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Agora que investidores e startups estão mais tranquilos sobre os valores depositados no Sillicon Valley Bank, que capotou nas últimas 72 horas, a questão se tornou outra: onde colocar o dinheiro? Para Brian Requarth, fundador da Latitud, a melhor alternativa pode ser colocar a grana em um “não-banco”.

Segundo o executivo, fintechs como Brex e Mercury, que não se encaixam no esquemão dos bancos tradicionais norte-americanos, estão com uma vantagem estratégica neste momento em que fundadores estão buscando saídas ágeis para proteger as economias de suas empresas.

“Estas empresas (Brex e Mercury) estão melhor equipadas para abrir contas na velocidade esperada, e já estão se ajustando para receber esse influxo”, avaliou Brian, em um webinar para avaliar estratégias e caminhos para os empresários trabalharem seus recursos sacados do SVB.

O comentário do manda-chuva da Latitud destoa da suposição esperada, que seria apelar para instituições tradicionais como JP Morgan e Morgan Stanley, bancões que também estão se beneficiando da busca por segurança, mas que ainda carregam a burocracia do setor bancário comum.

“Por exemplo, ter uma conta na Brex não equivale a ter uma conta bancária. É uma conta de gestão de caixa, que distribui o dinheiro em diferentes contas norte-americanas, que são asseguradas pela FDIC”, explicou Patrick Kolencherry, Gerente de Produto da Latitud.

Brex preparada

Já vislumbrando o movimento cantado pela Latitud nesta segunda, a Brex fez o seu “tema de casa” no final de semana. A fintech, sediada nos EUA mas fundada por brasileiros, tratou de se posicionar como uma opção segura para os fundadores em busca de locais onde colocar rapidamente o seu dinheiro.

“Estamos trabalhando noite e dia para apoiar os clientes do SVB e a comunidade de startups para ajudar neste período desafiador”, afirmou o fundador e co-CEO da Brex, Pedro Franceschi, em nota no site da companhia.

Ainda no sábado, antes da notícia que o governo dos EUA estaria interferindo no SVB para garantir a devolução dos valores aos correntistas, a fintech tinha recebido mais de US$ 1 bilhão em pedidos de uma linha de crédito emergencial para novos clientes.

Além disso, a companhia reforçou o seguro do FDIC em suas contas empresariais, dobrando a cobertura de US$ 1 milhão para US$ 2,25 milhões. Segundo explicou Franceschi, isso é possível ao distribuir valores em 9 bancos parceiros, cada um cobrindo US$ 250 mil (cobertura padrão prevista pelo FDIC).

Dinheiro não tem vácuo

As movimentações para preencher o espaço deixado pelo SVB estão intensas desde o início da derrocara do banco na quinta-feira (10). A própria Latitud se colocou com uma candidata a assumir esse posto – ou parte dele. A companhia está desenvolvendo dois prodtuos para ajudar fundadores latinos: uma conta internacional e um serviço de transferências internacionais (FX). “Vamos ajudar fundadores de startups a receberem os aportes dos investidores e fazer esse dinheiro chegar no Brasil de forma fácil e transparente”, informou, em nota.

Quem também está se movimentando é a Trace Finance. A fintech, que nasceu com a proposta de ter serviços financeiros internacionais para startups, ontem soltou um comunicado a clientes chamando para abertura de conta. “Devido ao encerramento do SVB, que deixou muitas startups da América Latina sem solução bancária para estrutura offshore, nós antecipamos o lançamento do Trace Finance Banking.
A partir de hoje, você já pode aproveitar as vantagens da nossa conta bancária, solução segura para sua empresa receber investimentos. Abra sua conta agora!”, escreveu. Segundo a companhia, ela tem US$ 1,5 bilhão na fila para serem depositados.

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