Carla Barone, Head of Portfolio Support da ONEVC | Foto: Divulgação
Carla Barone, Head of Portfolio Support da ONEVC | Foto: Divulgação

Com um portfólio de 52 startups, a ONEVC tem se consolidado como um dos fundos mais próximos e “mão na massa” do ecossistema early stage. A gestora se destaca por seu modelo de atuação baseado em suporte prático e estratégico aos fundadores — um diferencial que reflete a origem do time, formado por ex-operadores.

“Somos um fundo de ex-operadores. Nosso diferencial está no suporte prático ao founder”, afirma Carla Barone, head de portfolio support da ONEVC. “A gente investe para estar junto. O valor está no que fazemos depois do aporte.”

Diferente da maioria dos fundos, a ONEVC estruturou uma área dedicada exclusivamente ao suporte pós-investimento – com foco em People, Go to Market e Fundraise. O trabalho começa antes mesmo do cheque, com a diligência do founder em três dimensões: produto, pessoas e tese. “Acreditamos que o founder é tão importante quanto o problema que está resolvendo”, explica Carla.

O diferencial, segundo ela, é a forma como o fundo se envolve no recrutamento de talentos. “Talento é onde somos mais fortes. Ajudamos desde o desenho da posição até o mapeamento de candidatos e a venda da empresa para o talento certo”, diz. A gestora já participou diretamente da contratação de mais de 100 profissionais de liderança – incluindo CFOs, CPOs, Heads de Produto e Chief of Staff.

Casos como Enter, Patagon AI, Tako e wehandle ilustram esse modelo. “Na Enter, percebemos que precisavam de um perfil técnico mais sênior. Indicamos três nomes – e um deles acabou se tornando vital para o sucesso da empresa”, conta Carla. No caso da Tako, a gestora foi responsável por conectar a startup ao primeiro Head de Produto, ex-Nubank, seis meses após o investimento.

O impacto é sentido diretamente pelos empreendedores. Desirée Cavalcante, founder e CHRO da Caveo, afirma que o suporte em talento foi o mais imediato. “Além de abrir portas com a sua rede, a ONEVC trabalhou ativamente nas vagas, destravando posições estratégicas em Produto, Financeiro, People, Marketing e CS”, diz. “O diferencial é a proximidade com velocidade: tivemos rotinas semanais para evoluir estratégia de pessoas e governança, enquanto eles ajudavam a resolver problemas concretos do dia a dia.”

Na Tako, o apoio foi decisivo nos primeiros meses, conta Fernando Gadotti, founder e CEO. “A ONEVC foi fundamental na formação do time, apoiando diretamente a contratação do Head de Produto e no mapeamento do mercado de tecnologia”, diz. “Eles estão sempre presentes, participam dos nossos eventos e nos conectam a parceiros e clientes – alguns dos nossos primeiros contratos vieram dessas conexões.”

Fernando reforça o caráter hands-on do fundo. “O grande diferencial é o histórico deles como construtores de empresas. Eles já fizeram isso antes e ajudam empresas a fazer isso também. É o tipo de apoio mão na massa que muda o jogo.”

Para Rodrigo Faustini, co-founder e CEO da wehandle, o destaque é a postura de proximidade. “O que mais me marcou foi a disponibilidade genuína: eles entram de verdade em temas estratégicos, ajudam na formação do time e antecipam necessidades”, diz. A ONEVC foi responsável por trazer executivos como Caio Sagae (CFO), Guilherme Lacerda (CPO, ex-Nubank) e Juliana Simões (CRO). “Eles chegaram com as pessoas certas na hora certa – isso mudou nossa curva de aprendizado.”

Além da área de Pessoas, a ajuda se estende à comunicação e posicionamento. “Na nossa primeira aparição pública, eles sentaram conosco para construir o press release linha por linha e nos conectaram à agência de PR. Esse cuidado fez toda a diferença na forma como o mercado passou a nos enxergar”, completa Rodrigo.

Fundadores mais técnicos e eficientes

Segundo Carla, o cenário atual favorece startups mais enxutas e com foco técnico. “Hoje vemos times de tecnologia muito maiores do que qualquer outro time nas empresas early stage. É menos sobre falta de recursos e mais sobre eficiência”, avalia.

A ONEVC percebe também uma mudança no perfil dos fundadores. “Antes víamos empreendedores de negócio trazendo pessoas técnicas. Agora vemos o oposto – founders mais técnicos buscando talentos de operação e negócios para complementar. A IA está acelerando essa tendência”, afirma.

O fundo tem liderado algumas das rodadas mais competitivas do mercado, especialmente em AI, fintech, B2B SaaS e software verticalizado. Casos recentes incluem Patagon AI, Enter, Iorq e Tako — todas com forte componente de tecnologia.

“Somos uma extensão do time dos founders”, resume Carla. “Nosso papel é ajudar a construir times vencedores, que sejam ambiciosos e conectados com as dores do mercado. Ter a pessoa certa, com a experiência certa, no momento certo da empresa faz toda a diferença”.