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A recém-criada Quartzo Capital está prestes a lançar um novo fundo de venture capital de R$ 500 milhões para investir em rodadas séries A e B de startups. A expectativa é que a captação tenha início ainda este ano, e que os primeiros investimentos sejam feitos no final do ano que vem ou início de 2026 – com cheques polpudos de R$ 30 milhões a R$ 50 milhões.

Resultado da fusão entre a gestora de venture capital TM3 Capital e a CTM Investimentos, especializada em fundos de ações e multimercado, a Quartzo possui R$ 1,4 bilhão sob gestão e a meta de alcançar R$ 3 bilhões em três anos. Além do venture capital, a gestora também vai atuar com Asset Management, Wealth Management, Corporate Finance e Real Estate.

Em entrevista exclusiva ao Startups, Marcel Malczewski, ex-CEO da TM3 Capital e novo presidente da Quartzo, afirma que a fusão foi um “encaixe perfeito”.

“A TM3, apesar de ter como foco inicial o venture capital, também tinha fundos multimercado e havia começado um trabalho de investimento na parte imobiliária e em outras áreas além de startups. Mas não conseguíamos dar a devida atenção a isso porque nosso negócio era VC. E a CTM, por sua vez, queria crescer e sempre teve interesse em inovação, além de uma base maior de cotistas, com 2.500 investidores. Foi um negócio totalmente complementar”, diz.

Com a fusão, a empresa pretende lançar um novo fundo para sua safra de venture capital, o VC 6. Ele dá continuidade ao trabalho da TM3, que tem outros quatro fundos de VC próprios, além de administrar o FUNSES1 – Fundo de Investimentos em Participações criado com recursos do Fundo Soberano do Governo do Espírito Santo.

Novo fundo e FIDCs

Segundo o executivo, a ideia é investir em cerca de dez empresas com o fundo 6, que deverá ter R$ 500 milhões para investir no total. “Temos sido bastante agnósticos, até porque estamos no Brasil. É muito difícil ter sucesso focando demais. Então espalhamos para diluir o risco dos fundos. Mas temos olhado com prioridade para o B2B, porque o B2C precisa de muito dinheiro, tem um risco maior e um tempo de maturidade maior”, aponta.

Engenheiro de formação, com origem em retail e automação comercial, Marcel tem um interesse natural por retailtechs e logtechs, além de startups de ITS (Intelligent Transportation Systems, na sigla em inglês). O executivo conta que, apesar de muitas gestoras “se assustarem com hardware”, esse não é o caso da Quartzo.

“Muito pelo contrário. A gente prioriza Software as a Service (SaaS), onde hardware é o enabler, porque gostamos de receita recorrente. Por exemplo, já investimos em um negócio de controle de temperatura de baús refrigerados em transporte para a indústria, mas que a monetização vinha de uma cobrança mensal pelo software, que era uma plataforma com inteligência para acionar segurança, histórico de temperatura etc”, explica.

A fusão também vai permitir que a Quartzo Capital entre o segmento de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) para startups.

“A gente vem costurando conversas para começar o trabalho com FIDCs. A CTM também gostaria, mas não tinha braço antes. Agora que estamos mais sólidos, queremos entrar. Todas as startups em que a gente investiu, ou vão precisar de uma próxima rodada ou de uma linha de financiamento. Sempre houve a oportunidade de ajudar não só com equity, mas com dívida, e o FIDC se encaixa muito bem nisso”, diz Marcel.

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