A prática da ética na utilização das ferramentas disponíveis da inteligência artificial não pode esperar a regulamentação solicitada recentemente pela Unesco, organismo das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura. Esse processo tende a ser lento, até a efetiva implementação das regras para a IA em nível mundial.
Enquanto isso, milhões de pessoas podem ser beneficiadas pela agilidade, acuidade e comodidade proporcionadas pela evolução da tecnologia em todo o mundo, nas mais diversas áreas e empresas, de saúde e bem-estar, nutrição, engenharia, gestão econômico-financeira aos esportes e lazer.
Mas a Unesco quer que os governos sejam velozes nessa providência e que só estudantes maiores de 13 anos tenham acesso à IA generativa, entre outras determinações. Para a organização, o uso da inteligência artificial nas escolas precisa estar alicerçado na ética, a fim de evitar que vieses, desinformação e preconceitos sejam reforçados no ambiente digital.
Ao mesmo tempo, o próprio Secretário-Geral da ONU, António Guterres, revelou uma macro projeção de que a IA gerará globalmente em torno de US$ 15 trilhões até 2030, o que corrobora o fato de que estamos em uma imensa highway tecnológica sem inversão de marcha. É por essa estrada, que estamos ajudando a pavimentar, que nossos descendentes próximos e do futuro vão transitar.
Essa ampla perspectiva de investimentos se posiciona com maior força no contexto das femtechs, sabendo que, até hoje, nós mulheres respondemos por menos de 5% das startups como fundadoras, sendo que representamos metade da população mundial. Ou seja, há todo um universo a se expandir e conquistar!
Sem esquecer o Outubro Rosa, mês da campanha de conscientização da saúde feminina, lembro que, quanto aos cuidados e bem-estar, iniciativas de autocuidado, atenção primária com filhos e demais familiares, marcação de consultas e exames, além de outras responsabilidades, não restam dúvidas: várias pesquisas já demonstraram que 90% das medidas de zelo com a saúde dentro das famílias são decididas por nós, mulheres, em qualquer papel que desempenhemos.
Justamente nas estruturas de medicina e saúde, a IA possibilita, com alto grau de certeza, a identificação de doenças e a proposição de tratamentos com tecnologias em contínuo aprimoramento, que permitem aplicar capacidades humanas em cirurgias complexas, por exemplo, com eficiência e, sobretudo, segurança.
Por isso, que prossigam os benefícios da inteligência artificial para facilitar a vida e acelerar o acesso universal à saúde; haverá sempre uma mulher capacitada ou um coletivo de mulheres de olho na transparência, ética e no pleno funcionamento dos instrumentos digitais.