Eu invisto e ajudo startups desde 2012. Acompanho o ecossistema empreendedor desde 1998, quando comecei a empreender com a Flores Online. E hoje, como founder da aceleradora STRIVE, converso com founders praticamente o dia todo, todos os dias.
Nestes mais de 25 anos conectado visceralmente com a vida empreendedora, uma das coisas que mais me preocupa é que construímos uma geração de empreendedores que valoriza e festeja as conquistas erradas. Não só no Brasil, no mundo todo.
Nos últimos 10 anos, criamos uma comunidade que valoriza mais a contação de historia, do que a execução. Valorizamos mais o empreendedor vendedor de sonho do que o empreendedor raiz. Festejamos o founder rockstar que levanta R$ 5 milhões com um PPT, e não damos holofote para aquele que levanta uma empresa do zero e cresce 30% ao ano de forma sustentável, com lucro nas alturas.
Pior que o founder entra nesta pilha. Ele acredita que levantar R$ 10 milhões num deck bonitão já faz dele o Jeff Bezos tupiniquim. O jogo nem começou. Sua empresa não vale nada ainda, até você executar e mostrar valor de verdade.
Vamos então valorizar mais a entrega, e menos a venda do sonho grande. Vamos valorizar a dedicação, o foco, a garra, a paixão empreendedora, e menos a capacidade de vender uma narrativa.
Captou uma grana? Ótimo, parabéns, mas sem alarde. Mãos a obra.
Vender sua visão é uma das habilidades mais importantes de um founder, mas como se diz sabiamente por aí, visão sem execução é um pesadelo.