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Por quê a IDC Ventures, da Dinamarca, está de olho no Brasil

Qualidade dos empreendedores de SaaS é um dos atrativos para a gestora ampliar sua presença no Brasil em 2025

Felipe Cruz, responsável pela operação da IDC Ventures no Brasil. Foto: Divulgação
Felipe Cruz, responsável pela operação da IDC Ventures no Brasil. Foto: Divulgação

Investidora do RecargaPay e do SuperSim, a gestora de venture capital dinamarquesa IDC Ventures quer ampliar sua presença no Brasil no ano que vem. O motivo está nas empresas de Software-as-a-Service (SaaS) e B2B, que são o foco da casa neste momento.

“Originalmente, fora do Brasil, 40% do nosso portfólio é EUA, 30% Europa e 30% América Latina. Olhamos principalmente para fintechs e marketplaces. Para o Brasil, vamos continuar com essa agenda de fintechs e priorizar SaaS e B2B. No país, mais de 50% das empresas de SaaS são cashflow positivo, coisa que não acontece em outros lugares do mundo”, explica Felipe Cruz, que lidera a operação no Brasil.

Com escritórios em Copenhague, Madrid e Miami, a IDC Ventures é a plataforma de capital de risco da firma de consultoria e banco de investimento IDC Network. Fundada em 2019, a gestora tem US$ 550 milhões em ativos sob gestão e normalmente lidera as rodadas, ocupando assentos no conselho.

São dois flagship funds, com foco em Série A até a Série C. O aumento da participação da gestora no Brasil se dará por meio do deploy do fundo 2, que é de US$ 30 milhões – o limite do fundo é de US$ 200 milhões. Paralelamente, seu fundo de fundos de € 150 milhões, o VC4, está avaliando oportunidades de parceria com gestores de fundos brasileiros. 

“Chegamos com uma visão de ser colaborador com o resto do ecossistema. Por isso também procuramos gestoras que tenham complementariedade com a nossa, atuando do Pré-Seed à Série A”, afirma Felipe.

Os atrativos do mercado brasileiro são muitos, segundo o executivo. Com destaque para a resiliência dos empreendedores locais. Também contaram as experiências bem sucedidas com a RecargaPay, que promove inclusão financeira ao simplificar pagamentos e transações digitais no país, e a SuperSim, empresa que oferece microcrédito para segmentos da população brasileira que não têm acesso adequado a serviços bancários.

“Se excluir as variáveis macro e olhar só para o ecossistema, o Brasil tem evoluído e amadurecido muito nos últimos anos. É um dos principais mercados emergentes e, sob essa ótica, está bem posicionado. Além disso, a qualidade do empreendedor é super alta. Do ponto de vista de venture capital, São Paulo é uma cidade que traz retornos 44% maiores que São Francisco, 255% maiores que Londres e 496% maiores que Miami”, avalia.