Dealflow

Canastra Ventures: novo VC com tese em IA quer investir R$ 20M

Fundo dará cheques de R$ 500 mil a startups early stage que utilizam inteligência artificial para resolver grandes problemas no Brasil

Canastra Ventures. Foto: Divulgação
Canastra Ventures. Foto: Divulgação

As startups brasileiras de inteligência artificial estão prestes a ganhar um novo investidor: o Canastra Ventures. Fundado por Pedro Dias (ex-DOMO.VC e Siemens), Artur Dias (ex-Centauro e Hyperlocal) e Larissa Bomfim (Grupo SBF), o venture capital está trabalhando para levantar um veículo de investimento de R$ 20 milhões, com cheques de R$ 500 mil por empresa, em troca de 7% de equity.

O foco será em startups early stage, que já tenham produto mínimo viável (MVP) e um time de fundadores estruturado, com duas a quatro pessoas. Além disso, é preciso que um dos fundadores tenha perfil mais técnico.

“O dream team é uma empresa que tenha entre os fundadores um cientista, uma pessoa de tecnologia, e uma pessoa de produto e negócios”, conta Pedro.

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Em entrevista ao Startups, ele e Larissa explicam que, embora o fundo seja agnóstico com relação ao setor, as teses mais recorrentes até o momento têm sido de healthtechs e fintechs. A busca é por startups que utilizam inteligência artificial para resolver grandes problemas no Brasil.

“O que vemos de tese de IA no Brasil são modelos sendo desenvolvidos em cima de tecnologias de grandes empresas como OpenAI, Nvidia, Google. Os empreendedores brazucas estão criando soluções superinteressantes em cima dessa primeira camada, que dificilmente vamos ver sendo desenvolvida no Brasil no curto prazo. Mas tem sido muito legal ver como os founders brasileiros estão olhando para essas soluções. Em uma semana de fundo, já recebemos um volume interessante de propostas”, diz o co-fundador do Canastra Ventures.

Parte dos recursos do fundo será composto por capital dos sócios, investidores e parceiros estratégicos. Além de Pedro, Artur e Larissa, que atuarão como managing partners, o novo VC contará com Luan Dias como CTO e Victor Sorroche como general partner.

Residência e aceleração

A ideia, segundo Larissa, é que o Canastra Ventures seja o primeiro cheque dessas startups. Para isso, a casa criou duas portas de entrada diferentes no dealflow. A primeira delas é uma residência – que, inclusive, está com inscrições abertas até o dia 28 de julho. O objetivo do programa, com duração de 10 semanas, é unir empreendedores e pequenas equipes em busca de co-fundadores para negócios ainda em fase de ideação.

A segunda porta de entrada é o programa de aceleração, para startups com equipes formadas, nos estágios de formação ou desenvolvimento do modelo de negócio. Os participantes terão ajuda para desenvolver o Minimum Viable Product (MVP) e fazer a abertura formal da startup. Ao final do programa, que dura 20 semanas, haverá um Demoday presencial em São Paulo para investidores.

“Tem muito talento e muita tese sendo desenvolvida. A gente se propõe a ser uma ponte entre esses talentos e o mundo de startups. É ótimo que a gente consiga conhecer o quanto antes o empreendedor, mas isso não impede que, caso a startup esteja em estágio mais avançado, a gente pule direto para o cheque de pré-seed”, explica Larissa.