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Quando uma boa oportunidade de negócios se apresenta, muitas vezes vale a pena recalcular a rota para aproveitar a chance. Foi o que aconteceu com a Invisto, gestora de venture capital do Sul do Brasil, focada em early stage, que em meados do ano passado decidiu abrir uma exceção e investir na rodada série C da Asaas, fintech de Joinville. Nasceu aí uma nova linha de atuação da gestora, a Invisto Select, um canal para aportes isolados em empresas em estágio growth. Ou “fundos de uma empresa só”.

“O deal era tão bom, que não poderíamos desistir de participar. Acessamos nossa comunidade de investidores, apresentamos a empresa e a oportunidade de investimentos, e em 45 dias conseguimos constituir um novo veículo para viabilizar a participação da gestora numa rodada de R$ 100 milhões junto com outros investidores”, conta Marcelo Wolowski, CEO e fundador da Invisto.

Segundo ele, a ideia agora é replicar o modelo usado com a Asaas em outros fundos monoativos. A Invisto projeta um investimento de até R$ 80 milhões por ano nessas empresas, sendo a maior parte dos aportes individuais entre R$ 5 milhões e R$ 8 milhões, mas podendo chegar a R$ 20 milhões, dependendo da empresa.

A prospecção será majoritariamente ativa, olhando sempre para o Sul do país. Mas também pode ocorrer através do relacionamento com outros fundos, com a Invisto entrando como co-investidora. Ou até mesmo de forma passiva, através da procura por parte das próprias empresas. O perfil buscado são startups em estágios mais avançados, com modelos de negócio baseados em Software as a Service (SaaS) e B2B, além de padrões de governança corporativa bem estabelecidos.

“Essa é, de certa forma, uma estratégia oportunística. No caso da Asaas, vimos uma empresa sólida, com valuation legal para entrar, um potencial de crescimento grande e uma perspectiva de saídas fora do Brasil. Além disso, uma combinação de empreendedores motivados com profissionais capacitados. Foi um combinado de coisas que nos atraíram. Já começamos a prospectar algumas empresas que tenham esse perfil. Se fizermos duas por ano, está bem feito”, afirma Marcelo.

Para o investidor, a qualidade do time é fundamental na escolha das empresas, tanto no fundo early stage, quanto na Invisto Select. Apesar de dizer que times equilibrados, com formações diversas e fundadores que combinem racionalidade e vontade de arriscar, Marcelo deixa clara a sua preferência pelos mais arrojados: “A gente prefere os fundadores que a gente precisa segurar, do que os que precisa empurrar”.

Com quatro saídas nos últimos 24 meses, a Invisto não sentiu tanto os efeitos da falta de liquidez no mercado. O fundador da gestora acredita que isso se deva a uma análise cuidadosa das empresas e dos valuations.

“A gente nunca foi no oba oba dos valuations, e esse é um dos motivos de termos viabilizado saídas, porque pagamos valuations decentes quanto a gente entrou. Ainda vejo muita incerteza nos valuations, sobre qual seria o preço justo ou injusto. Mas não acho que esse seja o critério. No fim das contas, o investidor tem que entender se o preço que está pagando viabiliza uma saída rentável”, diz Marcelo.

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