poder, violência e discriminações de todos os tipos, podendo direcionar a cultura da empresa a um caminho contrário a desigualdade de gênero. Como complemento, uma empresa que se mostra interessada em oferecer um ambiente seguro, proporciona confiança para que as pessoas colaboradoras relatem assédio e outros abusos vivenciados no local de trabalho. .
A tendência é que este movimento cresça cada vez mais e se torne primordial nas organizações. Pesquisas, estudos e resultados práticos vivenciados por grandes organizações apontam para um futuro próximo cada vez mais inclusivo. E um compliance cultural fortemente presente nas estruturas organizacionais assume protagonismo como uma área transformadora. A meta é estimular todas as pessoas colaboradoras a estarem na mesma página quando o assunto é ética e conduta.