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Com novo CEO, Vellore Ventures quer levar inovação para varejo e construção

Braço de inovação multicorporate une CVB e CVC para investir em startups que possuam sinergia com players desses setores

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Gustavo Faria, novo CEO do Vellore Ventures | Foto: Divulgação
Gustavo Faria, novo CEO do Vellore Ventures | Foto: Divulgação

A Vellore Ventures está iniciando um novo ciclo com a chegada de Gustavo Faria ao comando. Depois de três anos como COO e de ter sido peça-chave na estruturação do modelo de corporate venture capital & builder da casa, o executivo agora assume o posto de CEO com a missão de ampliar o alcance da companhia nos setores de varejo e construção civil.

Fundada em 2022 pelo Grupo Vellore, de materiais de construção, a Vellore Ventures surge primeiro como CVB, com o objetivo de desenvolver negócios do setor em fase inicial, até as séries B ou C. Com o tempo, o braço de inovação ganha novos investidores, como Grupo G8, formado por oito empresas de comércio e distribuição de materiais de construção, e a Tambasa, atacadista do setor.

Hoje, o grupo se posiciona como um CVC multicorporate, com mais de 60 acionistas. Dentre eles, cerca de metade são empresas familiares do setor de construção civil.

Em entrevista ao Startups, Gustavo conta que a transição de um modelo de CVB para um visto com CVC foi um desdobramento natural da operação, que já tem 9 startups no seu portfólio de investidas. Entre elas, soluções para gestão de obras ou Retail-as-a-Service, por exemplo.

“A gente fez um caminho inverso. Não nos posicionamos como venture capital para investir. Primeiro, investimos. Agora, nos posicionamos como capital”, explica o CEO.

Natural da Zona Leste de São Paulo, Gustavo construiu sua carreira em inovação e novos negócios com passagens por uma multinacional de linha branca e pelo empreendedorismo, tendo fundado duas startups, com um exit internacional. Desde a fundação da Vellore Ventures, Gustavo esteve à frente da estruturação da operação, participando diretamente do hunting, due diligence e das negociações com startups.

A tese de investimento é dividida em três frentes principais: retailtech (fintechs, martechs, logtechs, salestechs e IA aplicada à cadeia de suprimentos), construtech (energia, gestão de resíduos, green building e smart cities) e open innovation (agritech, insurtech, ESG, mobilidade e cibersegurança). A Vellore Ventures atua no pré-seed, com formatos que incluem tanto aportes diretos quanto o modelo de services for equity, em que startups trocam participação na empresa por horas de consultoria especializada.

“A startup entra pelo modelo de builder. Se cumprir os requisitos durante o programa, aí sim acessa o cheque. O valor depende do momento de cada startup”, explica o CEO.

Periodicamente, a Vellore Ventures lança desafios propostos de acordo com as demandas dos acionistas. Atualmente, há mais de 20 desafios abertos. Entre eles, monitoramento de mercado e projeção de demanda; acompanhamento de campanhas de trade marketing; gestão 360 de qualidade (indústria 4.0).

Segundo Gustavo, o interesse dos acionistas pela inovação vem em muitos casos das novas gerações que passam a ocupar o comando dessas empresas.

“Hoje já me relaciono com a segunda, terceira e quarta gerações, de empresas que já possuem comitês de inovação e têm vontade de integrar mais tecnologia. IA é hoje o grande desafio. Muitas já usam em áreas administrativas, como marketing ou para produção de materiais institucionais, mas querem saber como a IA pode ser integrada a uma operação já bem sucedida, para melhorar a performance, reduzir riscos, etc”, aponta o CEO da Vellore Ventures.

Para ele, a estratégia é de investir em empresas que tenham sinergia com os negócios dos investidores, mas realizar saídas no curto prazo, retornando valor aos acionistas em pouco tempo.

“Hoje, unicórnios são tão raros quanto os unicórnios. Essa é uma realidade que está batendo na porte. Por isso, hoje o que a Vellore vê como estratégia é se posicionar no mercado real, de early-exit, crescimento e vender mais rápido. Build, invest e exit”, finaliza.