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Hora da colheita: KPTL planeja 10 desinvestimentos em 2025

Ano também terá novos aportes por parte da KPTL, especialmente nos segmentos de sustentabilidade e govtechs

Gustavo Junqueira, co-fundador e COO da KPTL
Gustavo Junqueira, co-fundador e COO da KPTL | Gil Silva/Divulgação

Há tempo de plantar e tempo de colher. E, para a KPTL, 2025 será o ano da colheita. O plano é fazer 10 desinvestimentos, da ordem de R$ 500 milhões no total, aproveitando um cenário macroeconômico que para muitos pode ser visto como desafiador. Mas, para a gestora, é de oportunidades.

“A época do desinvestimento é a época mais interessante, porque é o momento do retorno, da colheita. Do fechamento de ciclo do fundo. Nossas ações de investimento e desinvestimento dependem mais do período em que os fundos se encontram do que do contexto macroeconômico, mas felizmente em 2025 estamos começando a enxergar um mercado mais comprador”, afirma Gustavo Junqueira, co-fundador e COO da KPTL, em entrevista exclusiva ao Startups.

Com mais de 15 anos de experiência no mercado de venture capital, a KPTL é resultado da fusão entre A5 Capital Partners e Inseed Investimentos, que ocorreu em 2019. Em toda a sua história, a gestora já realizou mais de 136 investimentos, com foco principalmente em deeptech, biotech, agtech e govtech.

“A KPTL faz investimento em inovações que sustentem diferenciais competitivos no longo prazo. Esse tipo de inovação não tem muita volatilidade com a macroeconomia. Mas percebemos um momento de oportunidade, já que nossas empresas são B2B e as corporações estão com caixa. O próprio dólar em alta não deixa de ser uma oportunidade, já que para as corporações do exterior as empresas brasileiras estão baratas”, acrescenta Gustavo.

A KPTL encerrou o ano de 2024 com 70 investidas, tendo realizado 19 investimentos e 4 exits. Para 2025, essa proporção se inverte. A projeção é encerrar o ano com 68 investidas, com 8 novos investimentos e 10 vendas.

Sustentabilidade

Apesar de ser um ano marcado por desinvestimentos, 2025 também terá novos aportes por parte da KPTL, especialmente no segmento de sustentabilidade. Entra em operação este ano, por exemplo, o fundo Amazonia Regenerate Accelerator and Investment Fund, apoiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O fundo, que possui US$ 11 milhões sob gestão, vai investir em empresas de bioeconomia do Brasil, Equador, Bolívia, Peru, Colômbia, Guiana e Suriname, ou seja, países onde o bioma amazônico está presente.

A KPTL possui ainda o Fundo de Floresta e Clima, que busca startups do pré-Seed à Série A, em quatro principais verticais: Florestas, Carbono, Bioeconomia e Economia Regenerativa. O veículo ainda está em fase de captação, mas já realizou seu primeiro investimento, na Ages Bioactive, empresa que desenvolve novos compostos bioativos naturais, provenientes de biomas como o Amazônico.

Para Gustavo Junqueira, a tese da sustentabilidade é uma tendência que veio para ficar, e o Brasil tem chances de liderar esse mercado – especialmente este ano, com a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, na capital paraense.

“Inovações mais profundas tendem a procurar lugares com tendência de grandes movimentos de mudança. A sociedade mudou muito a sua relação com o meio ambiente e passou a dar uma importância mais alta a esse tema. Nesses movimentos grandes de mudança de foco, mudanças estruturais, é onde surgem grandes oportunidades para inovações. E as startups costumam ocupar esses espaços”, diz o COO da KPTL.

A gestora também fará novos aportes com seu Fundo GovTech, que conta com recursos de agências de fomento e é gerido em parceria com a Cedro Capital. Hoje, o fundo possui R$ 50 milhões sob gestão, com expectativa de chegar em R$ 180 milhões até o final do ano. A KPTL pretende fazer oito novos investimentos nessa tese, com cheques de R$ 3 milhões a R$ 10 milhões.