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CVC: Suzano Ventures tem US$ 50M para investir em startups

Aportes são feitos em startups de diferentes estágios, mas foco é em deep techs e no desenvolvimento científico e biotecnológico

Suzano Ventures
Suzano Ventures

Prestes a completar seu segundo ano de operação, a Suzano Ventures já investe em oito empresas e ainda tem mais de US$ 50 milhões para investir em startups do mundo todo. O corporate venture capital (CVC) da Suzano, a gigante brasileira de papel e celulose, pretende fechar mais três ou quatro negócios até o final do ano e faz parte das companhias que estão apostando pesado na parceria com startups para aumentar o seu potencial de inovação.

“A Suzano tem uma área de Pesquisa e Desenvolvimento muito potente, relativamente grande, com centros de desenvolvimento no Brasil e no exterior, na China, no Canadá. Mas ao criar o CVC a companhia quer colaborar com o ecossistema de inovação do mundo todo, algo que de outra forma a Suzano não teria acesso. É uma forma de acelerar a inovação na empresa”, afirma Julio Ramundo, diretor da Suzano Ventures, em entrevista exclusiva ao Startups.

Inicialmente, o CVC destinou US$ 70 milhões para apoiar o desenvolvimento e o crescimento de empresas em quatro áreas de investimento: novas aplicações para biomateriais de eucalipto, embalagens sustentáveis, tecnologia florestal e remoção de carbono. Desse total, US$ 15,6 milhões já estão comprometidos.

Os aportes podem ser feitos em startups de diferentes estágios, mas a tese é concentrada nessas quatro vertentes, explica o executivo. O foco é em deep techs e no desenvolvimento científico e biotecnológico para a criação de produtos como biocompósitos, biocombustíveis, além de soluções para gestão de florestas, por exemplo.

Durante o processo de investimento, a Suzano se torna sócia de uma parte da empresa, com participação que varia em média entre 10% e 30%. E, ao longo do processo de crescimento da startup, pode fazer novas rodadas.

“Quando startup se torna madura, diferentemente do venture capital tradicional, onde normalmente tem uma saída, aqui nós podemos criar joint ventures para desenvolver aquele negócio. Ou a startup pode ser incorporada pela Suzano como uma unidade de negócios. É um investimento estratégico”, destaca Julio.

Outro diferencial é que o CVC é 100% formado por equipes da Suzano, com toda a operação feita internamente. Além dos recursos financeiros, a companhia disponibiliza para as startups investidas toda a sua estrutura, incluindo a plataforma de P&D, além de logística, laboratórios e a parte comercial.

“Temos duas startups brasileiras que estamos desenvolvendo que se beneficiaram muito do conhecimento da Suzano em propriedade intelectual, por exemplo. A gente se beneficia da criatividade e velocidade das startups, mas ao mesmo tempo ajudamos com a estrutura de uma empresa de grande porte”, explica o diretor da Suzano Ventures.