A Mergus está levantando seu segundo fundo e pretende investir R$ 60 milhões até 2025, em cerca de 10 a 15 empresas. Em entrevista ao Startups, o managing partner da gestora, Leonardo Cruz, contou que o foco será em fundadores e em mercados imaturos, com “competição ainda difusa”.
O primeiro fundo da casa tem cerca de R$ 38 milhões sob gestão, investidos em 13 empresas. O objetivo da gestora, com o lançamento do segundo fundo, é chegar a 2025 com um total de R$ 100 milhões de ativos sob gestão.
“A gente cobre por exemplo mercados que estão ligados a saúde, bem-estar, mobilidade, monitoramento de espaços. A gente também gosta do novo mercado financeiro, principalmente pagamentos globais, gestão de patrimônio, entre outros. Conectividade e inteligência artificial também são setores que monitoramos”, disse o executivo.
Foco em negócios globais
Para Leonardo, os empreendedores estão mais bem preparados este ano, após um período de seca nos investimentos de venture capital. O gestor acredita que quem sobreviveu aos últimos dois anos acumulou maturidade e “bagagem” para entregar retornos mais consistentes neste momento.
“Aquelas empresas que conseguiram se desenvolver em 2022 e 2023 vêm com muito mais foco no negócio, e não uma preocupação de captar por captar. Os empreendedores estão muito mais preocupados se o que eles estão criando vai se perpetuar do que simplesmente jogar o jogo do venture capital. Essa é a parte boa”, observou Leonardo.
Ao mesmo tempo, ele acredita que investidores também passaram por um período de amadurecimento e de entender os riscos e o tempo de retorno envolvidos nesse tipo de mercado. Assim como o empreendedor se voltou para o modelo de negócios, os investidores também passaram a escolher as empresas não pelo rápido crescimento, mas pela sustentabilidade do empreendimento e capacidade de geração de valor no longo prazo.
Leonardo espera uma retomada gradativa do mercado de venture capital e com foco, neste momento, nos empreendedores globais. Por isso mesmo, ao buscar por startups para compor o novo fundo da casa, o gestor contou que dará preferência por empresas que não atuem apenas na América Latina.
“Temos buscado empreendedores que olham de forma mais global as soluções. Não apenas aqueles que buscam atuar em países de moeda forte, mas também aqueles que monitoram a competição para ver qual a melhor estratégia para ir a mercado”, explicou o gestor.