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Gilgamesh levanta fundo II de US$ 20M com 1/3 do portfólio em Brasil

VC norte-americano focado em fintechs aumentou o valor dos cheques no novo fundo e está de olho do mercado brasileiro

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Miguel Armaza e Andrew Endicott, fundadores da Gilgamesh Ventures | Foto: Divulgação
Miguel Armaza e Andrew Endicott, fundadores da Gilgamesh Ventures | Foto: Divulgação

A norte-americana Gilgamesh Ventures acaba de anunciar que encerrou a captação do seu segundo fundo. O novo veículo seguirá a tese de investimento em fintechs, assim como o primeiro fundo, e irá investir US$ 20 milhões em cerca de 30 companhias a nível global – mas planeja ter aproximadamente um terço do seu portfólio no Brasil.

Fundada em 2021 por Miguel Armaza e Andrew Endicott, a Gilgamesh tem sede em Nova York e já investiu em 44 empresas de 10 países.

“Nova York é a cidade mais importante do mundo para fintechs, mas existem outras cidades muito importantes. Somos grandes fãs de São Paulo e da Cidade do México, além de Dubai e outras. Tentamos ter uma visão global”, afirma Miguel, em entrevista exclusiva ao Startups.

Andrew acrescenta que o mercado brasileiro de fintechs está entre os mais avançados do mundo, especialmente no segmento de pagamentos – com destaque para o Pix – e com o Nubank tendo criado um novo parâmetro global em B2C. Com isso, o país tem se tornado um dos principais mercados para a gestora, atrás de EUA.

“O talento no Brasil, o potencial de escala rápida e o ambiente regulatório são favoráveis ​​para uma empresa em estágio Seed. Isso também ocorre nos EUA, mas não é comum em outros lugares do mundo”, acrescenta.

Para Miguel, outro atrativo do país é a maturidade do mercado de capitais – que permite às fintechs levantarem milhões em FIDCs sem sair do país – e das próprias startups. “Existem diversas companhias no país que estão prontas para fazer IPO”, diz.

Cheques mais altos

Com o segundo fundo, a casa totaliza US$ 35 milhões sob gestão, trazendo investidores institucionais como Foundation Capital, GBM Ventures e Encore Bank, além de mais de uma dúzia de family offices dos EUA e de outros países. Entre os LPs (Limited Partners) estão ainda fundadores de fintechs como Renaud Laplanche (Upgrade e Lending Club) e Dan Henry (Green Dot, NetSpend e Euronet).

O tamanho dos cheques também mudou em relação ao primeiro fundo, passando de uma média de US$ 150 mil a US$ 250 mil no Fundo I para US$ 400 mil a US$ 600 mil no Fundo II. Como parte da sua estratégia, a Gilgamesh entra sempre como coinvestidora nas rodadas e não assume assentos em conselho.

“O objetivo com os cheques mais altos é assumir uma participação maior nas empresas, além de nos tornar mais competitivos. Grandes empreendedores sempre terão boas opções”, aponta Miguel.

Atualmente, a Gilgamesh tem 10 startups brasileiras em seu portfólio, incluindo empresas como a Cayena, marketplace para compra de insumos, e a agtech mineira Tarken, que captou recentemente sua segunda rodada com Monashees, Mandi e Maya Capital. A Gilgamesh também participou da última rodada da proptech Pilar, que captou US$ 6,5 milhões em uma série A liderada pela Alexia Ventures, com participação de FJ Labs, Endeavor, LASP Capital e Stamina.

Além dos investimentos, a gestora possui um podcast, o Fintech Leaders, apresentado por Miguel, que recebe grandes nomes do mercado de fintechs. No início do mês, o programa entrevistou Eduardo Chedid, CEO do PicPay.